Sunday, March 14, 2010

O horóscopo e a libertação

Numa daquelas acaloradas discussões de bêbados envolvendo tópicos de suma relevância para a existência humana, o assunto que entrou em pauta foi a astrologia e até que ponto ela influencia, se é que causa alguma influência, na personalidade e no curso da vida de alguém.
A princípio fiquei em cima do muro, pois não vou negar que durante muito tempo tive o hábito de consultar diariamente meu horóscopo, além de ler informações e características relacionadas ao meu signo. Óbvio que nunca levei nada daquilo que estava escrito muito a sério. É o tipo de coisa que você lê e o logo abstrai, pois não te agrega absolutamente nada. Veja, por exemplo, meu horóscopo de hoje: “Relacionamentos voltam a fazer parte de suas preocupações. Mas desta vez de forma positiva. Você sabe que algo deve mudar, mas sabe também que muito dessas mudanças não está em suas mãos. Relaxe e deixe o Universo fazer a sua parte.” Relaxar e deixar o Universo fazer o que ele bem entender? Ok! Vai dizer que não são ótimas palavras para trazer alento para um domingo chuvoso e cinzento? Juro que queria conhecer a pessoa responsável por escrever essas coisas. Pensa só: São 12 signos e são 365 dias por ano. É muita ladainha pra inventar e escrever ao longo do calendário. Haja criatividade...
Enfim, o fato é que agora, pensando com mais clareza (leia-se sóbria) sobre a questão, não vou negar que talvez seja uma ilusão acreditar que a posição do sol com relação às constelações, no momento do nascimento de alguém, de alguma maneira afete a personalidade e as relações desse ser. Como diabos alguém vai saber alguma coisa da minha vida e mais, prever algum acontecimento, simplesmente baseado no horário que eu nasci e a posição que os astros ocupavam naquele fatídico momento? É meio arbitrário e inconcebível.
Mas independente de acreditar ou não e apesar de ter me libertado do meu vício, ainda leio meu horóscopo às vezes, porque tem dias que nós não queremos ser racionais e nos apegamos a qualquer vestígio de esperança que o nosso dia não será um tédio total e quem sabe algo de incrível aconteça, tipo encontrar um novo amor, receber um prêmio ou quem sabe ganhar rios de dinheiro...

Monday, March 08, 2010

Doses homeopáticas

Todo mundo tem um amigo que se viesse com uma bula, deveria conter a restrição: “Utilizar em doses homeopáticas”. Porque, convenhamos, existem indivíduos que às vezes conseguem ser uma companhia bem desagradável, e por mais que gostemos dessa pessoa, quanto menos você vê-la melhor para sua sanidade mental.
Não sei o que acontece, mas ocasionalmente você fica algum tempo sem entrar em contato com determinada pessoa, chega até a sentir saudade da criatura e quando a encontra, pensa: “Como eu pude aturar esse ser por mais de cinco minutos em algum momento da minha existência?” Ótima pergunta! Muitas vezes os amigos de doses homeopáticas possuem bom coração, boa índole e são até mesmo simpáticos, porém de alguma forma conseguem ser irritantes: seja porque são egocêntricos, gostam de se vangloriar e não são nada modestos, falam tanto que chega a dar uma convulsão mental, estão sempre discordando de qualquer coisa que você fale, só reclamam e ficam choramingando, inventam histórias estapafúrdias ou porque simplesmente não são muito inteligentes. Os motivos podem ser vários, no entanto, algo torna aquele sujeito muito chato em momentos que você não está lá esbanjando paciência. Quem sabe num passado muito distante ou não tão distante assim, vocês possuíam mais afinidades e se davam maravilhosamente bem, mas a realidade agora é outra baby: seu amigo é um porre e toda vez que ele abre a boca você se imagina esfaqueando-o para que ele cale a boca. Certas vezes dá até vergonha de apresentar o camarada pros outros amigos.
Mas o que fazer? Não pode destratar o colega não é? Mas também não precisa dar trela pro figura, a não ser que você esteja num daqueles dias onde quer testar seus bons modos e ver até onde vai sua calma. A minha eu sei que não vai muito longe, por isso eu sigo a bula e evito doses cavalares...

Thursday, March 04, 2010

A arte de espantar pretendentes

Conhecer um novo alguém é sempre uma ótima oportunidade de se reinventar e não cometer os mesmos erros. E quando eu digo reinventar, não quero dizer MENTIR sobre seu passado obscuro e sim OMITIR esses detalhes, transformando o mar de lama que você se envolveu em algo produtivo.
O ideal é que menções a esses períodos conturbados de sua vida sejam esporádicas e não comprometedoras, ou seja: só responda o que te perguntarem! Não saia contando tudo sem motivo. Mas se você é como eu e peca pelo excesso de informações, muita calma nessa hora. Evite, por exemplo, dizer que seus relacionamentos não duram mais de um mês porque você enjoa fácil das pessoas. Não comente que fidelidade não é o seu forte e que você não fica de consciência pesada depois que mente ou faz alguma merda, porque seu novo affair pode achar que você não é alguém muito confiável. Além disso, não confidencie que quando você bebe você não liga para absolutamente mais nada e faz o que bem entender. E por falar em beber não revele os fiascos envolvendo bebida alcoólica nos quais você já se envolveu, pois o pretê pode concluir que você não é uma pessoal normal (e talvez não seja mesmo).
Caso você saia com essa pessoa para o agito, não comece a mostrar todos os peixinhos que caíram na sua rede, porque a partir daí ela pode presumir que você é meio vadia, e você não quer que ela pense isso de você. Quer? Outra coisa importante é não expor que tipo de falcatrua você andou aprontando por aí, pois seu novo amor pode se assustar com a tua falta de vergonha na cara e de amor ao próximo. Ah, e se você ver algum ex e te der um aperto no peito, deixe pra chorar até ficar desidratada EM CASA e SOZINHA. Não comece a se descabelar na frente do pretê porque pega mal. Aliás, o assunto ex é um tabu. Ex bom é ex morto. Portanto, jogue um caminhão de areia nessa história e deu. Mas caso perguntem por que seus relacionamentos anteriores deram errado, você sempre tem a opção de colocar a culpa no falecido. Afinal a culpa é sua e você a joga em cima de quem você bem entender. Outro aspecto crucial é não mostrar logo de cara as peculiaridades e manias estranhas que você possui e procurar evitar também surtos psicóticos, gritos, crises ou qualquer tipo de siricutico, pois isso pode assustar seu novo par romântico. E por fim, se a tua moral por aí andar mais baixa que cu de cobra, e a tua caveira já estiver feita para o pretendente, aí fudeu. Só te resta pedir o benefício da dúvida.
Claro que se você for uma pessoa do bem, que não traz em seu currículo qualquer tipo de atividade sórdida que você está tentando desesperadamente esquecer e que não tenha absolutamente nada para esconder, não há motivos para se preocupar, porque quem não deve não teme, certo? Certíssimo. Como eu devo, com certeza eu temo.