Wednesday, August 13, 2008

Ócio nada criativo

Ano passado fui convidada para trabalhar na inauguração de um bar e quando fui chamar uma amiga para ir ao tal bar, ela me respondeu incrédula: “O queeeee? Você trabalhando? Não!” E eu só não fiquei braba com o comentário, pois admito que tenho uma certa alergia a trabalho. E não, meu trabalho não era dançar no balcão do bar como ela achou que eu ia fazer. Aliás, naquela noite descobri que só sirvo para freqüentar bares e não trabalhar neles. Tanto é que depois dessa noite fiquei um bom tempo sem fazer porra nenhuma da vida. Mas enfim...
Pra quem não sabe, essa que vos escreve esteve trabalhando durante os últimos três meses. Pois é. Trabalhando. E confesso que foi difícil me acostumar a ter uma rotina toda programada. Por sinal, rotina é uma palavra que me dá um embrulho no estômago, mas não adianta, às vezes não tem como escapar da dita cuja. E não vou negar que quase todo dia quando o despertador tocava e a Blondie começava a cantar “One way or another” eu queria chorar e pensava: “Ah, hoje eu não vou trabalhar!” Mas o meu maldito senso de responsabilidade sempre levava a melhor e conseguia me arrancar da cama e me fazer sair de casa pra salvar o mundo.
Mas apesar da preguiça constante e dos altos e baixos esses três meses passaram rápido e eu me encontro estoicamente viva. Viva e entediada. Pois é. Ontem foi meu primeiro dia em casa e depois de acordar 13h32min totalmente desnorteada e achando que estava completamente atrasada para trabalhar, respirei fundo e um pouco depois já senti o tédio se aproximando como quem não quer nada e comecei a me sentir invadida por uma leve angústia.
Vai entender né? Quando está em casa, reclama que queria estar trabalhando e quando está trabalhando, até pagaria pra ficar em casa. Ô guria insatisfeita da porra!

P.S. Reza a lenda que o trabalho enobrece o homem. Mas eu não estou me sentindo muito nobre no momento. Será que tem alguma coisa errada comigo? E a propósito, alguém não teria trabalho pra me oferecer?

Saturday, August 09, 2008

Nós amamos o Google

Quando a sua melhor amiga te pede ajuda desesperadamente pra lavar roupa suja é claro que você não vai dizer não e recusar tal programa de índio. E assim começa a saga das donas de casa desesperadas.
Em menos de 24 horas, três consultas ao Google, começando por: “Como lavar roupas”. Pois é, depois que você volta de viagem as roupas não se lavam sozinhas. E talvez fosse mais fácil ligar pra algum parente perguntando como executar tal procedimento, mas você não quer dar o braço a torcer que você é uma inútil e não entende nada de afazeres domésticos. Tal tarefa a primeira vista parece simples, mas na verdade não é bem assim. Eis que surge a idéia de acessar o Google pra auxiliar nessa jornada.
Não que ele tenha acrescentado alguma informação que nós já não sabíamos, do tipo: não misturar roupas brancas com coloridas e blá blá blá, mas depois de consultá-lo nos sentimos muito mais seguras na hora de entrar em ação. E devo ressaltar que ainda contávamos com a participação especial da centrifuga, que a minha estimada companheira de lavanderia nunca tinha ouvido falar. Isso na verdade me deu um alento, pois afinal existia alguém que sabia menos do que eu a respeito de roupas sujas e afins. Eu já conhecia a tal da centrifuga da minha infância porque minha avó costumava usá-la, mas devo confessar que não me lembrava que ela era tão assustadora e tremia tanto. Mas no final deu tudo certo e as roupas ficaram limpas e saíram quase secas da centrifuga. Ponto pra nós. Yeah!
Segunda consulta: “Como fazer strogonoff”. Bom, depois de lavar roupa suja é claro que nós teríamos que nos aventurar na cozinha e nessa parte da casa, devo admitir que sou um total desastre. Depois de experiências catastróficas com bolos de cenoura decidi me aposentar desse tipo de atividade, então coube a minha pessoa apenas a parte da degustação nesse fatídico dia. O strogonoff ficou ótimo, diga-se de passagem. Já não digo o mesmo do arroz. Mas como eu só ajudei na hora de comer, vou poupar comentários sobre ele.
E por fim a última consulta do dia: “Como limpar a piscina”. Sim, ela estava imunda e não, ela também não se limpa sozinha. Tá, na verdade ela se limpa sozinha sim, mas você precisa saber quais botões apertar. Mas enfim... Pra encurtar a história deu tudo certo no final e todo mundo da casa ficou satisfeito com os progressos alcançados nesse dia. Acho que já dá quase pra nós irmos morar sozinhas. E tudo isso não seria possível sem o auxílio do maravilhoso Google, que nunca nos deixa na mão (tá, às vezes deixa sim, mas não vem ao caso). Então um viva pro Google. Viva! Uhuuul!