Saturday, August 29, 2009

Let's get excited - Parte I

Era Sexta-Feira Santa, a casa da amiga estava liberada e como ótimos cristãos que somos, achamos que seria interessante fazer um retiro espiritual para refletir sobre nossas vidas e buscar a paz interior. Tá, mentira. Nós resolvemos fazer uma festinha onde a idéia era beber até cair.
Cheguei por volta das 13 horas na casa da anfitriã e fui recebida calorosamente com um copo de Whisky. Naquela tarde Kaipy também fazia parte do menu de bebidas. E pra quem nunca teve o imenso prazer de se deleitar com esta iguaria, ela encontra-se a venda no Mercadorama mais próximo da sua casa. Além de vir numa garrafa de plástico (olha só que beleza, dá até pra reciclar depois) e ser vendida a um preço módico, tem alto teor alcoólico. Fica a dica!
Ok, confesso, a Kaipy é horrorosa. E por isso resolvemos fazer caipirinha de verdade num recipiente comprado especialmente para a festa: Um balde. Depois dessa parte não me lembro direito o que aconteceu, sei que rolou um PT coletivo no evento. Juro. Nunca vi tanta gente capotada junta. Pensando bem eu não vi nada porque depois de vomitar horrores, juntei minhas últimas forças, caminhei até a beira da piscina, deitei e por lá resolvi ficar.
Alguma alma caridosa me levou para um dos aposentos da casa e por lá me largou, pois quando acordei não estava mais perto da piscina. Meu mundo ainda girava, mas criei coragem, levantei e fui me olhar no espelho pra ver se estava muito acabada. Eis que tive um choque: Eu estava azul. É, AZUL! Minhas excelentíssimas amigas aproveitaram meu estado de embriaguez e pintaram meu corpo com um pincel atômico. Desci com o capeta no corpo para tirar satisfações com as “artistas”, mas depois de começar a ouvir todos os fiascos da festa me acalmei. Além do mais isso não era nada comparado a outra amiga que também passou mal e resolveu pular a cerca elétrica da casa de dentro para fora e foi achada perto de uma árvore nas redondezas. Não sabemos ainda como a moça não morreu eletrocutada.
Outro mistério que ainda paira sobre essa festa é “Quem cagou no banheiro da suíte e não puxou a descarga?” Os principais suspeitos negam até hoje terem cometido tal ato. E seja lá quem tenha feito isso, o ser não limpou a bunda porque não havia papel higiênico nesse banheiro.

Friday, August 21, 2009

Salto from hell - Parte II

A última vez que usei salto foi no casamento do meu primo há 5 anos atrás e sinceramente não sei como agüentei ficar com aquele negócio no pé por mais de 4 horas seguidas. Acho que quando somos mais novos, somos mais tolerantes ao sofrimento. Sei lá...
Sei que se passaram alguns dias e eu fui chamada para uma outra entrevista. E como eu tinha colocado na minha cabeça que iria de salto, eu fui de salto. Ok, eu fui de tênis. Mas levei os benditos sapatos junto dentro da minha bolsa. Orra, dá um desconto né? Uso salto uma vez na vida, outra na morte. Não estou acostumada!
Desci no tubo perto da empresa, olhei pro cobrador e disse: “Não conta pra ninguém tá? Mas eu odeio usar salto.” E coloquei os sapatinhos e comecei a caminhar. Juro que foram as 3 quadras mais longas que já percorri na minha vida. Caralho! Andar de salto nas calçadas esburacadas de Curitiba é trash. Mas tudo deu certo e consegui chegar sem levar nenhum tombo. Menos mal!
Nesse mesmo dia tive outra entrevista na parte da tarde e fiz o mesmo esquema, fui de tênis e dessa vez resolvi fazer a troca no elevador. Fiquei torcendo pra ninguém entrar junto comigo, mas acabou entrando a zeladora do prédio e assim que comecei a descalçar meus tênis já fui logo me explicando. Não sei porque tenho mania de dar satisfação para estranhos, mas sempre dou. Disse para ela que odiava usar salto, mas que às vezes era necessário. Ela sorriu e concordou.
Não adianta, muitas vezes você é julgado pela aparência e pelo modo como se veste. Acho errado, mas as coisas são como são. Não tem como fugir de certas situações... E é por isso que eu digo: Quem não tem cão caça com gato. Quem não tem Jesus no coração usa salto! Juro que resolve. Bem, no meu caso pelo menos resolveu...

P. S. Depois dessa odisséia não pretendo me aventurar a usar sapatos com salto tão cedo novamente. Definitivamente não nasci pra essa vida...

Thursday, August 20, 2009

Salto from hell - Parte I

Como não tenho roupa social, normalmente quando vou a uma entrevista de emprego coloco no máximo uma camisa e tiro meu piercing do nariz. Mas vou de calça jeans e tênis mesmo. E deve ser exatamente por isso que não me contratam. Mas enfim...
Naquela quinta-feira não foi diferente. Coloquei minha camisa azul, calcei meu all-star branco e tomei meu rumo. Lembro bem que aquele dia meu cabelo não estava cooperando muito. Que ódio quando isso acontece! Quando cheguei à empresa já havia uma moça sentada esperando e ela foi chamada na minha frente para a entrevista.
Da sala de espera dava para ouvir o que a entrevistada e a entrevistadora conversavam, mas nem fiquei prestando atenção. Atentei para o fato de não estar me sentindo nervosa. Era esquisito na verdade, pois não me sentia à vontade em diversas circunstâncias, como em apresentações de seminários, por exemplo. Mas em entrevistas de emprego tudo sempre fluía tranqüilamente. Antes, durante e depois. O fato é que acho que nunca encontrei um trabalho que eu REALMENTE queria a ponto disso me deixar preocupada ou em pânico. Fiquei pensando nisso e em outras bobagens quando escutei: “Pois é, encontrei Jesus...” COMO ASSIM ENCONTROU JESUS, MOÇA? Logo na entrevista? Jogo sujo meter ele na história! Como eu iria competir com alguém que encontrou Jesus? A última vez que me perguntaram se eu conhecia Jesus, respondi sarcasticamente: “Pessoalmente não!” e a pessoa não ficou nada satisfeita.
Pra encurtar a história, na minha entrevista correu tudo bem. Mas algo me dizia que não ia dar certo. E eu estava certa. Não me chamaram, mas aposto que chamaram a moça que esbarrou com Jesus. Ok. Não fiquei sentida. Mas tomei uma decisão: Na minha próxima entrevista eu iria de salto alto.

Monday, August 17, 2009

Wake me up when August ends

Tem momentos na vida que a gente se enfia num buraco e não há livro de auto-ajuda, palavras reconfortantes, vodka ou filme com final feliz que te faça crer que coisas melhores estão por vir.
Dá uma preguiça existencial. Vontade de sumir do mapa. Dormir por um mês seguido. Não falar com ninguém. A apatia toma conta. Um certo tipo de desespero também. Quanto mais você pensa mais angustiada você fica. Parece não haver saída, que tudo e todos conspiram contra.
Aí você resolve beber para afogar as mágoas. O problema é que aparentemente as bandidas aprenderam a nadar. E nessas quem se afoga é você. Num mar de arrependimentos e auto-piedade. Que ótimo!
Não demora então, para a melancolia e a tristeza baterem à porta. E você as deixa entrar numa boa e pensa: “Ah, logo elas vão embora”. Só que essas duas são extremamente inconvenientes. Não te deixam ir para qualquer parte sem carregá-las junto. Te fazem companhia desde o momento que você acorda até a hora que você coloca a cabeça no travesseiro para dormir. E pior: Parece que resolveram prolongar a visita.
Em dado momento você aceita essa condição e desiste de tentar fazer qualquer coisa para mudar esse estado de espírito. Mas chega uma hora que... Que sei lá o que você faz, porque meu barco naufragou na Ilha da Tristeza e eu ainda não consegui sair de lá.
Provavelmente depois disso você pára e fala: “Opa, peraí! Não vou me entregar assim tão fácil!” Aí você levanta, sacode a poeira, expulsa a tristeza e as amigas dela, bota um sorriso na cara e abre a casa inteira pra esperança poder entrar. Afinal, se você não acredita que as coisas vão melhorar, quem é que vai acreditar nisso por você?

Sunday, August 16, 2009

Ensaio sobre a cegueira

A história foi mais ou menos assim: Há algum tempo atrás resolvemos fazer um churrasco (sem carne, claro) e convidamos os mais chegados. Até aí tudo bem. O detalhe é que uma dessas ilustres convidadas estava com conjuntivite, mas como somos pessoas praticamente sem frescuras e sem noção também, insistimos para que ela estivesse presente.
“Olha, o negócio é sério! Acho melhor vocês evitarem contato com ela.” Tentou alertar o pai da amiga quando foi deixá-la no evento. Óbvio que não ligamos pro perigo eminente e muito menos demos ouvidos ao sábio conselho paternal. “Ná, capaaaaaz! Não vamos pegar não.” Resultado? A moça disseminou a peste na festa e uma semana depois TODO MUNDO estava com conjuntivite. Coisa do demônio mesmo.
Doía horrores, coçava, ardia, lacrimejava. Uma maravilha! Além desses sintomas super agradáveis tive que ficar um mês sem usar lentes de contato, e pra quem não sabe eu sou míope. Muito míope. Praticamente preciso de uma bengala e um labrador para me conduzir pelas ruas quando não estou usando lentes.
Como eu não tinha óculos, emprestei do meu pai um par que era mais ou menos do meu grau. O problema é que como não era exatamente o grau que eu usava, acabava tornando-se incomodo ficar com o dito cujo por muito tempo, pois dava dor de cabeça e tontura. E pra ser bem franca, fiquei traumatizada com esses óculos porque a única vez que resolvi fazer uma aparição em público usando-os, acabei ganhando o apelido de Chiquinha. Depois dessa larguei MESMO os béts de usá-los na frente de outros seres humanos.
Mas voltando a saga da cegueira... Naquele mês minhas idas ao oftalmologista tornaram-se bastante freqüentes e como ninguém podia me acompanhar, eu ia sozinha mesmo, sem enxergar porra nenhuma direito. Então, numa bela tarde voltando do consultório fui pegar o Cristo Rei na Carlos de Carvalho. Estava lá toda bonitona esperando e quando vi uma coisa amarelinha se aproximando pensei: “Opa, já está no horário. Deve ser ele!” Fui até a beira da calçada e comecei a dar sinal, só que o ônibus passou batido. Nem pensei duas vezes: Comecei a xingar o motorista de vários nomes em alto e bom som.
Foi aí que olhei para a traseira do ônibus e vi alguma coisa escrita e também reparei melhor no formato dele. Nesse momento me dei conta que o ônibus não era um ônibus, o ônibus era um carro-forte!
Queria MORRER de vergonha porque havia várias pessoas no ponto, que provavelmente devem ter achado que eu tinha batido minha cabeça ou algo do gênero. Nem tive coragem de olhar para trás na verdade. Saí correndo para o próximo ponto porque juro que naquela hora, tudo que eu queria era me enterrar viva. Foi bizarro.
Depois de algum tempo uma amiga me ensinou uma simpatia pra trazer dinheiro quando você vê um carro-forte. Nunca testei. Minha experiência depois desse dia diz que ver um carro-forte além de não te render dinheiro nenhum pode te fazer passar vergonha. Maldita hora em que eu achei que não daria nada ficar perto da amiga que portava o vírus do satã...