Thursday, July 26, 2007

Dorzinha no coraçãozinho

Você solta uma piadinha aqui, um comentário irônico ali, uma metáfora acolá e todo mundo pensa: “Nossa, como ela tá se recuperando bem do seu último relacionamento desastroso. Aposto que vai sair dessa sem seqüelas emocionais”. Há, aí é que eles se enganam. Você finge que está tudo bem porque quer mostrar que é uma mulher superior e que levou a história toda na esportiva. Mas essa não é uma tarefa nada simples.
Tem malditos dias que a porra do coração dói demais, dói tanto que dá vontade de sair gritando e quebrando tudo e você só não faz isso porque essa seria uma atitude de uma pessoa sem amor no coração e pouco civilizada, e é óbvio que nesse momento seu coração transborda amor, bem mais do que você queria, e quanto a civilidade, bem você não é tão civilizada assim não, mas enfim...
O apoio das amigas é fundamental nessas horas. Uma sugere: Passa mercúrio cromo no coração que logo fica tudo bem! Outra fala pra eu encher a cara. Recomendam também que eu vá me benzer. Passar mercúrio cromo não vai resolver nada, quem sabe arrancar a porcaria do coração fora e trocar por um novo resolva, mas a idéia de beber é sempre válida. O problema é que quando você acorda no dia seguinte, além de estar com uma puta ressaca ainda tem a porra do coração que continua doendo pra caralho (mais que no dia anterior, se possível). Estou pensando seriamente em ir me benzer...

Thursday, July 12, 2007

Amor bandido - 2007

Chegou ao final mais uma temporada do seu reality show/novela mexicana favorito “Amor bandido”. Num final apoteótico a mocinha levou um chute na bunda e foi catar coquinho na descida. A audiência como era de se esperar foi espetacular. Segundo os críticos essa temporada do seriado deu um enfoque maior aos aspectos psicológicos das personagens e tentou explicar através dessa abordagem porque elas são tão problemáticas e estranhas. “Foi uma temporada com uma carga dramática bem elevada. Teve muita baixaria, falcatrua e choradeira, como já era esperado.” Os contratos com o elenco já foram renovados. Obviamente algumas personagens, que não caíram nas graças do público, foram retiradas do show. Para a próxima temporada os roteiristas da série prometem várias reviravoltas e surpresas com relação a personagem principal, que no final da temporada resolveu chutar o pau da barraca e se abraçar na garrafa de curaçao blue, de martini, de vinho e todas as outras que encontrou pela frente. “É bem provável que ela mostre um lado mais obscuro e amargo nessa próxima temporada devido aos acontecimentos traumatizantes que ela sofreu”. Com relação ao próximo par romântico da mocinha surge uma dúvida: Será que ela conseguirá entregar seu coração para alguém novamente? Aguarde por mais notícias e não perca a próxima temporada de “Amor bandido”, o único reality show/novela mexicana sem final feliz e transmitido 24 horas por dia.

Wednesday, July 11, 2007

Bad trip

Não é todo dia que te chamam de idiota. Mas quando você resolve dar umas mordidas no pão que o diabo amassou é até normal que te chamem disso, ou coisa pior. Só que no fim das contas é bom ser chamada de idiota, porque aí você lembra que tem que voltar para sua dieta saudável, afinal o pão amassado e pisoteado pelo capeta não tem um gosto nada agradável.

Wednesday, July 04, 2007

Amando, a mando do capeta

Num momento de insanidade temporária resolvo escrever um e-mail expondo todos os meus sentimentos. Convenhamos que alguém mais esperto não faria esse tipo de coisa. Alguém mais esperto provavelmente fingiria que nem se importa. Mas como eu já disse estou alegando insanidade temporária e essa será minha defesa.
Me levanto e abro o bloco de notas e nesse instante uma vozinha dentro de mim diz: “O que você tem nessa cabeça? Feche agora esse maldito bloco de notas e nem pense em escrever um e-mail sobre como você sente falta daquele demônio!”
Esse era meu lado racional falando. Todavia, o lado emocional me dizia: “Você precisa se livrar desse peso que você carrega nesse singelo coraçãozinho que não tem culpa de estar amando. Escreve logo de uma vez!” E adivinha quem levou a melhor nesse conflito interno entre razão e emoção?
Num ato de desmedida coragem, pois é, burrice agora ganhou outro nome, resolvo então escrever.
Depois de três horas, tentando soar o mais sensata possível, consigo finalizar o bendito e-mail. Mas não me sinto preparada para mandá-lo ainda. Parece-me que falta algo. Deixo então, o bloco de notas aberto, caso mais alguma coisa tenha de ser escrita.
O que eu não sabia é que escrever seria a parte fácil. Enviar o e-mail, porém, se mostrava uma tarefa bem mais difícil do que eu pensava. Depois de ler o e-mail 483 vezes (ainda bem que não sou quase nada perfeccionista, leia-se: chata) e me certificar que tudo estava nos conformes finalmente resolvo envia-lo.
Quando vou clicar no “enviar” a vozinha da razão tenta um apelo final: “Tem certeza que vai mandar isso mesmo? Olha que não tem mais volta depois de enviado.” Aí é a vez da emoção revidar: “Ah, olha o trabalho do cão que você teve pra escrever esse e-mail, você já tá na merda mesmo. Manda!”

Placar final: Emoção 19 x 0 Razão

Monday, July 02, 2007

Dois pra lá e dois pra cá

Toda pessoa possui um talento especial, certo? Certo. Eu sinceramente não descobri ainda qual é o meu, mas posso afirmar com toda certeza do mundo que não é dançar.
Confesso que sempre tive inveja das pessoas mais coordenadas que eu. Me lembro das festas de 15 anos onde todas as meninas sabiam as coreografias dos hits do momento e eu ficava lá com uma cara de paisagem abanando os braços e tentando acompanhá-las e sempre errava os passos. Isso foi traumático. Ainda bem que não preciso mais ir nesse tipo de evento passar vergonha. Mas isso não significa que meus problemas acabaram porque ainda existem vários lugares pra dar vexame dançando.
Se tem uma coisa que eu tenho pavor é quando alguém me chama pra dançar forró. Eu entro em pânico e fico com vontade de fugir, mas as pessoas insistem e dizem: "É fácil, dois pra lá e dois pra cá." Fácil o caralho! Eu simplesmente não consigo e todo mundo que já tentou me ensinar notou que não dá, que eu não nasci pra coisa mesmo. Mas eu já nem ligo mais pra isso, eu não sei dançar e esse é um fato imutável e incontestável.
Então, em nome do bem-estar da nação se algum dia você sair comigo, por favor não me chame pra dançar forró, axé, samba, funk, valsa ou qualquer coisa que exija o mínimo de coordenação motora. Pode me deixar sozinha no canto bebendo que eu não ligo...