Wednesday, November 19, 2008

Suja a roupa, mas lava a alma

Na minha humilde opinião não existe nada mais revigorante pra um relacionamento do que lavar roupa suja. Você tá lá no MSN, no shopping, no mercado, na fazenda, voltando da balada e de repente é possuída por alguma entidade demoníaca e quando você menos espera, começa a despejar tudo que guarda de mágoa dentro desse coraçãozinho.
Pode acontecer com qualquer um. Afinal ninguém tem paciência de Jó pra ficar passando a mão na cabeça e aturando esses/as salafrários que andam soltos/as por aí (e que a gente cai na besteira de se envolver). Às vezes a gente perde a compostura mesmo. E roupa suja bem lavada é aquela que começa a ser lavada nos primórdios do relacionamento e esmiúça detalhes, situações e histórias que pra todos os efeitos o casal achou que já tinha superado. Errado. Superaram nada. Vamos e convenhamos. Alguém sempre tem que ceder um pouco mais que o outro num relacionamento, e esse idiota no caso, vai ter muito mais ressentimento que o outro se alguma coisa der errado.
Lavar roupa suja geralmente acaba mal. Choro, baixaria, gritaria e às vezes até porrada (nunca aconteceu comigo, mas que tem gente que merece uns petelecos, ah merece). Sei lá, tem pessoas que ficam guardando ressentimento por aí. Acho errado e sou contra. Joga na cara mesmo. Roda a baiana e chuta o pau da barraca. Com o máximo de classe que você puder fazer isso, óbvio. Faz bem, juro.

Wednesday, October 22, 2008

Acumulando pontos

C – Vamos sair hoje?
B – Ah, nem rola. Preciso acordar cedo amanhã.
C – Por quê?
B – Tô fazendo Projeto Comunitário, aí tenho que levantar 6:30. Daí se eu sair não agüento levantar nesse horário.
C – Mas por que tão cedo?
B – Tinha a opção de fazer à tarde. Mas sei lá, eu me odeio e quero pagar meus pecados acordando de madrugada.
C – Ahn?!

É. Talvez eu seja meio esquisita mesmo, mas quem sabe fazendo a coisa que eu mais odeio no mundo, que é acordar cedo, eu acumulo uns pontinhos positivos de carma. Tô precisando...

Sunday, October 19, 2008

A milenar arte de deixar tudo pra última hora

Certa vez, diante de inúmeras reclamações por causa da falta de tempo devido ao trabalho e faculdade dessa que vos escreve, uma amiga fez uma constatação interessante sobre o caso. Segundo ela: “Quando você trabalha tem muito mais tempo do que quando não faz nada”. E é fato, por mais bizarro que possa parecer.
Pra falar bem a verdade eu nunca tinha parado para analisar a questão, mas em função de alguns acontecimentos das últimas semanas ela passou a fazer total sentido. O que acontece é que eu adquiri o péssimo hábito de deixar tudo pra última hora. Sei lá, eu andava meio estressada com a minha vida acadêmica e fui chorar as pitangas para outra amiga que me aconselhou a fazer igual ela e só se preocupar um dia antes. Como eu adoro incorporar novidades no meu cotidiano, resolvi testar a técnica pra ver se funcionava e o que eu descobri é que eu sou ótima nisso. Se bem que entre fazer QUALQUER coisa e estudar, qualquer um em sã consciência opta por não estudar. Mas enfim...
O método tem lá seus méritos e apesar de eu ser péssima em administrar meu tempo ocioso e ter tudo pra conseguir sucesso empregando essa técnica, acho que ela não funciona pra mim. Não adianta. Sou muito chata e sistemática. Gosto de rigor nas minhas atividades. Mas foi bom enquanto durou (ou nem tanto assim porque no fim das contas eu acabei exaurida do mesmo jeito).
Cheguei a conclusão de que já que em algum momento eu vou ter de me preocupar, é melhor que não seja em cima da hora porque por mais emocionante que seja essa coisa de deixar tudo pra última hora (afinal é sempre uma caixinha de surpresas e você nunca sabe se vai dar certo e o Murphy está sempre lá pra garantir que não dê) é muita emoção pro meu coraçãozinho e ele já suportou emoções demais nos últimos tempos.

P. S. 01 Se eu dormisse menos, talvez meu tempo rendesse mais. Mas ah, eu gosto tanto de dormir. Então isso eu não vou parar de fazer.
P. S. 02 Eu tenho um trabalho pra amanhã e ao invés de fazê-lo hoje eu fiquei me enrolando o dia todo fazendo coisas inúteis: Joguei GTA, vi o jogo do Palmeiras, participei de discussões em família sobre o caso de seqüestro em São Paulo, cheguei ao cúmulo de ver um pouco de Faustão, tomei um banho mega demorado, vi dois episódios de South of Nowhere e ainda arranjei tempo de escrever este texto. Mas juro que isso não vai acontecer de novo e essa será a última vez que deixo tudo pra última hora. Hê!

Tuesday, October 07, 2008

What’s that coming over the hill? Is it a monster?

O diálogo que se segue aconteceu no MSN há alguns dias atrás e os nomes das pessoas envolvidas foram trocados para preservar a identidade destas. Tá, mentira nem vou trocar o nome de ninguém. Só vou botar a inicial das participantes e foda-se.

B – Eu meio que cheguei a conclusão que preciso namorar pra sair dessa vida bandida e tal
Z – Eu teria medinho de namorar com você
B – Teria? Por que? Medo de eu te trair?
Z – Porque você é meio impulsiva. Não é muito estável. De trair, de brigar, de surtar...

Bom, lendo isso até eu teria medo de me namorar. Mas tudo bem. Já meio que larguei os béts de procurar a tampa da minha privada (é, porque esse negócio de tampa da panela e metade da laranja não tá com nada) e estou começando a me acostumar com idéia de que serei uma daquelas tiazonas que nunca casaram e que moram com 18 gatos. Tá, eu não vou morar com gatos porque eu os detesto. Mas quem sabe uns cachorrinhos, peixinhos, iguanas ou quem sabe um leão. É. Leão ué. Ah, vizinha da minha amiga tinha um leão em casa. Por que eu não posso ter também? Acho que se eu não vou casar no mínimo mereço ter um bicho legal em casa pra ocupar meu tempo né? Acho digno.

P.S. Ainda bem que amiga de verdade joga na tua cara que você é um monstro e nem faz muita cerimônia pra isso. Mas tudo bem. Nem vou ficar me fazendo de vítima porque sei que é tudo verdade. Infelizmente.

Sunday, October 05, 2008

Ela sempre comeu exageradamente. Nunca cantou bem. Sempre bebeu demais. Nunca soube dizer não para algumas pessoas. Sempre falou mais do que deveria. Nunca usou meias que combinassem com suas roupas. Sempre foi grossa. Nunca gostou de abobrinha nem de ervilhas. Sempre achou “sensação” o melhor de todos os chocolates. Nunca quis aprender a cozinhar. Sempre teve um péssimo senso de direção. Nunca gostou de dar informações para estranhos. Sempre teve tesão com beijos no pescoço. Nunca gostou de se apresentar em público. Sempre odiou escrever a palavra "cabeleireiro". Sempre gostou de filmes “água-com-açúcar”. Sempre teve medo de insetos, especialmente de baratas. Nunca soube dançar direito. Sempre adorou lavar roupa suja (no sentido figurado). Nunca soube lavar roupa suja (no sentido literal). Sempre teve medo de palhaços por causa do filme “It”. Sempre foi muito auto-crítica. Nunca gostou da cor marrom. Sempre foi inconstante. Sempre adorou ver o circo pegar fogo. Nunca gostou de Ciências Exatas. Sempre foi organizada e perfeccionista. Sempre odiou tomar decisões. Nunca foi boa em puxar assunto com as pessoas. Sempre adorou covinhas. Nunca soube dar estrelinha. Sempre teve mania de falar sozinha e conversar com a TV. Sempre adorou jogar canastra. Nunca foi boa em guardar o nome das pessoas. Sempre foi desastrada. Sempre amou fanta uva. Sempre foi pontual. Nunca teve muita paciência com nada. Sempre foi friorenta. Sempre adorou a cor vermelha. Nunca gostou de crianças. Sempre foi cara-de-pau. Sempre errou as letras das músicas. Sempre foi metódica. Nunca gostou de usar vestido. Sempre quis aprender a tocar violão. Nunca gostou de suas pernas. Sempre adorou reclamar de tudo. Sempre foi péssima com despedidas. Nunca soube colocar pontos finais. Sempre preferiu as reticências...

Friday, September 19, 2008

Dona B. e seus problemas

Após uma maratona de compras no shopping num belo dia ensolarado e depois de tanto andar e suar (eca!) nada como chegar em casa, arrancar todas as roupas e ficar desfilando só em trajes íntimos. Na verdade de belo o dia não tinha nada, pois eu estava com uma dor de cabeça filha da puta, sem contar que estava um calor da porra. Mas eu mal sabia que o pior ainda estava por vir...
Sentei no sofá pra descansar e minha querida mamãezinha soltou a seguinte simpatia:
- Ih, olha só! Você tem varicoses nas pernas. Vai ser cheia de varizes igual tua vó! Hihihi
Sei lá o que ela tava achando tão divertido nisso, mas eu não achei nada engraçado. Ela até tentou melhorar a situação dizendo que não entendia como eu podia comer como uma porca e não engordar (é, definitivamente eu tenho a quem puxar esse meu lado sutil). Mas não adianta. Mesmo me elogiando (?) o estrago já estava feito. VARIZES! AAAAAAAAAAH!
Não consegui mais parar de pensar nas malditas depois disso. Ok. Eu sei que talvez seja meio cedo pra entrar em pânico, mas, mas, mas... e a tattoo que eu ia fazer na batata da perna como fica nessa história? Aparentemente vou ter que escolher outro lugar pra fazer já que daqui a alguns anos as varizes vão ter tomado conta das minhas pobres perninhas. AAAAAAAAAAH! Me desculpem, mas eu tô surtada. Preciso extravasar!
Porra... era só o que me faltava né? Esses dias encontrei um fio de cabelo branco na minha cabeça e já achei o fim da picada. Agora ISSO! O que mais falta me acontecer? Tá. Melhor evitar esse tipo de pergunta pra não atrair energias negativas. Ainda bem que pelo menos careca eu não vou ficar (eu acho)...

Tuesday, September 09, 2008

I say yes when I ought to say no

- Me leva na rodoviária?
- SIM (Pensando: Ai, hoje eu não tenho tempo pra isso porque já to atrasada pra fazer trabalho na faculdade)!

- Vamos cortar o cabelo comigo?
- SIM (Pensando: Hum, que programa de índio)!

- Mata aula e vai ao cinema comigo?
- SIM (Pensando: Hoje eu não deveria matar aula, já matei semana passada)!

- Dorme comigo essa noite?
- SIM (Pensando: Ah, que mal pode fazer? Eu já joguei meu amor-próprio no lixo faz tempo mesmo)!

- Promete que vai ligar e mandar mensagem?
- SIM (Pensando: Meu auto-controle diz pra não correr atrás nunca, mas foda-se ele)!

- Vamos ao banco comigo?
- SIM (Pensando: Puta merda, que saco. Só vou porque eu devo ter batido minha cabeça e realmente estar apaixonada por você)!

- Vem aqui pra casa ver um filme comigo?
- SIM (Pensando: Teoricamente eu deveria estudar pra prova de sociologia de amanhã, mas foda-se o Karl Marx e sei lá mais quem)!

- Vai até o inferno e dá um abraço no capeta por mim?
- SIM (Pensando: Dou um abraço, um beijo e ainda sento no colo dele por você)!

Depois eu ainda fico me questionando o porquê das coisas sempre darem errado pra mim. Tsc tsc. Queria aprender a dizer “não” de vez em quando. Acho que mal não faria... Pessoas solteiras ou sem vínculos afetivos são tão mais espertas. Tenho inveja delas e muito ódio de mim às vezes.

P.S. O título original do texto era “I’m a loser”, mas como isso está implícito em cada linha dele resolvi optar por um título menos loser.

Wednesday, September 03, 2008

V for Vendetta - Parte II

Eis que numa quarta-feira fria e cinza a professora de Criação pediu um trabalho relacionado ao filme “V de Vingança”. “Oba! Finalmente algum trabalho legal nessa bodega!” Pensei comigo mesma. Aliás, deve ser a 1ª vez que tive um trabalho pra fazer e nem amaldiçoei até a 13ª geração do/a professor/a. Mas também, pudera, quando pedem trabalhos relacionados a filmes ou livros, geralmente pedem pra você assistir/ler coisas chatíssimas e que te dão vontade de bater com a cabeça na parede ao invés de fazer o trabalho.
Ano passado, por exemplo, a professora pediu pra assistir “À procura da felicidade.” Lembro que tive que ver duas vezes seguidas a desgraça do filme para poder analisar todos os planos e câmeras dele para poder fazer o maldito trabalho. Ok. Confesso que peguei ódio do filme por causa do trabalho chato. Mas ah, convenhamos, o filme não é lá grande coisa não. Super manjado. Eu também estou procurando a felicidade faz tempo, mas não sei onde a bandida se enfiou.
Mas voltando ao V... Só sei que vi o filme pela 5ª ou 6ª vez (sei lá, já perdi as contas), chorei que nem uma desgraçada no final (de novo), fiz o trabalho e fui dormir feliz da vida (de novo).
Aiai... Bem que no próximo trabalho podiam pedir para nós vermos Vanilla Sky ou Cidade dos sonhos. Juro que nem ia reclamar!

P.S. 1 Definitivamente eu deixo a desejar no quesito “talentos artísticos” já que o cartaz que eu tive que fazer pro filme ficou uó. Parece que foi minha irmãzinha de três anos que fez, então nem vou entrar nesses méritos...
P.S. 2 Eu sei que a maioria dos fãs da HQ de “V de Vingança” detesta essa adaptação cinematográfica da obra de Alan Moore, mas o filme, apesar de ter várias alterações com relação ao roteiro original e ter aquela pitada hollywodiana continua sendo ótimo porque é corajoso, consegue se afastar do lugar comum e também consegui ir bem além da diversão desprovida de inteligência a qual estamos acostumados (na minha humilde opinião, é claro). Com relação aos quadrinhos, a leitura é mais do que recomendada. Muito foda!

Monday, September 01, 2008

V for Vendetta - Parte I

Lembro-me bem da primeira vez que vi “V de Vingança”. Foi num sábado a noite frio e solitário. A amiga recomendou: “Assista porque é foda!” Nem botei muita fé, porque a referida camarada tem um gosto, digamos, duvidoso para filmes. Mas como eu já mencionei era sábado, a ressaca moral da noite anterior era grande e não tinha nada melhor pra fazer mesmo.
Surpreendentemente achei o filme fantástico, tão fantástico que até esqueci dos problemas que afligiam minha existência naquela noite em questão. Ao final do filme senti despertar em mim um espírito revolucionário que nem eu sabia que existia aqui dentro. Meus problemas pareceram, então, insignificantes diante de tanta merda que tava acontecendo no mundo e eu nunca tinha parado pra pensar direito. O fato é que fui dormir feliz da vida (não sei explicar exatamente porque) e acalentando no peito uma vontade de mudar o mundo e fazer a diferença.
Ok. Ok. No dia seguinte eu já tinha esquecido essa ladainha de mudar o mundo e me resignei a minha vidinha medíocre e sem maiores pretensões. Então, alguns meses se passaram. Não sei quantos exatamente porque eu sou péssima em me localizar no tempo/espaço.
(...)

Wednesday, August 13, 2008

Ócio nada criativo

Ano passado fui convidada para trabalhar na inauguração de um bar e quando fui chamar uma amiga para ir ao tal bar, ela me respondeu incrédula: “O queeeee? Você trabalhando? Não!” E eu só não fiquei braba com o comentário, pois admito que tenho uma certa alergia a trabalho. E não, meu trabalho não era dançar no balcão do bar como ela achou que eu ia fazer. Aliás, naquela noite descobri que só sirvo para freqüentar bares e não trabalhar neles. Tanto é que depois dessa noite fiquei um bom tempo sem fazer porra nenhuma da vida. Mas enfim...
Pra quem não sabe, essa que vos escreve esteve trabalhando durante os últimos três meses. Pois é. Trabalhando. E confesso que foi difícil me acostumar a ter uma rotina toda programada. Por sinal, rotina é uma palavra que me dá um embrulho no estômago, mas não adianta, às vezes não tem como escapar da dita cuja. E não vou negar que quase todo dia quando o despertador tocava e a Blondie começava a cantar “One way or another” eu queria chorar e pensava: “Ah, hoje eu não vou trabalhar!” Mas o meu maldito senso de responsabilidade sempre levava a melhor e conseguia me arrancar da cama e me fazer sair de casa pra salvar o mundo.
Mas apesar da preguiça constante e dos altos e baixos esses três meses passaram rápido e eu me encontro estoicamente viva. Viva e entediada. Pois é. Ontem foi meu primeiro dia em casa e depois de acordar 13h32min totalmente desnorteada e achando que estava completamente atrasada para trabalhar, respirei fundo e um pouco depois já senti o tédio se aproximando como quem não quer nada e comecei a me sentir invadida por uma leve angústia.
Vai entender né? Quando está em casa, reclama que queria estar trabalhando e quando está trabalhando, até pagaria pra ficar em casa. Ô guria insatisfeita da porra!

P.S. Reza a lenda que o trabalho enobrece o homem. Mas eu não estou me sentindo muito nobre no momento. Será que tem alguma coisa errada comigo? E a propósito, alguém não teria trabalho pra me oferecer?

Saturday, August 09, 2008

Nós amamos o Google

Quando a sua melhor amiga te pede ajuda desesperadamente pra lavar roupa suja é claro que você não vai dizer não e recusar tal programa de índio. E assim começa a saga das donas de casa desesperadas.
Em menos de 24 horas, três consultas ao Google, começando por: “Como lavar roupas”. Pois é, depois que você volta de viagem as roupas não se lavam sozinhas. E talvez fosse mais fácil ligar pra algum parente perguntando como executar tal procedimento, mas você não quer dar o braço a torcer que você é uma inútil e não entende nada de afazeres domésticos. Tal tarefa a primeira vista parece simples, mas na verdade não é bem assim. Eis que surge a idéia de acessar o Google pra auxiliar nessa jornada.
Não que ele tenha acrescentado alguma informação que nós já não sabíamos, do tipo: não misturar roupas brancas com coloridas e blá blá blá, mas depois de consultá-lo nos sentimos muito mais seguras na hora de entrar em ação. E devo ressaltar que ainda contávamos com a participação especial da centrifuga, que a minha estimada companheira de lavanderia nunca tinha ouvido falar. Isso na verdade me deu um alento, pois afinal existia alguém que sabia menos do que eu a respeito de roupas sujas e afins. Eu já conhecia a tal da centrifuga da minha infância porque minha avó costumava usá-la, mas devo confessar que não me lembrava que ela era tão assustadora e tremia tanto. Mas no final deu tudo certo e as roupas ficaram limpas e saíram quase secas da centrifuga. Ponto pra nós. Yeah!
Segunda consulta: “Como fazer strogonoff”. Bom, depois de lavar roupa suja é claro que nós teríamos que nos aventurar na cozinha e nessa parte da casa, devo admitir que sou um total desastre. Depois de experiências catastróficas com bolos de cenoura decidi me aposentar desse tipo de atividade, então coube a minha pessoa apenas a parte da degustação nesse fatídico dia. O strogonoff ficou ótimo, diga-se de passagem. Já não digo o mesmo do arroz. Mas como eu só ajudei na hora de comer, vou poupar comentários sobre ele.
E por fim a última consulta do dia: “Como limpar a piscina”. Sim, ela estava imunda e não, ela também não se limpa sozinha. Tá, na verdade ela se limpa sozinha sim, mas você precisa saber quais botões apertar. Mas enfim... Pra encurtar a história deu tudo certo no final e todo mundo da casa ficou satisfeito com os progressos alcançados nesse dia. Acho que já dá quase pra nós irmos morar sozinhas. E tudo isso não seria possível sem o auxílio do maravilhoso Google, que nunca nos deixa na mão (tá, às vezes deixa sim, mas não vem ao caso). Então um viva pro Google. Viva! Uhuuul!

Friday, July 11, 2008

Preguiça de amar

Depois que você bate a cabeça, fica desorientada e perde o juízo, dignidade, amor-próprio e bom senso (trocando em miúdos, se apaixona por alguém) e supera isso, dá tanta, mas tanta preguiça de começar tudo de novo.
Sejamos francos. Você achou que ia passar um bom tempo do lado daquela pessoa e de repente: Puf! Acabou! Demora um tempo pra acostumar com a idéia de que vocês não vão mais juntar os trapinhos e viver felizes para sempre. E quando você começa a acostumar você lembra: Ah tá, vou conhecer outra pessoa, saber de cada detalhe da vida dela e ela da minha, aprender a conviver com todos os defeitos dela, levá-la pra conhecer minha mãe e amar cada milímetro da existência daquele ser pra depois levar um chute na bunda ou levar um par de chifres e ficar num estado deplorável de novo. Pra quê? E aqui desculpe minha descrença nos seres humanos e no amor eterno. Amor eterno o caralho. É por essas e outras que dá preguiça de amar.
Mas tudo bem. A gente nunca desiste e tenta dar uma chance pro amor de novo. Passa um tempinho (que varia de pessoa para pessoa) e você já se sente preparada psicologicamente pra dar uma chance pra outro romance e se envolver com alguém novamente, aí você conhece uma pessoa e pensa: “Agora eu vou ser feliz.” Há, ledo engano minha cara. Sei lá que macumba que jogaram em você, mas não adianta. Você nasceu pra se foder no amor e precisa aceitar isso. Mas dessa vez você faz algo que surpreende até você mesma. Consegue pular fora dessa armadilha filha da puta que te armaram. “Se de cara já deu tudo errado é melhor nem insistir muito mesmo” pensa você. Muito bem. Pelo menos alguma coisa você aprendeu.
E agora? Agora nada. Amar dá trabalho. E trabalho dá preguiça. E pra falar a verdade tá muito frio pra se incomodar com isso. Se o amor quiser me encontrar eu tô ali, embaixo do cobertor. Se não quiser tudo bem, eu ando com preguiça dele e de tudo mesmo.

Wednesday, July 02, 2008

Esfihas e reflexões sobre a vida

Ontem eu vi uma caixa de esfihas do Habib’s dando sopa em cima do balcão e pensei: “Hum, que vontade. Mas eu não vou comer isso não porque tenho certeza que vou passar mal depois”. Como minha força de vontade não é lá muito grande, dois minutos depois eu estava devorando as ditas esfihas e três horas depois estava pensando: “Malditas!” Pelo fato delas não pararem de ficar me mandando lembranças. Nada que um Eno não resolvesse, mas mesmo assim...
Fica claro com o exemplo que eu já imaginava que a história não ia ter um final feliz, mas como eu sou teimosa é claro que eu fui lá, toquei o foda-se e comi as esfihas. E não é a primeira vez que isso me acontece (e não, eu não estou falando de esfihas). Na verdade a gente sabe o que é errado e o que pode não fazer bem, mas a gente não tá nem aí e não pensa nas conseqüências e depois fica se lamentando. Sempre temos uma escolha num determinado momento e a partir daí é por nossa conta e risco sempre. Então não adianta ficar choramingando depois, porque você teve um momento de decisão e se você escolheu o caminho errado, o problema é exclusivamente seu. Se um Eno não puder resolver teu problema, meu bem, azar o seu. Ninguém mandou ser idiota e comer as malditas esfihas. E sim, estou me referindo as esfihas metafóricas da vida, que costumam incomodar bem mais do que uma simples azia...

Friday, June 06, 2008

It's way too late to be this locked inside ourselves

Há algum tempo atrás eu estava no banheiro da faculdade e minha amiga começou a cantarolar uma música do Jota Quest. Imediatamente eu disse: Credo, pára de cantar isso. E ela respondeu que aquela música era a música dela com o namorado.
Claro que eu achei uó e pensei que a trilha sonora do meu romance era bem melhor que a dela porque tinha The Subways, Arcade Fire, She Wants Revenge, Interpol e etc. Mas ok. Gosto não se discute e nem vou entrar nesses méritos. O fato é que em minha opinião toda história de amor deve ter sua trilha sonora (por pior e mais melosa que ela seja). Porque é tão bom ouvir aquela música com aquela pessoa especial e poder acreditar que vai durar pra sempre (ou pelo menos até o final do mês). Que você vai poder escrever num tronquinho suas iniciais e a do seu amor (ai que bicha). Que vocês vão ficar juntos e enfrentar todos os obstáculos do mundo (ahaaam, claro). E que no dia do casamento de vocês, vão tocar aquelas músicas que embalaram seus momentos maravilhosos e você vão ficar emocionados e chorar. Tá, parei porque o texto já tá ficando meio brega.
Obviamente que depois que o relacionamento acaba e você ouve as benditas músicas você vai querer bater com a cabeça na parede e chorar até ficar desidratada. Por isso não é nada recomendável ouvir a trilha sonora do amor num pós-término. Mas depois que o tempo passa e fica tudo bem dá pra ouvir as musiquinhas numa buena. Sem ódio nem ressentimento (dependendo dos casos). E são tão legais esses momentos de nostalgia. Você chegar até a pensar: “Ah, deu tudo errado e eu me fudi, mas tudo bem. Pelo menos a gente tinha uma trilha sonora bem bacana”. Sei lá se isso serve de consolo, mas enfim...

Wednesday, May 07, 2008

Dirty little secrets

Às vezes as pessoas não tem nada melhor pra fazer e resolvem inventar jogos estranhos pra passar o tempo. E foi o que aconteceu nessa noite em questão quando resolvemos brincar de “conte algo pra pessoa ao lado que ela ainda não saiba”. Sei lá que raio de brincadeira foi essa, mas todo mundo resolveu participar mesmo já sabendo desde o começo que ia dar merda.
De inicio ninguém contou nada muito bombástico. Apenas revelações corriqueiras que não mudaram o curso da vida de ninguém. Mas essa que vos escreve guardava um terrível segredo há algum tempo já, tipo uns dois anos. E quanto mais passava o tempo, mais ficava difícil se livrar desse fardo. Mas naquela noite decidi que precisava me libertar disso e quando chegou minha vez de falar nessa fabulosa brincadeira fiz um pouco de mistério e comecei a despejar as informações: “Então, lembra aquela noite que fomos na all starz e quando voltamos pra casa ficamos presas pra fora porque tínhamos perdido as chaves e tivemos que ficar no Kharina fazendo hora até podermos entrar na sua casa? Pois é. A chave estava o tempo todo na minha bolsa, só que eu só fui encontrá-la dia seguinte quando procurei melhor. E depois disso eu fiquei com medo de te contar isso porque eu sabia que você ia ficar puta”. Quando eu terminei de contar a minha pequena omissãozinha juro me senti mais leve, apesar do olhar incrédulo das pessoas por eu não ter contado isso antes. Não era tão grande coisa assim, mas sabe como é né? Os dias vão passando e quando você pensa melhor no assunto resolve que é melhor deixar pra lá e não falar nada...
Valeu a pena contar? Valeu. Porque eu não sei por quanto tempo mais conseguiria manter isso comigo. Por outro lado a cara de “vou te matar” que fizeram pra mim não foi lá muito agradável. Mas esse é o preço da sinceridade gratuita, não? Claro que da próxima vez vou pensar duas vezes em compartilhar certas informações com as pessoas, porque às vezes elas são mais felizes sem saber de certas coisinhas.

Monday, May 05, 2008

Filósofos de boteco

Conversa vai, conversa vem. Assuntos de extrema relevância são discutidos no bar, como por exemplo o caso de Ronaldo e os travecos, o homossexualismo na Grécia antiga, o frio de Curitiba e por aí vai. Na volta pra casa começa uma discussão acalorada sobre relacionamentos e meu amigo pergunta: “Você espera encontrar alguém que preste na balada?” Eu respondo: “Não acho impossível”. Porque pra mim “prestar” é relativo. Depende da situação e do que você julga ser bom pra você naquele momento.
Aliás, eu vou além. Acho que dá pra encontrar pessoas que “prestam” em qualquer lugar. O problema é que às vezes eu tenho medo das pessoas porque eu penso: “Se eu sou um traste porque aquela pessoa vai ser melhor do que eu?”. É melhor ir esperando o pior mesmo, porque no máximo você vai dizer: É, eu já sabia que isso ia acontecer. Claro que pode acontecer da pessoa te surpreender positivamente, mas é bem mais raro. Mas o fato é que o que não presta sempre me despertou o interesse. E eu sei que isso também acontece com 77,13% das pessoas que eu conheço. Ok, a estatística é forjada mas era só pra dar um pouco mais de credibilidade pra história. Entretanto a linha de pensamento tem seu fundo de verdade. Acho que pessoas “certinhas” nunca fizeram o meu tipo e não sei se isso um dia mudará.
Como no momento eu não penso em me casar e constituir família o conceito de prestar pra mim não faz tanta diferença. Eu só quero alguém que preste pra conversar, ir ao cinema comigo, andar de mãozinha dada e dormir abraçada no frio. Não é pedir demais, é?

Saturday, May 03, 2008

Você deve chupar muitos limões porque você é muito amarga

- Vai lá pegar uma cerveja.
- Ah, não. Vai lá Bruna.
- NÃO. Ela pediu pra VOCÊ pegar a cerveja. Qual parte você não entendeu?
(...)

Pois é. Depois eu ainda reclamo quando me chamam de grossa...

Monday, April 14, 2008

Vacas magras, quase anoréxicas

Quando as únicas coisas que você consegue se preocupar num fim de semana são o fato de você precisar trabalhar na segunda, precisar estudar pra prova de Ciências Políticas, ter um seminário pra apresentar e precisar cortar o cabelo urgentemente, só pode significar uma coisa: Você encontrou a paz espiritual! Calma, eu explico...
É que normalmente fins de semana são dedicados a ficar pensando e remoendo todas as merdas que você fez/disse durante a semana. Também são dias onde você procura curar a ressaca moral, que vem acontecendo com freqüência, diga-se de passagem, e faz resoluções de vida pra que a semana seguinte não seja tão trash. Mas quando você aceita que as vacas andam magras e que você não possui uma vida amorosa, aceita que o mundo deu voltas bem estranhas e que você já não se sente mais em sintonia com as pessoas que antes se dava tão bem e aí você pára de ficar reclamando que tudo sempre dá errado, pára de ficar tentando inventar amores e fazer experiências bizarras com as suas emoções, tudo fica bem. Na verdade fica tudo maravilhosamente tedioso, mas e daí? Às vezes a gente cansa de um drama mesmo. E nada como ter outras coisas pra ocupar a cabeça. Faz bem! Eu recomendo...

Wednesday, March 26, 2008

Panic! at the market

Bom, essa história aconteceu com a amiga de uma amiga minha. Tá, agora que eu falei isso vai ficar mais que na cara que a história aconteceu comigo. Droga! Preciso aprender a mentir melhor. Mas enfim... Era domingo à noite. Eu e algumas pessoas estávamos tomando umas cervejinhas pra começar a semana bem, então chegou a hora de ir embora. Eu iria de carona com um amigo. Ok, na noite anterior nós tínhamos ultrapassado um pouco os limites da amizade e demos uns beijos, mas e daí? Amigo sincero beija na boca, certo?
Antes de nos retirarmos do recinto ele me perguntou: “Preciso passar no mercado antes de te deixar em casa. Tudo bem?” Eu respondi que sim. Não vi mal nenhum naquilo. Na hora de se despedir do resto do pessoal da mesa, perguntaram: “Mas por que estão indo tão cedo?” Nós respondemos que estávamos indo no mercado. E as pessoas malvadas da mesa retrucaram: “ONNN que bonitinhos! O casal vai fazer comprinhas!” PRONTO! Naquele momento algo que pra mim sempre foi tão do bem e tão inofensivo se tornou um pesadelo. Descobri que tinha uma certa fobia de ir ao mercado junto com alguém que eu estou ficando. Pode parecer estranho, mas pra mim soa como uma coisa tão séria, tão coisa de casal que tem um relacionamento sólido e estável. Algo que eu jamais estive perto de ter na minha vida e meio que evito também, porque eu não sou muito fã de relacionamentos. Mas isso não vem ao caso agora.
Ir com a mãe, o pai, amiga é uma coisa. Agora ir com alguém que você beija na boca e anda de mãozinha dada é outra. De qualquer maneira aquela ida ao mercado foi tranqüila. Não terminou em pedido de casamento nem nada assustador, mas me deixou traumatizada e desde então eu não fui a mesma no que diz respeito à mercados. Até que um belo dia resolvi enfrentar meus medos e acompanhar meu interesse amoroso nas compras. E olha que eu fujo de ir ao mercado como o diabo foge da cruz, porque além de me dar medo, eu acho esse tipo de programa uma chatice. Porém naquele dia surpreendentemente me vi cantarolando e sapateando no mercado. É, tipo feliz da vida mesmo.
Sei lá, quando você realmente gosta de alguém fazer compras, pagar contas, enfrentar filas e outras coisas chatas que gente grande faz se tornam divertidas. Tudo fica tão lindo e colorido que até o inferno parece um lugar agradável se você estiver na companhia dessa pessoa. Tá, nem tanto. O importante é que naquele dia eu descobri que o problema não era ir ao mercado em si, mas com quem você vai ao mercado. E felizmente acho que superei meu trauma de mercados. Sim, finalmente uma história com final feliz por aqui.

Friday, March 07, 2008

Cheers darlin'

Um brinde as más escolhas. Ao tempo perdido. As mentiras. Aos erros. As decepções. As expectativas. Aos problemas. As traições. As esperanças. As lágrimas. As omissões. À dor. À indiferença. Ao desespero. À melancolia. Ao ressentimento. À angústia. Ao vazio. Ao arrependimento. As desilusões. Ao sofrimento. À amargura. Ao rancor. À tristeza. À incerteza. À obsessão. Ao ódio e ao amor, claro.


Viva!

Monday, February 04, 2008

Lágrimas e chuva

Há alguns dias atrás estava passando de carro e vi uma moça chorando e comentei com a minha amiga: “Nossa, que trash. Chorando no meio da rua. Acho que nunca fiz isso!” Ram, mas que balela. Claro que eu já fiz isso. Não lembro como, onde, nem porque, mas certamente já fiz. Lágrimas fora de hora são assim mesmo, não pedem licença e já vão saindo. Não importa o lugar e a ocasião. Elas não fazem cerimônia.
Pode acontecer quando você está na faculdade, na farmácia, no mercado, no bar, na rodoviária. Ou às vezes você está lá sentada no ônibus (mas tem que ser sentada porque senão você vai ficar pensando que queria estar sentada mas não dá porque a porcaria do ônibus está cheio e que na real você precisa de um carro pra se locomover), olha pela janela e começa a pensar em tudo que está errado na sua vida e pronto: Quando você percebe elas já estão brotando em seus olhos. As benditas lágrimas. Aí você não sabe se dá vazão à emoção e se descabela de chorar ou se procura lencinhos na bolsa pra enxugá-las antes que todo mundo perceba que você não consegue disfarçar suas emoções. Mas quer saber? Foda-se o que os outros vão pensar, afinal é provável que você nunca mais veja aquelas pessoas na vida mesmo. Que diferença faz?
Sou a favor do direito de chorar em lugares públicos. Porque em casa sozinha não é a mesma coisa. Falta aquela adrenalina de ficar se escondendo dos outros pra ninguém perceber. Em casa você chora, grita, xinga, bate com a cabeça na parede, se descabela e não vai ter ninguém pra te olhar com uma cara desconfiada. Como se chorar fosse uma coisa realmente horrível. Se reprimir é que é terrível, isso sim. Chorar faz bem, como diria meu pai. Claro que não resolve porcaria nenhuma, mas e daí? É bom extravasar. Aliás, me admira que eu não encontre uma pessoa chorando a cada esquina porque vamos ser francos: O mundo não é um lugar tão feliz assim, longe disso.
Fiquei imaginando o que poderia ter acontecido de tão ruim com a moça do inicio da história. Eu devia ter saído do carro e ido abraçá-la, embora provavelmente ela ia achar que eu fugi de algum manicômio porque ninguém sai na rua abraçando desconhecidos. Mas não importa... Acho que ela estava precisando e da próxima vez que eu ver alguém numa situação parecida vou fazer isso.

Saturday, January 26, 2008

No surprises

Tem alguma coisa nova pra fazer? Não! É, deve ser por isso que prefiro ficar em casa numa sexta-feira à noite. Ler, ver filme, comer, escrever ou dormir é mais produtivo que apertar o rewind e depois assistir a mesma coisa de sempre. As mesmas pessoas, os mesmos assuntos, as mesmas músicas, as mesmas bebidas, os mesmos fiascos.
Que tal um novo romance? Ih, melhor não. Inventar um novo amor nunca dá certo mesmo. Depois de escrever uma tragédia de final de ano com um desfecho bizarro o roteirista do seriado resolveu tirar férias e se mandou pra alguma ilha tropical, já que o clima de Curitiba anda uma porcaria. Férias mais que merecidas, devo admitir. “Mas e o show, como fica?” Perguntam os telespectadores. O show fica um saco. A falta de emoção desse ínicio de temporada já começou a refletir na audiência, que anda dando traço.
Acho que preciso de um novo roteirista pra temporada 2008. Cansei do antigo. As histórias dele já não emocionam mais como antigamente. Também preciso de novos ares, novos personagens, nova locação, novo figurino, nova maquiagem...

Monday, January 21, 2008

Vira o disco, porra!

Quando você decide parar de sair contando tudo da sua vida por aí, você sente que evoluiu espiritualmente, se tornou uma pessoa mais sábia. Mas na verdade você só decidiu ficar quieta porque sabia que as pessoas iam meter o pau se soubessem o que você andava fazendo por aí nesses dias de ausência. Mas chega uma hora que não dá mais pra agüentar e você decide romper o silêncio. As pessoas precisam saber em que mar de lama você se meteu dessa vez. E você também precisa ouvir palavras de afeto e consolo dos seus amigos. Então você reclama. Reclama muito mesmo. No meio da rua, às 3 da manhã. E você não tá nem aí se tá fazendo um escândalo, gritando, esperneando e acordando as pessoas porque você precisa colocar tudo pra fora. Você passou do seu limite, aliás passou tanto do limite que já nem sabe mais onde ele costumava ficar. E convenhamos que escutar demais e falar de menos não combina com você.
Naquela noite você dorme aliviada, parecendo ter tirado um peso de seus ombros. Um peso que você mesma decidiu carregar e está ciente disso porque agora você virou uma adepta fervorosa do carma e sabe que tudo que aconteceu foi culpa sua mesmo. Tem malditas horas nas nossas vidas que a gente resolve se auto-punir. Uma espécie de pagamento de pecados com juros e correção monetária. E assim os dias vão passando, com você reclamando e seus amigos pacientemente ouvindo. Coitados. Mas esses amigos foram eleitos por você como pessoas que você pode contar tudo. Eles te amam e precisam te aturar. Mas até você cansa de você mesma uma hora. Então decide deixar essa história pra lá. Você finalmente vira o disco e resolve tocar ritmos menos perigosos. O travesseiro é seu melhor amigo nesses dias. E se tem uma coisa que realmente irrita são noites em claro por causa da bendita insônia. É um saco você ser privada de uma das coisas que mais gosta de fazer, não?
Eis que você percebe que atingiu a 3ª idade com 20 anos porque sua vida se baseia em comer, dormir e ver televisão. Em determinado momento você se pega assistindo Anaconda 2 (como se o primeiro já não tivesse sido ruim o suficiente). Para você isso tem alguma coisa de assustador. Será que você realmente chegou ao fundo do poço? Seria o principio do fim? Melhor nem pensar muito sobre esse assunto. Como dizem, “depois da tormenta vem a calmaria”. Sei lá, deve ser uma mistura de inferno astral, crise existencial, bloqueio criativo, bagunça mental e tédio. Ok. Você queria paz, tá reclamando do que agora? Da rotina enfadonha e do marasmo? Pois é meu bem, ter que virar o disco é um saco mesmo.

Saturday, January 19, 2008

Ano novo, vida velha

O que está acontecendo? O que nós estamos fazendo? Aonde tudo isso vai dar? Isso é certo? O que você realmente quis dizer com isso? O que eu sou pra você? O que deu errado? De quem é a culpa? Será que algum dia...? Meu Deus! Quanta pergunta desnecessária! Na verdade, acho que não preciso mais saber dessas respostas, então resolvi deixar pra lá. Sei lá, ultimamente o que eu mais tenho pensado é em não pensar. Tipo um exercício diário mesmo. O meu costume de ficar racionalizando e procurando sentido em todas as coisas não tava fazendo bem pra minha saúde mental, aí resolvi praticar essa nova técnica revolucionária, já que a última (a de arranjar problemas maiores que o anterior), não deu certo. Mas calma aí, deixa eu explicar direito. Eu não virei um ser alienado aos acontecimentos do mundo. Devo deixar bem claro que eu apenas evito com todas as minhas forças pensar no que pode me fazer mal se eu refletir demais sobre. Se ater a detalhes pode ser bem perigoso, afinal alguém bem esperto já disse: O diabo mora nos detalhes. Outro procedimento importante que incorporei no meu dia-a-dia é sempre esperar o pior dos outros porque expectativa só gera decepção no final das contas. Aí quando acontece, e geralmente acontece, eu apenas digo: Ah, já estava esperando por isso mesmo. O que evita aborrecimentos maiores. Claro que é imprescindível sempre manter o otimismo diante das circunstâncias. Se cair na rede é peixe e o que vier é lucro. Assim que funciona. E por fim e não menos importante, tomei a decisão de não tomar decisões. Não estou apta pra fazer escolhas no momento e a fuga me parece a melhor forma de adiar resoluções definitivas. Esse negócio de “nunca mais” me assusta, então prefiro não correr riscos e sair correndo mesmo. Pode dizer que tudo isso não passa de auto-enganação e que eu sou fraca e covarde. Foda-se! Porque como diria minha prima: O importante é ser feliz. E se eu estou feliz assim, o resto é resto! E tenho dito...