Monday, January 16, 2012

Oba, lá vem ela

"Não me importo que ela não me olhe, não diga nada e nem saiba que eu existo, quem eu sou, pois eu sei muito bem quem é ela e fico contente só em ver ela passar." Essa semana eu conheci o amor da minha vida. O único problema é que ela não mora na minha cidade, é heterossexual e tem namorado de longa data. Ah, e provavelmente eu nunca mais a veja na minha vida. Tirando esses pequenos detalhes, ela está na minha. Tá, ok. Ela provavelmente nunca ficaria comigo, mas enfim... Quem aí nunca teve um amorzinho platônico que atire a primeira pedra!
O bom do amor platônico é que ele sempre dá certo. Amor platônico não machuca e não faz mal a ninguém. Não cria expectativa ou ilude. Não mente ou trai. Ele nunca dá errado porque geralmente não se concretiza, então como fica somente no campo conceitual tudo é um mar de rosas. É fácil imaginar diálogos perfeitos com o seu amor falando tudo que você sempre sonhou em ouvir, afinal você é o roteirista dessa história e nada como você mesma para saber exatamente as palavras que te fariam balançar.
Mas claro que com o advento das redes sociais é fácil stalkear e saber detalhes da vida da pessoa. Tipo, o que ela gosta de ouvir, que filmes curte, quem são os melhores amigos dela, quais locais freqüenta, etc. E as lacunas que você não consegue preencher você inventa. Simples. Você molda os gostos da pessoa ao seu bel-prazer. Você jamais vai imaginar que ela tem chulé ou aquela irmã mala, por exemplo... 
No caso da referida moça acima que não possui Facebook e afins o poder de imaginação pode ir mais longe, até porque eu não conversei o suficiente com ela para colher informações úteis. Não sei, por exemplo, o que ela faz da vida, além de ser maravilhosamente linda. Mas sei que nosso casamento será em Berlin. Aquelas loucas... 
É bom inventar um amor para fugir um pouco da realidade que anda meio entendiante, pelo menos no setor amoroso. Óbvio que não resolve nada, mas pior do que está não fica. Amores platônicos não têm final feliz exatamente pelo fato de não terem um final. E é bom que algo não dê errado para variar, mesmo que no frigir dos ovos nunca tenha acontecido pra valer... 

Tuesday, January 10, 2012

It gets the worst at night

Depois de ter uma overdose de cigarros nas festas de fim de ano, tive uma epifania antes de ir trabalhar, e finalmente decidi: vou parar com essa merda! “Vou cuidar da carcaça” como diz uma amiga minha. Eis que revelo aqui os 7 primeiros dias da minha saga contra o tabagismo! 


Dia 01
Fumei meu último cigarro por volta das 08:45 e o dia transcorreu sem grandes desafios, pois a ressaca de cigarro do ano novo ainda dava as caras. Porém, quando a noite chegou foi bem difícil resistir à vontade de dar uma tragadinha. Então fiz um tererê na tentativa de começar a enraizar um novo hábito na minha vida que não envolvesse Marlboro. Não deu muito certo, aí usei o bate-papo do Facebook como recurso para me distrair. O que também falhou, porque eu continuava pensando incessantemente sobre cigarros. Decidi então chutar o balde e abrir uma cerveja e testar minha força de vontade. Também fui procurar informações a respeito do assunto para ler sobre todos os malefícios do tabaco e realmente me convencer que tomei a decisão certa. Depois disso concluí que o melhor era tentar dormir e esquecer desse vício que assola minha vida. 
1ª prova de fogo: tomei 3 cervejas sem fumar. 


Dia 02
Acordei com dor de cabeça, tontura e logo percebi que meu humor estava péssimo. No trânsito levei uma fechada e já tive um ímpeto de gritar com o motorista e extravasar meu ódio. A vontade de esfaquear alguém persistiu ao longo do dia e foi minguando depois que encontrei duas amigas e ficamos batendo papo por horas. Ao voltar para casa tive o desejo de acender um cigarro no carro, mas segurei a onda. Minha noite de sono foi péssima e acordei umas 28x durante a noite. 
2ª prova de fogo: estar no mesmo ambiente que outro fumante e abster-se de fumar. 


Dia 03
Como dormi mal, acordei com o humor ainda pior que o dia anterior e a dor de cabeça ainda não havia me dado trégua. Juro que durante a tarde até eu queria dar um tempo de mim mesma porque já não estava agüentando mais tanto azedume. A noite foi bem tranqüila no sentido de ter vontade de fumar, pois passei 3h dentro do shopping procurando por uma calça jeans que me caísse bem. Percebi que distrair a cabeça é o canal para esquecer dessa vontade louca de fumar que vai e vem. Ao chegar em casa arranjei outra distração: minha mais nova aquisição - uma câmera fotográfica super legaus. Fiquei brincando com ela por 2h e fui dormir. Felizmente minha noite de sono foi ótima. Acordei só uma vez na calada da noite para fazer xixi. Fato aceitável, porque eu tomei duas cervejas antes de dormir...
3ª prova de fogo: conviver comigo mesma sem fumar. 


Dia 04
Já aceitei que a dor de cabeça será minha companheira pelos próximos dias. Mas o fato de ser sexta-feira amenizou um pouco minha hostilidade. Só um pouco. Felizmente o dia passou rapidamente e sem muitas surpresas. Quando cheguei em casa resolvi acender um incenso e ler um pouco para relaxar. Até que foi interessante a experiência, fora o fato do incenso ter potencializado minha dor de cabeça. Concluí que vou ter que arranjar outra forma de desestressar. Resolvi então ver um filminho para distrair a mente. Funcionou, pois nem pensei muito em cigarro. Fui dormir depois da meia noite e capotei. 
4ª prova de fogo: chegar em casa depois de uma semana cansativa, abrir uma cerveja e não fumar um cigarrinho. 


Dia 05
Acordei por volta das 09:30 com o maldito vizinho que mora no apartamento de baixo cantando. Toda sexta-feira à noite, sábado e domingo de manhã ele coloca o mesmo CD e começa a cantar mais alto que a música. Minha vontade é sempre descer e matá-lo à machadadas. Mas ok, a vida em comunidade tem seus percalços, já aceitei isso. Depois de ficar praguejando e desejando que algo de ruim acontecesse com ele, consegui pegar no sono novamente e cochilei mais um pouco. Acordei  um pouco mais bem humorada, mas a dor de cabeça, óbvio, não me abandonou. E graças a isso comecei a me injuriar. Resolvi então sair de casa para espairecer e deu certo. Fiquei horas jogando conversa fora numa praça e depois fui para um churrasco. Na verdade, ir nesse churrasco foi uma verdadeira provação, pois a maior parte dos meus amigos são fumantes. Então enquanto eles estavam lá com seus drinks e cigarrinhos acesos eu ficava pensando: "por que eu parei de fumar mesmo?" Mesmo não encontrando respostas muito satisfatórias na hora eu não cedi a vontade de fumar e fui para casa bem orgulhosa da minha postura firme. 
5ª prova de fogo: ficar rodeada de amigos fumantes e abster-se de fumar. 


Dia 06
Acordei quase meio-dia, fui almoçar e depois uma amiga veio na minha casa. Tomamos tererê, conversamos, vimos filme e assim a tarde passou rapidamente sem transtornos. De longe, foi o dia mais tranqüilo com relação aos desejos de fumar. O problema foi quando bateu aquela famosa bad trip de domingo à noite. A vontade de acender um cigarro foi automática. Felizmente estava munida de um arsenal anti-tédio pesadíssimo no meu pc. Então o que fiz foi canalizar meus pensamentos para Desperate Housewives. Resolveu. Acho que ainda não posso voltar a ver Mad Men, porque a galera abusa do cigarro e biritas nesse seriado. 
6ª prova de fogo: enfrentar a bad de domingo sem fumar um cigas. 


Dia 07
Não é a toa que na segunda-feira as taxas de suicídio são maiores se comparadas com as dos outros dias da semana. Puta que pariu... como é difícil sair da cama na segunda. Mas ok. O dia correu melhor do que eu previa e passou sem demora. Pela primeira vez em dias, meu humor não estava um cu. Não vou exagerar dizendo que estava bem humorada, mas pelo menos não estava a ponto de matar alguém. Quando cheguei em casa caí na besteira de assistir um filme iraniano. Chato pra caralho. O que salvou a noite foi um episódio de Mad Men onde eles devem ter fumado uns 57 cigarros e me fizeram morrer de inveja, mas tudo bem. Sei que mais dia, menos dia não vou ligar mais para essas coisas. Ou assim eu espero que seja...
7ª prova de fogo: assistir um filme ruim de doer sem pausa para o cigarro e depois um episódio de Mad Men. 


Ufa, 7 dias, 168 horas, 10.080 segundos. Uma semana sem fumar! Espero que esses 7 dias se tornem 70 e que os 70, tornem-se 700. O caminho a percorrer é longo, eu sei, mas não falta força de vontade. Aliás, por mais clichê que seja dizer, vontade é algo que dá e passa (isso se aplica a tudo na vida, desde não ceder àquela fatia generosa de bolo de chocolate até evitar mandar um SMS para alguém indevido). Enfim, boa sorte para mim e não, eu não vou tentar um método que um amigo ensinou: “toda vez que sentir vontade de fumar tome um rabo de galo”. Meu fígado agradece. 

Thursday, January 05, 2012

Amor Bandido - 2011

Na temporada 2011 do reality show, tudo parecia estar se encaminhando na vida da protagonista, e estava mesmo... se encaminhando para o buraco. Tinha-se a nítida impressão que nossa heroína iria casar, comprar lindos cachorrinhos e ser feliz para sempre ao lado de sua amada, mas não. Aos poucos os roteiristas do show foram deixando o enredo mais denso e inserindo situações de conflito na vida a dois da estrela da trama. As brigas que antes eram inexistentes, começaram a se tornar cada vez mais freqüentes e nem o episódio de Carnaval que foi gravado nas locações em Florianópolis foi suficiente para apaziguar os ânimos do casal que andavam bem exaltados. 
A partir daí, foi ladeira abaixo e assim, numa bela tarde de junho a mocinha que nós amamos odiar levou um pé na bunda e foi para casa chorar até desidratar. A audiência, como era de se esperar foi uma das maiores registradas no programa. Entretranto, logo depois desse episódio, a produção do show começou a receber cartas indignadas dos fãs solicitando a volta  do par romântico da protagonista. Pedido que foi atendido e aumentou ainda mais a carga emocional da trama. A ex, que ganhou a simpatia de todos, acabou reaparecendo mais 4x nos meses subseqüentes para reatar o namoro e acabar  de vez com o pouco de sanidade mental que a pobre estrela do programa tentava desesperadamente manter. 
O que se viu a partir daí foi um redemoinho de caos, incerteza e comportamentos auto-destrutivos, com direito a crises de choro, situações dramáticas, noites em claro, álcool, cinzeiros transbordando e surtos psicóticos. 
Nesse ínterim, novos personagens começaram a aparecer no show e uma nova locação também foi adotada em Curitiba para filmar as cenas noturnas: o Vox Bar. Claro que o tradicional James Bar também foi palco de vários episódios. Só que infelizmente, nenhum deles conseguiu empolgar muito o público. Exceto pelo programa em que a protagonista encontrou um grande amor do passado. Aquele que fodeu a vida  da coitada e tornou-a um ser de coração peludo. Lembram da primeira temporada de Amor Bandido?  
Um dos melhores shows aconteceu no litoral paranaense em outubro e teve direito a banhos de piscina, corpos nus na praia e diversas situações nonsense. Segundo a crítica, o episódio teve o casamento perfeito entre roteiro inspirado, direção imponente e interpretações consistentes. Além disso, demonstrou ter um texto ágil, atual, com personagens heterogêneos e peculiarmente hilários. Outros dois programas que também cativaram bastante o público foram gravados nas locações no Rio de Janeiro e foram um marco para a trama, pois começaram a traçar uma nova faceta da protagonista: um lado mais humanizado e consciente, nunca antes apresentado pela mesma. Segundo o co-criador do reality show, a moça ficou muito desacorçoada com o fim de seu relacionamento e começou a rever vários de seus conceitos sobre si mesma e sobre como se comportava em suas relações amorosas. "O fato é que ela finalmente percebeu que seguia certos padrões de comportamento no campo sentimental e que ela precisava abandoná-los. Ela decidiu que quer dar novos rumos para a sua vida e fazer uma revolução pessoal."
A season finale do programa, que foi gravada na ilha de Superagui no litoral paranaense e foi ao ar dia 31, "teve muita tensão e discódia nos sets", revelou uma fonte ligada ao show. Para quem esperava um programs recheado de oba-oba, agito e descontração o último episódio pode ter sido um banho de água fria, pois a protagonista estava com o seu emocional a uns 5000 metros abaixo do nível do mar. Viu-se muitas situações esdrúxulas e a mocinha da trama sentindo a mais variada gama de emoções que é possível sentir em apenas um final de semana. O que acabou culminando inclusive numa virada de ano catártica. Enquanto fogos estouravam no céu e o elenco convidado esbanjava alegria, a moça se afogava num mar de lágrimas. Nem uma garrafa de whiskey e a participação do gringo que acabou virando o novo melhor amigo de infância da protagonista conseguiu deixá-la menos infeliz. 
A próxima temporada recebeu um novo trailer recheado de momentos inéditos e entrevistas com os atores e produtores. São ao todo 07 minutos de novidades para conferir. Inclusive cenas nas locações no Caribe onde a protagonista planeja passar suas férias, no festival Lollapalooza em São Paulo e até na antiga faculdade da estrela da trama. Aguarde por mais notícias e não perca a próxima temporada de “Amor bandido”, o único reality show/novela mexicana sem final feliz e transmitido 24 horas por dia.

Wednesday, January 04, 2012

Amor Bandido - 2010

Chegou ao final a temporada 2011 do seu reality show/novela mexicana favorito “Amor bandido”. Mas antes de falar sobre a season finale que foi gravada num clima totalmente roots e foi ao ar dia 31, vamos a uma rápida retrospectiva do que aconteceu no show em 2010.
De acordo com a crítica, 2010 foi de longe, a temporada mais romântica e alegre do programa. Para quem estava acostumado com uma protagonista sempre azeda e reclamando da vida, aconteceu uma surpresa: ela passou a sorrir praticamente em todos os episódios, dando a impressão que toda noite dormia com um cabide na boca. Claro que todo esse bom humor teve um bom motivo - aliás, vários motivos. Nossa heroína arranjou um estágio que depois se tornou emprego, entregou seu TCC, iniciou um romance, se formou, ganhou um prêmio e além disso, ganhou um carro. 
Os pontos altos do show foram as cenas de sexo, que registraram  indíces de audiência altíssimos. A trilha sonora que manteve o elevado nível de qualidade e trouxe bandas como Passion Pit, Best Coast, Fever Ray e Broken Social Scene. O figurino que mais uma vez surpreendeu os espectadores. Entretanto, sem dúvida o ápice de 2010 foi o episódio do Festival Planeta Terra gravado na locação em São Paulo. Foi um programa lindo, emocionante e inesquecível segundo o público. 
Infelizmente, depois desse episódio não aconteceu nada de muito interessante e o programa virou um daqueles filmes melosos da Meg Ryan. Mas tudo bem, a estrela do show merecia ser um pouquinho feliz e encontrar a paz espiritual ao lado de seu novo par romântico. 
A locação escolhida para gravar a season finale de 2010 foi Curitiba e o episódio não apresentou nenhuma grande emoção ou fato chocante, o que deixou os fãs do show um pouco decepcionados e preocupados com os rumos que o programa tomaria em 2011.