Monday, June 28, 2010

Pára-raio de loucos

"Sinto que posso me abrir com você." Se eu ganhasse R$ 1,00 para toda vez que ouço essa frase, eu teria váááários reais a mais na minha conta bancária, pois a escuto com muita freqüência. De amigos, semi-conhecidos ou de pessoas que eu nunca vi na minha vida. Não sei bem o que acontece...
Ontem mesmo eu estava fumando um cigarro na frente de um café e um guardador de carros veio me pedir brasa pra acender um baseado. O cara até me chamou pra fumar junto, convite que eu gentilmente recusei. Aí ele me contou que havia largado do crack e agora só fumava maconha. O novo amigo então me confidenciou que havia tomado um tiro na perna e o pior não foi isso. Ele fez questão de me mostrar o buraco na perna. Como eu não sei muito bem qual protocolo seguir numa conversa que envolve tiros, respondi: “Mas que merda, hein meu?” Quando saí pra fumar outra vez, lá veio ele puxar assunto novamente, mas o cara era tão queridinho e simpático que até paguei um café pra ele.
Numa outra vez, combinei de encontrar um amigo em uma praça e logo que cheguei veio um homem conversar comigo. A princípio achei que ele fosse me assaltar, mas o que ele fez foi me contar a vida toda dele. Meu estimado colega se atrasou bastante, então pelos meus cálculos eu o referido cidadão ficamos batendo papo por uns 40 minutos. Ao final da conversa nos despedimos e entrei no carro do meu amigo, que me perguntou: “Quem era esse?” Respondi que havia acabado de conhecê-lo. Ao passo que ele retrucou rindo: “Mas como assim? Que intimidade era aquela? Ele até se despediu de você com beijinho no rosto!” E eu disse: “É, pois é. Viramos BFF enquanto você me fazia esperar”.
Não preciso nem dizer que quando eu estou sentada no ônibus, é muito comum que alguém sente ao meu lado e comece a papear. Essa semana, por exemplo, aconteceu duas vezes no mesmo dia. Outro episódio que ocorreu, foi o de uma mulher que mal conheço sentar ao meu lado no estabelecimento no qual eu me encontrava e me pedir aconselhamento amoroso. Peeeensa...
Sei lá, deve ser uma espécie de magnetismo pessoal, que só atrai loucos, claro. “Pelo menos você atrai loucos, não assaltantes” constatou o amigo. Analisando a situação sob esse prisma não é tão mal assim. Não posso reclamar, na verdade. Mas que eu deveria ter feito Psicologia ao invés de Publicidade na faculdade, eu deveria. Pelo menos eu estaria ganhando dinheiro ouvindo os problemas e oferecendo aconselhamento espiritual para as pessoas...

Wednesday, June 23, 2010

Há bares que vem pra bem

Sexta-feira, antes de começar a maratona etílica do fim de semana, a amiga confidenciou que estava com "enjôo emocional". Eu e o amigo rimos da expressão, que automaticamente caiu nas graças da galera e virou motivo de debate.
E eu pergunto: quem aí, nunca sofreu desse mal? Todo mundo num maldito momento de sua existência já foi acometido por alguma desgraça desse gênero, pode ter certeza. Os motivos variam: pode ser por causa de um fora, por ter visto a razão do seu afeto dando uns malhos com outro/a, por perceber que seu relacionamento está meio capenga, por ter levado um par de chifres ou por ene outras razões.
Mas o real motivo desse post é: que diabos fazer quando se sente o tal "enjôo emocional"? Nesse ponto as opiniões são um pouco divergentes. Alguns responderam: toma Plasil que passa. Outros sugeriram: pega geral na balada. Há ainda os que defenderam que nada melhor do que cerveja pra curar esse mal-estar.
Na minha humilde opinião, o negócio é se abraçar com a amiga vodka e beber como se não houvesse amanhã. Se rolar passar o rodo, melhor ainda. Na manhã seguinte a ressaca vai ser tão grande, que é provável que a sua dor de cotovelo torne-se insignificante, pelo menos até você tomar uns 5 litros de água e um engov...

Sunday, June 20, 2010

12 junho

Qual a melhor atividade, pra você que está solteira e não tem nada melhor pra fazer num sábado à tarde? As opções são: festa junina da irmã mais nova ou ficar em casa vendo televisão. Claro que eu optei pela segunda opção, afinal eu não me odeio tanto assim pra topar qualquer programa de índio que me convidam pra fazer.
Como já era de se esperar 89,7% da programação televisiva estava voltada para os enamorados: filmes fofinhos com finais felizes e totalmente previsíveis, especiais com os 20 casais mais quentes de Hollywood, maratonas musicais com os clips mais românticos de todos os tempos, receitas super elaboradas pra você preparar pro seu amor, resumindo, tudo era dedicado ao tema.
Zapeando pelos canais na tentativa de achar algum programa neutro, acabei desistindo e parei no Multishow, onde passava um programa chamado Operação S2. A premissa do show era a seguinte: dois rapazes super descolados e que afirmavam saber mais de mulheres do que elas próprias (ri muito quando o cara soltou essa pérola, mas enfim), ajudavam uma pobre moça (geralmente uma baranga) a arranjar um bofe na night ou pelo menos chegar perto disso. Os mocinhos davam dicas de atitude, estilo e vários toques pra menina, que além de tudo isso ganhava roupinha nova, corte de cabelo e make-up.
Nesse episódio em questão, os dois “apresentadores” levaram a moça pra uma casa noturna onde tocava música sertaneja. Eu se fosse a rapariga, largava os dois naquela bodega e ia agitar em outro lugar. Sertanojo não né? PELAMOR! Ela até reclamou, mas acabou ficando. Aí depois de um tempo jogando charme sem nenhum sucesso, diga-se de passagem, apareceu um amigo dos dois rapazes cheio de amor pra dar. A moça até tentava se desvencilhar, mas o cara não dava espaço. Até fez a menina dançar uma música horrorosa coladinha com ele.
Terminada a dança, a donzela ainda continuava relutante aos galanteios do sujeito, mesmo esse se mostrando um pé de valsa. Então ele soltou a seguinte pérola: “Eu sei do que você gosta!” Juro que nessa hora eu senti três tipos de desespero. Pensei: Por favor, olha lá o que você vai dizer pra ela meu filho, você está em rede nacional. Nada de baixaria! Mas pra felicidade geral da nação ele só disse: “De um beijo”. Depois dessa cantada horrível parei de ver o programa, não dava mais pra mim. Era muita ladainha em tão curto espaço de tempo.
Resolvi então, ver “Big Love”, que pra quem não sabe, é um seriado que relata a vida de uma família poligâmica. Pra que né? Terminei de ver um episódio e entrei numa bad: “Porra, o cara aí com três mulheres e eu sem nenhuma. Puta sacanagem”. O que fazer então? Larguei os béts do seriado e me abracei numa garrafa de vinho. Coisa que eu deveria ter feito no início da tarde, pois me pouparia de tantos dissabores. Sei que depois de umas seis taças eu já estava achando tudo lindo e fui dormir feliz da vida achando meu dia dos namorados o máximo. Aliás, obrigada Marcus James, você é o cara! Salvou meu dia...

Wednesday, May 05, 2010

Hoje eu vou voltar cedo

SEMPRE que eu decido sair, mesmo sabendo que compromissos inadiáveis me aguardam no dia seguinte (normalmente na parte da manhã) e digo essa frase, acontece exatamente o oposto. Além de retornar mais tarde para casa do que eu voltaria normalmente, chego mais estragada também.
Lembro de uma vez que precisava acordar as 6:30 no dia seguinte e acabei saindo achando que a noite seria light e que eu provavelmente estaria em casa no máximo a uma da manhã. Doce ilusão. Logo de cara, alertei o amigo: “Olha, hoje não iremos beber pinga, ok? Você sabe muito bem que saímos do corpo quando bebemos a marvada.” E ele concordou...
Eis que, lá estava eu, inocentemente aguardando meu segundo e o que seria o último drink da noite, quando percebi que no balcão havia uma pinga abandonada. Como eu tinha feito uma promessa no início da noite, de não me envolver com esse tipo de bebida, peguei a pobrezinha que estava lá ao léu e ofereci aos amigos a minha volta. Ninguém aceitou. O que me restou então? Virar a pinga e rezar pra dar tudo certo na minha vida a partir daquele momento. Claro que tudo deu certo. Deu tão certo que eu continuei bebendo como se não houvesse amanhã e cheguei em casa às 4 da manhã trançando as pernas.
Fico pensando como, naquele estado de embriaguez, consegui dormir apenas duas horas e acordei ao ouvir o despertador. Me arrumei, e saí então, rumo a minha jornada: tirar foto no Detran para a carteira de habilitação. E eu que já não sou muito fotogênica, saí descabelada, com olheiras profundas (piores que as usuais) e com uma cara de ex-presidiária, drogada e prostituída. Em suma: saí incrivelmente linda na foto. Tão linda, que tenho vergonha de mostrar a CNH para qualquer ser humano.
Não sei exatamente o que acontece. Mas deve ser algo parecido com o “Hoje eu vou dormir cedo”, que também nunca rola por motivos de força maior. Sei que na próxima vez que eu sair com o intuito de não me prolongar muito, não vou proferir a maldita frase. Vou dizer: “Foda-se, hoje vou me acabar!” Quem sabe assim, o efeito seja contrário e eu consiga voltar num horário razoável para casa...

Saturday, May 01, 2010

Amnésia alcoólica

Às vezes, quando a noite é muito hardcore, acontece uma coisa mágica ao acordar no dia seguinte: além de uma puta ressaca, de ter dormido de tênis, de não ter nem idéia de como voltou para casa, você também não lembra nem da metade dos acontecimentos da noite em questão.
Claro que não demora muito para você ter alguns flashs e pensar: “Ai, meu Deus, dei bafo!” Procurando maiores esclarecimentos sobre o que se passou, você entra no MSN em busca dos fiéis companheiros de festa. Péssima idéia. Você mal se conecta e vem a bródinha cumprimentar e na inocência você responde: “Nossa, guria, quanto tempo! Que saudades!” E ela rebate: “Como assim? Nós nos vimos ontem e conversamos um tempão.” Hum, então a coisa é mais grave do que você imaginava. Logo depois chega outra amiga reclamando que vocês ficaram, mas que você a abandonou por outra. E o pior não é não saber que você ficou com a amiga, é não ter nem idéia de quem seja a outra moça que ela mencionou.
De repente, você recebe mensagens de números estranhos no celular e pessoas não identificadas te adicionam no MSN. Medo! Aparentemente você estava uma simpatia só e saiu distribuindo beijos, sorrisos e seu número de telefone. Além disso, você também armazenou números no seu celular, mas não marcou o nome das pessoas achando que no dia seguinte você saberia de quem se tratava. Ah, tá bom! Não precisa nem mencionar, que ao verificar a caixa de saída de mensagens, você constata que andou mandando sms para quem não deveria, precisa? Mas o pior ainda estava por vir...
Um pouco mais tarde você descobre que brigou feio com uma outra amigui e que ela não pretende mais falar com você. Não nessa vida, pelo menos. Que ótimo! E você achando que a noite tinha sido super do bem! Pois achou errado, meu bem. Então, subitamente, você se dá conta de outro fato: uma integrante do grupo foi embora sem se despedir. E como você não lembra exatamente o que disse pra moça antes dela sumir, automaticamente já veste a carapuça da culpa: “Putz, ela vazou sem me dar tchau e hoje ela nem apareceu no MSN. E ela SEMPRE está no MSN. Me bloqueou. Fudeu. No mínimo falei merda pra ela também.” Bom, o que é um peido pra quem tá cagado, não é?
Em dado momento, depois de tantas revelações, você chega à conclusão que sua cota de descobertas já se excedeu e que é melhor parar por aí. “Abençoados são os que esquecem.” você pontua sabiamente. E é por essas e outras que no fim do dia você resolve sair de novo. Afinal, nada melhor que fazer mais fiasco para apagar da memória os eventos trash da noitada anterior (e arranjar mais problemas para o dia seguinte).

Sunday, April 25, 2010

Equilíbrio distante

Uma das coisas mais interessantes que eu ouvi na faculdade (e não tinha nada a ver com Publicidade e Propaganda) foi a seguinte frase: “A felicidade reside no meio-termo entre os extremos. O vício está nos extremos.”
Na verdade é uma questão que me faz pensar até hoje. Por que diabos é tão difícil atingir o equilíbrio? Por que é tão mais fácil pender para algum lado da balança e agir antagonicamente sempre? Claro que se eu fosse uma pessoa comedida e sensata, provavelmente estaria me perguntando: “Por que não consigo ser porra-louca e inconseqüente?” Normal. As pessoas geralmente não estão satisfeitas com o modo como elas são e sempre estão tentando mudar, mesmo que falhem miseravelmente na maioria dos casos. Sim, modificar certos hábitos adquiridos ao longo de uma vida às vezes é extremamente penoso. Mas não é impossível, claro.
Aliás, admiro muito as pessoas que têm a capacidade de parar, pensar, avaliar as conseqüências e agir de forma racional. Sério, acho fantástico, mas não consigo. Infelizmente, eu sou extremista e impulsiva. Daquele tipo que faz alguma coisa e no minuto seguinte já está arrependida, se remoendo e dizendo que não vai acontecer de novo. Mas ah, sempre acontece de novo... Esse tipo de situação ocorre em escala bem freqüente, diga-se de passagem.
E não é que eu ache que não sou feliz porque sou do tipo 8 ou 80. Não tem muito a ver com felicidade, mas é que trabalhar nos extremos e agir impulsivamente me ocasiona uma série de problemas. Ser sensato até que traz uma sensação boa, mas sei lá, é meio tedioso. Talvez eu deva aceitar o desequilíbrio da minha balança e aprender a apreciar isso. Talvez ser coerente não resolva porra nenhuma no final das contas.

Saturday, April 17, 2010

Because friends don't waste wine...

When there's words to sell. Pois é. Amigos, amigos. Amores à parte. Ninguém fica por aí desperdiçando álcool se tem algo mais em jogo. Às vezes, nem sei porque perco meu tempo pedindo conselhos amorosos para os amigos, pois eles sempre vêm com aquele papo: “Abra o coração pra razão do seu afeto e veja o que acontece”.
Que mané abrir o coração! Exposição nunca resolveu a vida de ninguém, muito menos a minha. E uma coisa é fato, sabe? No fim das contas nós sempre estamos ligados se o nosso interesse amoroso está ou não na nossa. As pessoas estão o tempo todo enviando sinais. E quando surge aquela dúvida “Ó, céus, será que ciclana está na minha?” É porque provavelmente ela não está. Porque se ela estivesse, vocês estariam fazendo algo produtivo sobre isso e você não estaria perdendo tempo com devaneios.
As pessoas geralmente não mandam sinais truncados sobre o amor, porque simplesmente elas estão na sua ou não. Simples assim. É tudo uma questão de percepção. Na verdade, nós sempre sabemos o que está rolando, mas preferimos dar uma chance para a dúvida e se enganar. Afinal, é muito melhor pensar que TALVEZ a fulaninha esteja a fim de dar uns malhos do que ter a CERTEZA que ela não está nem aí pra você, ou que ela só quer ser sua amiga.
Eu sei que tudo que eu queria ouvir, era o oposto do que eu já sabia. Desde o começo eu deveria ter pedido aconselhamento para mim mesma. Pois a resposta com relação ao que eu deveria fazer sobre esse amor todo irradiando do meu ser, seria: SEJA INDIFERENTE E NÃO VÁ ATRÁS. ELA NÃO VAI FICAR COM VOCÊ.

P.S. Não sei onde li uma vez que o amor é como uma planta, que se você não regar, morre. Ainda bem... Porque senão eu estaria na merda.

Sunday, April 11, 2010

Where is my mind?

Quando questionei se ela realmente estava disposta a jogar tanto tempo de convivência no lixo, ela me respondeu sem pestanejar: “Já joguei”, ao passo que retruquei: “Eu não vou simplesmente fingir que nada aconteceu. O sentimento é meu e eu faço o que bem entender com ele”.
Ela riu e começou a se dirigir lentamente para a saída do bar, então finalizei: “Eu vou te amar para sempre”. Sabe-se lá porque diabos eu disse isso. Não posso dizer que era uma mentira, tampouco posso afirmar que era verdade. Afinal, foram tantos altos e baixos que seria impossível datar qualquer sentimento que fosse, ainda mais tratando-se de uma jura de amor eterno. Ok. Talvez eu tenha exagerado no meu comentário, mas na hora juro que precisei dizer isso.
Ela ficou calada e subiu as escadas enquanto meus olhos acompanhavam seus movimentos. Ela não olhou uma única vez para trás. A desgraçada era forte. Ou pelo menos aparentava ser. Ao contrário de mim. Senti lágrimas rolando pelo meu rosto, mas não havia mais nada a ser feito ou dito. Tudo tinha ido parar na lata de lixo, como ela mesmo tinha mencionado. Voltei pra casa chorando copiosamente. Coisa que não fazia há tempos. Não por ela pelo menos, pois achei que estava tudo resolvido. Achei...
O engraçado é que aproximadamente seis meses depois desse episódio cá estou eu, num domingo à noite, gripada, fudida, mal paga e pensando: PUTA QUE PARIU! O que eu tinha na minha cabeça pra amar tanto essa criatura? NADA, certo? Pois é. Que bom que o tempo passou e eu tomei vergonha na cara... Mesmo!

P.S. Que venham los otros amores, porque agora estou preparada!

Saturday, April 10, 2010

Perdidos

- Nossa, esse cara não me é estranho! Será que ele apareceu em alguma outra temporada?
- Hum, pode ser... Mas será que você não viu ele em algum filme que assistiu?
- Não cara. Ele apareceu no Lost sim. Ele apagava a memória das pessoas, lembra?
- Olha... não lembro, não. Mas também não duvido. Sempre acontece umas coisas bizarras no seriado.

(...)

- Dã. Lembrei onde vi o sujeito! Viajei na maionese... O cara da memória é do Heroes e não do Lost.
- É, bem que eu achei que essa história de apagar a memória das pessoas tava muito mal contada. Se bem que se os caras viajam no tempo, nada impede que exista um magrão aí apagando a memória do galerê. Vai saber né...

P.S. Imagina se Lost não tivesse aquele resuminho básico contando os últimos acontecimentos da série: quem assiste iria ficar BEM perdido realmente...

Sunday, March 14, 2010

O horóscopo e a libertação

Numa daquelas acaloradas discussões de bêbados envolvendo tópicos de suma relevância para a existência humana, o assunto que entrou em pauta foi a astrologia e até que ponto ela influencia, se é que causa alguma influência, na personalidade e no curso da vida de alguém.
A princípio fiquei em cima do muro, pois não vou negar que durante muito tempo tive o hábito de consultar diariamente meu horóscopo, além de ler informações e características relacionadas ao meu signo. Óbvio que nunca levei nada daquilo que estava escrito muito a sério. É o tipo de coisa que você lê e o logo abstrai, pois não te agrega absolutamente nada. Veja, por exemplo, meu horóscopo de hoje: “Relacionamentos voltam a fazer parte de suas preocupações. Mas desta vez de forma positiva. Você sabe que algo deve mudar, mas sabe também que muito dessas mudanças não está em suas mãos. Relaxe e deixe o Universo fazer a sua parte.” Relaxar e deixar o Universo fazer o que ele bem entender? Ok! Vai dizer que não são ótimas palavras para trazer alento para um domingo chuvoso e cinzento? Juro que queria conhecer a pessoa responsável por escrever essas coisas. Pensa só: São 12 signos e são 365 dias por ano. É muita ladainha pra inventar e escrever ao longo do calendário. Haja criatividade...
Enfim, o fato é que agora, pensando com mais clareza (leia-se sóbria) sobre a questão, não vou negar que talvez seja uma ilusão acreditar que a posição do sol com relação às constelações, no momento do nascimento de alguém, de alguma maneira afete a personalidade e as relações desse ser. Como diabos alguém vai saber alguma coisa da minha vida e mais, prever algum acontecimento, simplesmente baseado no horário que eu nasci e a posição que os astros ocupavam naquele fatídico momento? É meio arbitrário e inconcebível.
Mas independente de acreditar ou não e apesar de ter me libertado do meu vício, ainda leio meu horóscopo às vezes, porque tem dias que nós não queremos ser racionais e nos apegamos a qualquer vestígio de esperança que o nosso dia não será um tédio total e quem sabe algo de incrível aconteça, tipo encontrar um novo amor, receber um prêmio ou quem sabe ganhar rios de dinheiro...

Monday, March 08, 2010

Doses homeopáticas

Todo mundo tem um amigo que se viesse com uma bula, deveria conter a restrição: “Utilizar em doses homeopáticas”. Porque, convenhamos, existem indivíduos que às vezes conseguem ser uma companhia bem desagradável, e por mais que gostemos dessa pessoa, quanto menos você vê-la melhor para sua sanidade mental.
Não sei o que acontece, mas ocasionalmente você fica algum tempo sem entrar em contato com determinada pessoa, chega até a sentir saudade da criatura e quando a encontra, pensa: “Como eu pude aturar esse ser por mais de cinco minutos em algum momento da minha existência?” Ótima pergunta! Muitas vezes os amigos de doses homeopáticas possuem bom coração, boa índole e são até mesmo simpáticos, porém de alguma forma conseguem ser irritantes: seja porque são egocêntricos, gostam de se vangloriar e não são nada modestos, falam tanto que chega a dar uma convulsão mental, estão sempre discordando de qualquer coisa que você fale, só reclamam e ficam choramingando, inventam histórias estapafúrdias ou porque simplesmente não são muito inteligentes. Os motivos podem ser vários, no entanto, algo torna aquele sujeito muito chato em momentos que você não está lá esbanjando paciência. Quem sabe num passado muito distante ou não tão distante assim, vocês possuíam mais afinidades e se davam maravilhosamente bem, mas a realidade agora é outra baby: seu amigo é um porre e toda vez que ele abre a boca você se imagina esfaqueando-o para que ele cale a boca. Certas vezes dá até vergonha de apresentar o camarada pros outros amigos.
Mas o que fazer? Não pode destratar o colega não é? Mas também não precisa dar trela pro figura, a não ser que você esteja num daqueles dias onde quer testar seus bons modos e ver até onde vai sua calma. A minha eu sei que não vai muito longe, por isso eu sigo a bula e evito doses cavalares...

Thursday, March 04, 2010

A arte de espantar pretendentes

Conhecer um novo alguém é sempre uma ótima oportunidade de se reinventar e não cometer os mesmos erros. E quando eu digo reinventar, não quero dizer MENTIR sobre seu passado obscuro e sim OMITIR esses detalhes, transformando o mar de lama que você se envolveu em algo produtivo.
O ideal é que menções a esses períodos conturbados de sua vida sejam esporádicas e não comprometedoras, ou seja: só responda o que te perguntarem! Não saia contando tudo sem motivo. Mas se você é como eu e peca pelo excesso de informações, muita calma nessa hora. Evite, por exemplo, dizer que seus relacionamentos não duram mais de um mês porque você enjoa fácil das pessoas. Não comente que fidelidade não é o seu forte e que você não fica de consciência pesada depois que mente ou faz alguma merda, porque seu novo affair pode achar que você não é alguém muito confiável. Além disso, não confidencie que quando você bebe você não liga para absolutamente mais nada e faz o que bem entender. E por falar em beber não revele os fiascos envolvendo bebida alcoólica nos quais você já se envolveu, pois o pretê pode concluir que você não é uma pessoal normal (e talvez não seja mesmo).
Caso você saia com essa pessoa para o agito, não comece a mostrar todos os peixinhos que caíram na sua rede, porque a partir daí ela pode presumir que você é meio vadia, e você não quer que ela pense isso de você. Quer? Outra coisa importante é não expor que tipo de falcatrua você andou aprontando por aí, pois seu novo amor pode se assustar com a tua falta de vergonha na cara e de amor ao próximo. Ah, e se você ver algum ex e te der um aperto no peito, deixe pra chorar até ficar desidratada EM CASA e SOZINHA. Não comece a se descabelar na frente do pretê porque pega mal. Aliás, o assunto ex é um tabu. Ex bom é ex morto. Portanto, jogue um caminhão de areia nessa história e deu. Mas caso perguntem por que seus relacionamentos anteriores deram errado, você sempre tem a opção de colocar a culpa no falecido. Afinal a culpa é sua e você a joga em cima de quem você bem entender. Outro aspecto crucial é não mostrar logo de cara as peculiaridades e manias estranhas que você possui e procurar evitar também surtos psicóticos, gritos, crises ou qualquer tipo de siricutico, pois isso pode assustar seu novo par romântico. E por fim, se a tua moral por aí andar mais baixa que cu de cobra, e a tua caveira já estiver feita para o pretendente, aí fudeu. Só te resta pedir o benefício da dúvida.
Claro que se você for uma pessoa do bem, que não traz em seu currículo qualquer tipo de atividade sórdida que você está tentando desesperadamente esquecer e que não tenha absolutamente nada para esconder, não há motivos para se preocupar, porque quem não deve não teme, certo? Certíssimo. Como eu devo, com certeza eu temo.