Friday, August 12, 2011

With a little help from my friends

Salvo algumas exceções, no decorrer da minha vida meus melhores amiguis sempre foram do gênero masculino. Não sei explicar bem a razão do fenômeno, mas talvez seja porque os rapazes têm uma propensão menor ao drama do que as moças.
Gosto da forma como os homens são descomplicados e admiro a força (no sentido figurado, claro) e o pragmatismo com que eles lidam com as agruras da vida. Parece tudo tão simples quando eles dizem: "ah, você está sendo muito imediatista. Daqui um tempo você nem vai lembrar que isso aconteceu" ou "tudo que você precisa é de uma foda bem dada para resolver tua dor de cotovelo".
As amigas também falam esse tipo de coisa, mas no fundo elas gostam de discorrer sobre sentimentos mais profundos, debater e esmiuçar detalhes de situações que tem grau zero de importância, elas querem saber de TODOS os detalhes sórdidos da sua última saga malfadada e adoram levantar questões absurdas.
Não que isso seja ruim, mas às vezes parece que quanto mais você fala sobre um assunto, mais longe de uma conclusão você chega. O bom mesmo das chicas é que elas te oferecem um ombro amigo para chorar e você pode fazer isso sem ter o mínimo de dignidade, pois infelizmente nesse quesito os chicos ficam devendo. Eles não têm a mínima idéia do que fazer quando nós garotas, começamos a chorar na frente deles.
Só que tem dias que nós não queremos abrir o coração e nem receber aconselhamento espiritual de ninguém, muito menos falar das nossas preocupações. Tudo que queremos ouvir é: “e aí, vamos beber hoje e chutar o balde?” e não importa muito de quem venha o convite.

Saturday, August 06, 2011

Eu fico desgraçada da cabeça

Sempre que fico muito irritada com alguém, seja com a minha mãe, com meu pai, com o vizinho, com o babaca do trânsito, com uma amiga ou com um affair, e não tenho oportunidade de confrontar essa pessoa, acontece algo engraçado: me flagro imaginando o que aconteceria se eu resolvesse extravasar meu ódio iminente.
Meu “extravasar” pode acontecer de duas maneiras distintas: 1) esfaquear mentalmente – que é uma forma bem eficaz de pensamento e traz uma satisfação momentânea. Lembrando que dependendo do nível de raiva, as facadas podem virar machadadas. 2) me imagino xingando e falando um monte de barbaridades para o ser. Note que o segundo método requer um pouco mais de ruminação e uma busca mais profunda no baú do ressentimento. Afinal, já que é pra botar pra fuder, que seja com o mínimo de classe e ofendendo o máximo possível. Mas calma gente é só um exercício mental.
Se eu tivesse um terapeuta, provavelmente ele diria: “esse tipo de pensamento só atrai sentimentos negativos e te dá mais lenha para aumentar as chamas da sua ira. Você não quer um coração transbordando de ódio, quer?” Não, eu não quero, mas às vezes eu fico tão desgraçada da cabeça que esse tipo de escape me dá um alento perante situações nas quais me encontro impotente.
Porém, convenhamos que esse lance de alimentar animosidades cansa a beleza, afinal chega um momento que você já manifestou seu repúdio de tantas formas na sua imaginação que você já não tem nem mais o que fazer. O fato é que antes de começar a se irritar, você deveria ter em mente que são dois trabalhos: o de ficar puta e depois ficar na boa novamente. Espero lembrar disso da próxima vez...