Thursday, March 19, 2009

I know I'll hold this pain in my heart forever

- Você sente minha falta?
- Sinto. E você, sente saudades?
- Todos os dias...

Sinto falta do que não foi.
Do que poderia ter sido.
E do que nunca vai ser...

Saturday, March 14, 2009

You can do better than me

Sempre fui ótima em dar pitaco na vida dos outros e bancar a psicóloga. Uma amiga até brincava comigo dizendo que eu deveria abrir um consultório onde os clientes poderiam fumar, beber e falar à vontade. Faria sucesso segundo ela.
O problema é que nunca fui boa em resolver meus próprios problemas. Claro, olhar a situação de fora é sempre mais fácil. Mas ah, quem me dera ter aproveitado pelo menos metade dos conselhos que distribuí por aí. Teria me poupado muito tempo e teria evitado taaaaaanta dor de cabeça. Mas não adianta. Sempre escolho o caminho mais difícil. Sempre dou murro em ponta de faca. Sempre deixo as coisas saírem fora do controle e chegarem numa situação insustentável. Teimosia da porra.
Mas olha, chega uma hora que cansa adiar decisões e ficar arranjando desculpas por escolher o caminho errado e ficar fazendo merda sempre. Fazer a escolha certa na hora certa é muito melhor e sair de um mar de lama de uma forma digna e madura vale muito a pena. Certamente que eu não fiz nada disso. Por isso outra coisa que é super válida é fazer o que eu digo, mas NUNCA, sob hipótese nenhuma, fazer o que eu faço. Há.

Wednesday, March 11, 2009

Desgraça pouca é bobagem

"Na verdade tenho medo do que possa acontecer ao longo do dia, tendo em vista que ele já começou péssimo." Eu e a minha boca grande. Claro que a minha manhã trash foi só um prenúncio da desgraceira que viria a seguir.
Fui almoçar e encher a pança acabou me acalmando. Falar mal da vizinhança pra minha mãe e para minha tia também ajudou a expurgar o ódio do meu coraçãozinho. Tomei banho e estava lá toda bonitona fazendo uma espécie de teste pra concorrer a uma vaga de estágio. Eram 24 perguntas e eu devia estar na 21ª quando o PC simplesmente desligou do nada. Quase nem fiquei puta. Mas como já estava na hora de sair porque eu tinha dentista, acabei largando os béts de responder as perguntas, o que me deixou meio incomodada, porque detesto deixar coisas inacabadas (sim, eu sou uma mala sem alça).
Quando botei o pé pra fora de casa chovia torrencialmente, mas resolvi encarar. Que mal podia fazer uma chuvinha? É só água pensei comigo mesma. Ledo engano. As 5 quadras que percorri pra chegar no tubo do ônibus foram as mais longas da minha vida. E eu não cheguei no tubo molhada. Cheguei ensopada. Juro que até minha calcinha estava molhada, mas já que tinha conseguido chegar lá não ia me entregar tão fácil assim. E olha que passou pela minha cabeça inúmeras vezes abortar o dentista e deixá-lo pra um dia menos tempestuoso. Mas como sou teimosa pra caralho não desisti.
Eis que me dei conta que tinha esquecido no bolso da minha camisa (que troquei minutos antes de sair de casa) duas coisas sem as quais eu não poderia sair: O endereço do dentista e uma listinha de compras pra minha mãe. E toca eu voltar pra casa. E levando em conta que eu já estava fudida e atrasada mesmo, resolvi me trocar e coloquei um traje que julguei ser o mais adequado para se sair num dia de chuva: bermuda e chinelo. Além disso, peguei um guarda-chuva maior pra me proteger. Óbvio que quando saí de casa novamente a chuva tinha cessado e até ameaçava sair um solzinho. Nesse momento o desespero tomou conta e as 5 quadras seguintes foram uma luta interna pra não cair em prantos no meio da rua. Eu simplesmente não conseguia me acreditar em como podia rolar tanta merda num espaço tão curto de tempo.
No momento que achei que tinha me recomposto avistei de dentro do ônibus, passando com seu carro toda bela e formosa “aquela-que-não-deve-ser-nomeada”. Fiquei mal sim e nem vou tentar dar uma de superior. Porra! Podia ter aparecido em qualquer outro dia. Num dia que eu estivesse menos injuriada, de preferência. Mas nãããããão. Tinha que aparecer no dia que eu estava um caco. Me segurando pra não ter um ataque, correr pra casa e nunca mais sair de lá (ou pelo menos até o horário da aula).
Desci do ônibus louca pra fumar um cigarro, mas nem isso eu podia porque ia fazer limpeza nos dentes e não podia chegar com um bafão de cigarro no dentista. Que foi o único lugar onde alguma coisa finalmente deu certo, diga-se de passagem. Rápido e indolor. Ufa! Chegando na faculdade meus colegas estranharam o traje veranesco e até comentaram que não me imaginavam usando chinelos. Mas é óbvio que eu uso chinelo, gente. Ou vocês acham que eu ando de galocha em casa? Se bem que depois de hoje, comprar um par de galochas me pareceu uma idéia bem interessante. Mas enfim...
Cheguei viva em casa e isso me deixa até meio admirada porque com o andar da carruagem eu não ficaria surpresa se tivesse sido atropelada ou uma árvore tivesse caído na minha cabeça. Mas diante de todos esses infortúnios uma coisa eu confirmo: Se você acha que está ruim, cuidado porque pode piorar e muito! Portanto, evite perguntas do tipo: “Oh, céus! Que mais falta me acontecer hoje?” Porque realmente podem acontecer coisas ainda mais catastróficas.

P.S. Meu único consolo é que amanhã não preciso ir pra aula. Quem sabe se eu não tirar o nariz pra fora de casa não aconteça nada de errado...

Respire fundo e conte até um milhão

Pense numa pessoa pestiada, com todos aqueles sintomas desagradáveis: tosse seca, mal-estar, dor muscular, dor de cabeça, garganta irritada, espirros. Pense numa pessoa que não fumou um cigarrinho o dia todo porque a coisa estava realmente feia. Pense que essa pessoa se entupiu de remédios, mas mesmo assim não estava conseguindo dormir. O nariz entupido, dificultando a respiração e a possível febre não deixavam. Pense que essa pessoa só conseguiu pegar no sono depois das 4 da manhã. Pense que às 8 ela foi acordada com o maravilhoso e estridente som de um cortador de grama bem embaixo da sua janela. Pense no vizinho que também não devia estar muito feliz com o maldito barulho do cortador de grama e ligou música sertaneja no último e começou a cantar junto bem alto. Agora pense no tamanho da irritação dessa pobre criatura enferma e na vontade de esfaquear essas duas adoráveis pessoas barulhentas.
Ok. A vida em comunidade tem seus percalços e nem tudo são flores coloridas no jardim florido dos Smurfs. Eu entendo. E ao invés de começar uma série de assassinatos, liguei System of a Down no último (já estava um barulho dos infernos mesmo e a dor de cabeça era a coisa menos incômoda naquele momento) e vim despejar minhas frustrações aqui. Na verdade tenho medo do que possa acontecer ao longo do dia, tendo em vista que ele já começou péssimo. Mas como meu novo lema de vida é buscar a paz espiritual, juro que vou tentar apaziguar qualquer situação trash que se coloque diante do meu caminho. Prometo.

P.S. Juro que não entendo essas pessoas que se mantêm tão calmas e serenas frente às situações importunas do dia-a-dia. Queria saber o segredo delas...

Thursday, March 05, 2009

Ela

E ela tá lá quando eu acordo de mau humor. Toma banho comigo sem o menor pudor. Me faz companhia na fila na hora de pagar as contas e nem reclama. Passeia pelo shopping e toma suco comigo. Almoça junto e até fuma um cigarrinho comigo depois da refeição pra ajudar na digestão. Não me larga nem na hora de ir ao banheiro. Ela participa das compras no supermercado e ainda fica vendo TV comigo pra passar o tempo. Não me dá trégua nem quando estou no telefone. Passa horas no MSN comigo feliz da vida. Faz palavras-cruzadas e escuta música junto. Me acompanha quando eu vou buscar pão e até fica pro café. Não me libera pra ir sozinha nem na farmácia. Não me abandona nem na hora de me trocar pra ir pra faculdade. Pois é, até aula ela assiste comigo, acredita? E depois, é claro que ela vai junto pro bar sem fazer muita cerimônia. Não me deixa sozinha nem na hora de pegar o ônibus. Não me deixa em paz nem na hora de dormir. Enxaqueca, filha de uma puta.