Monday, June 28, 2010

Pára-raio de loucos

"Sinto que posso me abrir com você." Se eu ganhasse R$ 1,00 para toda vez que ouço essa frase, eu teria váááários reais a mais na minha conta bancária, pois a escuto com muita freqüência. De amigos, semi-conhecidos ou de pessoas que eu nunca vi na minha vida. Não sei bem o que acontece...
Ontem mesmo eu estava fumando um cigarro na frente de um café e um guardador de carros veio me pedir brasa pra acender um baseado. O cara até me chamou pra fumar junto, convite que eu gentilmente recusei. Aí ele me contou que havia largado do crack e agora só fumava maconha. O novo amigo então me confidenciou que havia tomado um tiro na perna e o pior não foi isso. Ele fez questão de me mostrar o buraco na perna. Como eu não sei muito bem qual protocolo seguir numa conversa que envolve tiros, respondi: “Mas que merda, hein meu?” Quando saí pra fumar outra vez, lá veio ele puxar assunto novamente, mas o cara era tão queridinho e simpático que até paguei um café pra ele.
Numa outra vez, combinei de encontrar um amigo em uma praça e logo que cheguei veio um homem conversar comigo. A princípio achei que ele fosse me assaltar, mas o que ele fez foi me contar a vida toda dele. Meu estimado colega se atrasou bastante, então pelos meus cálculos eu o referido cidadão ficamos batendo papo por uns 40 minutos. Ao final da conversa nos despedimos e entrei no carro do meu amigo, que me perguntou: “Quem era esse?” Respondi que havia acabado de conhecê-lo. Ao passo que ele retrucou rindo: “Mas como assim? Que intimidade era aquela? Ele até se despediu de você com beijinho no rosto!” E eu disse: “É, pois é. Viramos BFF enquanto você me fazia esperar”.
Não preciso nem dizer que quando eu estou sentada no ônibus, é muito comum que alguém sente ao meu lado e comece a papear. Essa semana, por exemplo, aconteceu duas vezes no mesmo dia. Outro episódio que ocorreu, foi o de uma mulher que mal conheço sentar ao meu lado no estabelecimento no qual eu me encontrava e me pedir aconselhamento amoroso. Peeeensa...
Sei lá, deve ser uma espécie de magnetismo pessoal, que só atrai loucos, claro. “Pelo menos você atrai loucos, não assaltantes” constatou o amigo. Analisando a situação sob esse prisma não é tão mal assim. Não posso reclamar, na verdade. Mas que eu deveria ter feito Psicologia ao invés de Publicidade na faculdade, eu deveria. Pelo menos eu estaria ganhando dinheiro ouvindo os problemas e oferecendo aconselhamento espiritual para as pessoas...

Wednesday, June 23, 2010

Há bares que vem pra bem

Sexta-feira, antes de começar a maratona etílica do fim de semana, a amiga confidenciou que estava com "enjôo emocional". Eu e o amigo rimos da expressão, que automaticamente caiu nas graças da galera e virou motivo de debate.
E eu pergunto: quem aí, nunca sofreu desse mal? Todo mundo num maldito momento de sua existência já foi acometido por alguma desgraça desse gênero, pode ter certeza. Os motivos variam: pode ser por causa de um fora, por ter visto a razão do seu afeto dando uns malhos com outro/a, por perceber que seu relacionamento está meio capenga, por ter levado um par de chifres ou por ene outras razões.
Mas o real motivo desse post é: que diabos fazer quando se sente o tal "enjôo emocional"? Nesse ponto as opiniões são um pouco divergentes. Alguns responderam: toma Plasil que passa. Outros sugeriram: pega geral na balada. Há ainda os que defenderam que nada melhor do que cerveja pra curar esse mal-estar.
Na minha humilde opinião, o negócio é se abraçar com a amiga vodka e beber como se não houvesse amanhã. Se rolar passar o rodo, melhor ainda. Na manhã seguinte a ressaca vai ser tão grande, que é provável que a sua dor de cotovelo torne-se insignificante, pelo menos até você tomar uns 5 litros de água e um engov...

Sunday, June 20, 2010

12 junho

Qual a melhor atividade, pra você que está solteira e não tem nada melhor pra fazer num sábado à tarde? As opções são: festa junina da irmã mais nova ou ficar em casa vendo televisão. Claro que eu optei pela segunda opção, afinal eu não me odeio tanto assim pra topar qualquer programa de índio que me convidam pra fazer.
Como já era de se esperar 89,7% da programação televisiva estava voltada para os enamorados: filmes fofinhos com finais felizes e totalmente previsíveis, especiais com os 20 casais mais quentes de Hollywood, maratonas musicais com os clips mais românticos de todos os tempos, receitas super elaboradas pra você preparar pro seu amor, resumindo, tudo era dedicado ao tema.
Zapeando pelos canais na tentativa de achar algum programa neutro, acabei desistindo e parei no Multishow, onde passava um programa chamado Operação S2. A premissa do show era a seguinte: dois rapazes super descolados e que afirmavam saber mais de mulheres do que elas próprias (ri muito quando o cara soltou essa pérola, mas enfim), ajudavam uma pobre moça (geralmente uma baranga) a arranjar um bofe na night ou pelo menos chegar perto disso. Os mocinhos davam dicas de atitude, estilo e vários toques pra menina, que além de tudo isso ganhava roupinha nova, corte de cabelo e make-up.
Nesse episódio em questão, os dois “apresentadores” levaram a moça pra uma casa noturna onde tocava música sertaneja. Eu se fosse a rapariga, largava os dois naquela bodega e ia agitar em outro lugar. Sertanojo não né? PELAMOR! Ela até reclamou, mas acabou ficando. Aí depois de um tempo jogando charme sem nenhum sucesso, diga-se de passagem, apareceu um amigo dos dois rapazes cheio de amor pra dar. A moça até tentava se desvencilhar, mas o cara não dava espaço. Até fez a menina dançar uma música horrorosa coladinha com ele.
Terminada a dança, a donzela ainda continuava relutante aos galanteios do sujeito, mesmo esse se mostrando um pé de valsa. Então ele soltou a seguinte pérola: “Eu sei do que você gosta!” Juro que nessa hora eu senti três tipos de desespero. Pensei: Por favor, olha lá o que você vai dizer pra ela meu filho, você está em rede nacional. Nada de baixaria! Mas pra felicidade geral da nação ele só disse: “De um beijo”. Depois dessa cantada horrível parei de ver o programa, não dava mais pra mim. Era muita ladainha em tão curto espaço de tempo.
Resolvi então, ver “Big Love”, que pra quem não sabe, é um seriado que relata a vida de uma família poligâmica. Pra que né? Terminei de ver um episódio e entrei numa bad: “Porra, o cara aí com três mulheres e eu sem nenhuma. Puta sacanagem”. O que fazer então? Larguei os béts do seriado e me abracei numa garrafa de vinho. Coisa que eu deveria ter feito no início da tarde, pois me pouparia de tantos dissabores. Sei que depois de umas seis taças eu já estava achando tudo lindo e fui dormir feliz da vida achando meu dia dos namorados o máximo. Aliás, obrigada Marcus James, você é o cara! Salvou meu dia...