Friday, July 11, 2008

Preguiça de amar

Depois que você bate a cabeça, fica desorientada e perde o juízo, dignidade, amor-próprio e bom senso (trocando em miúdos, se apaixona por alguém) e supera isso, dá tanta, mas tanta preguiça de começar tudo de novo.
Sejamos francos. Você achou que ia passar um bom tempo do lado daquela pessoa e de repente: Puf! Acabou! Demora um tempo pra acostumar com a idéia de que vocês não vão mais juntar os trapinhos e viver felizes para sempre. E quando você começa a acostumar você lembra: Ah tá, vou conhecer outra pessoa, saber de cada detalhe da vida dela e ela da minha, aprender a conviver com todos os defeitos dela, levá-la pra conhecer minha mãe e amar cada milímetro da existência daquele ser pra depois levar um chute na bunda ou levar um par de chifres e ficar num estado deplorável de novo. Pra quê? E aqui desculpe minha descrença nos seres humanos e no amor eterno. Amor eterno o caralho. É por essas e outras que dá preguiça de amar.
Mas tudo bem. A gente nunca desiste e tenta dar uma chance pro amor de novo. Passa um tempinho (que varia de pessoa para pessoa) e você já se sente preparada psicologicamente pra dar uma chance pra outro romance e se envolver com alguém novamente, aí você conhece uma pessoa e pensa: “Agora eu vou ser feliz.” Há, ledo engano minha cara. Sei lá que macumba que jogaram em você, mas não adianta. Você nasceu pra se foder no amor e precisa aceitar isso. Mas dessa vez você faz algo que surpreende até você mesma. Consegue pular fora dessa armadilha filha da puta que te armaram. “Se de cara já deu tudo errado é melhor nem insistir muito mesmo” pensa você. Muito bem. Pelo menos alguma coisa você aprendeu.
E agora? Agora nada. Amar dá trabalho. E trabalho dá preguiça. E pra falar a verdade tá muito frio pra se incomodar com isso. Se o amor quiser me encontrar eu tô ali, embaixo do cobertor. Se não quiser tudo bem, eu ando com preguiça dele e de tudo mesmo.

Wednesday, July 02, 2008

Esfihas e reflexões sobre a vida

Ontem eu vi uma caixa de esfihas do Habib’s dando sopa em cima do balcão e pensei: “Hum, que vontade. Mas eu não vou comer isso não porque tenho certeza que vou passar mal depois”. Como minha força de vontade não é lá muito grande, dois minutos depois eu estava devorando as ditas esfihas e três horas depois estava pensando: “Malditas!” Pelo fato delas não pararem de ficar me mandando lembranças. Nada que um Eno não resolvesse, mas mesmo assim...
Fica claro com o exemplo que eu já imaginava que a história não ia ter um final feliz, mas como eu sou teimosa é claro que eu fui lá, toquei o foda-se e comi as esfihas. E não é a primeira vez que isso me acontece (e não, eu não estou falando de esfihas). Na verdade a gente sabe o que é errado e o que pode não fazer bem, mas a gente não tá nem aí e não pensa nas conseqüências e depois fica se lamentando. Sempre temos uma escolha num determinado momento e a partir daí é por nossa conta e risco sempre. Então não adianta ficar choramingando depois, porque você teve um momento de decisão e se você escolheu o caminho errado, o problema é exclusivamente seu. Se um Eno não puder resolver teu problema, meu bem, azar o seu. Ninguém mandou ser idiota e comer as malditas esfihas. E sim, estou me referindo as esfihas metafóricas da vida, que costumam incomodar bem mais do que uma simples azia...