Friday, October 19, 2007

Nada demais

Eu adoro o horário de verão. Por que? Porque quando eu chego na faculdade ainda é dia. E daí? E daí que eu gosto e pronto, ué! Se não fosse pelo horário de verão eu não teria visto um arco-íris quando cheguei pra assistir aula na terça. Na verdade achei que fosse uma alucinação porque quando fui mostrá-lo pras pessoas ele já não estava mais lá. Mas o problema é que eu estava apontando pro lugar errado. Sei lá. Me deu uma certa alegria contemplar tal fenômeno da natureza. Por um breve momento esqueci que eu estava com preguiça de assistir aula e que meus pés estavam encharcados por causa da chuva que me pegou de surpresa. Eu odeio o clima de Curitiba. Nunca dá pra saber que roupa usar pra sair de casa. Porém uma coisa eu aprendi: Guarda-chuva é acessório indispensável. Mas continuando o tema “coisas que eu adoro” ontem eu estava no ponto de ônibus ouvindo música e pensando como eu adoro a comida da minha avó e como eu senti falta disso nesse mês que ela precisou se ausentar. Eu estava pensando nisso até que fui interrompida em meus devaneios por um menino surgido do além que disse: “Acabei de sair do médico. Tô com muita dor de cabeça”. Eu displicente respondi: “Que chato”. E ele: “Agora eu tô com mais ou menos dor de cabeça”. E eu pensei: “Tá, quem perguntou? Eu realmente não quero saber dos teus problemas mocinho, porque eu já tenho os meus pra me preocupar.” Mas pra não ser tão estúpida apenas respondi: “Acontece”. Pessoas são estranhas. O que ele queria que eu fizesse? Ficasse comovida com seu drama pessoal e fosse na farmácia comprar analgésicos pra ele? Ah tenha dó... Será que se eu reclamasse que meu all-star está com um rombo no calcanhar ele ficaria triste por mim? É, acho que não... Além de pessoas sem assunto, outra coisa que eu odeio são chaves e fechaduras. Ou melhor, elas me odeiam. Tenho uma dificuldade bem séria pra abrir portas e portões. De duas uma: Ou é macumba ou eu devo ser persona non grata em todos os lugares que tento entrar, incluindo minha casa. Meu sonho é um dia poder me reconciliar com as chaves e fechaduras do mundo e poder entrar livremente nos lugares sem encontrar empecilhos. Mas tá, chega de conversa fiada. Eu fiquei enrolando esse tempo todo só pra dizer uma coisa: Estou com saudades.

Monday, October 15, 2007

Sunday, bloody sunday

Eu odeio domingos. Sério mesmo. Com todas as forças do meu coração! Domingo geralmente não tem nada de interessante pra fazer e como não tem nada de interessante pra fazer você começa a pensar e se você pensa demais é óbvio que não vai resultar em algo bom. Aí bate aquela bad sinistra mesmo. Normal. Mas antes que isso aconteça você sai de casa. Sinuca no domingo sempre vai bem, certo? Teoricamente sim.
Tá tudo correndo bem até que entre um gole e outro de um vinho ruim pra burro você resolve abrir seu coração e conta suas últimas façanhas no mundo da falcatruagem. Óbvio que você é advertida pelo seu comportamento inconseqüente porque as amigas, aquelas de verdade mesmo, metem o pau em você sem dó nem piedade. Dói, mas críticas construtivas sempre são bem vindas. Posto que cheguei a uma conclusão: Se não quer realmente saber o que os outros pensam, não se atreva a perguntar se não estiver preparada psicologicamente pra ouvir a resposta. Mas enfim...
Naquele dia chegando em casa pensei: Finalmente acabou essa merda de dia! Pff... Doce ilusão. Quando deitei minha cabecinha no travesseiro esperando por lindos sonhos fui acometida por uma estranha sensação. Algo que já não se manifestava com essa intensidade no meu ser há algum tempo. Alguns costumam chamar isso de loucura. Eu chamo de amor. Então tive de fazer algo para acabar com essa agonia. Peguei meu caderninho e desatei a escrever. Depois de encher várias linhas com frases de efeito e apelar para alguns clichês, hipérboles e romantismo barato, finalmente consegui pegar no sono alimentando no peito um sentimento que segunda-feira seria o dia de fazer mudanças significativas na minha vida. Mas logo que acordei aquela idéia de transformação pessoal, tomada de decisões e todo esse blá blá blá foi pro lixo, junto com o monte de baboseira que escrevi durante a madrugada. Bem que meu horóscopo tinha dito pra eu não criar esperanças sobre alguma coisa. Que saco!
Engraçado que nesses momentos de arrependimento sempre me vem à cabeça a música “Look what happened” do Less Than Jake: “And I swear it's the last time and I swear it's my last try.” Eu já devo ter dito pra mim mesma que seria a última vez umas 73 vezes, mas acaba que eu sempre penso: Ah, só mais uma vez não vai fazer mal, e tá feita a merda (de novo). Mas tudo bem. Dessa vez não houve maiores problemas. Há males que vem pra bem. O que me fez chegar a minha 2ª conclusão: Não queira ter discussões sobre relacionamentos inexistentes. Porque quem procura acha. Acha problema. E é por essas e outras que odeio domingos. Se bem que as segundas não ficam muito atrás...