Thursday, November 26, 2009

Conversa de botas batidas

Você me pediu para ler os seus textos e dar uma opinião. Eis o que eu acho a respeito da situação: Acredito que pensar demais faz mal. Sério! E pensar demais e não tomar nenhuma atitude é ainda pior. Acho que muitas vezes nós sabemos EXATAMENTE como proceder, mas a falta de coragem impede a tomada de uma decisão definitiva. É tudo culpa do medo do fracasso. Ninguém gosta de perder. Eu nunca gostei. Eu sempre quis ser a melhor em tudo que eu faço. Nunca me conformei fácil. Mas sei lá, na vida sempre estamos perdendo alguma coisa mesmo, é normal. Inclusive a vergonha na cara. Hê.
O problema é que só nos concentramos nas perdas e não nos ganhos. É tudo uma questão de perspectiva. Por exemplo, quando eu estava loucamente apaixonada por X, pensei que nunca conseguiria viver sem aquela criatura. Então eu tomei a decisão errada e tive que arcar com as conseqüências dos meus atos. Foi difícil demais, porém ninguém disse que ia ser fácil mesmo. O importante é que depois de tudo eu notei que tinha ganhado algo maior e bem mais precioso. A amizade e um lugar no coração de X que ninguém nunca vai conseguir tirar (HAHA que gay, mas é verdade). Se valeu a pena todo o sofrimento? Lógico que valeu. Obviamente que se eu pudesse voltar no tempo faria tudo diferente. Mas eu não posso. E ficar me lamentando de nada ajuda também. Passou, a vida continua. Assim que funciona. E muitas vezes esquecemos também que a liberdade é o melhor presente que poderíamos ganhar. Não tem sensação melhor que se livrar das algemas que te prendem ao coração de outra pessoa. Mas enfim...
Quer outro exemplo? No dia que eu conheci Y, que iria arrancar meu coração do peito e sambar em cima, também conheci outras duas pessoas que iriam se tornar muito próximas de mim e que iriam me ajudar durante minha trajetória pelo inferno. Pois é, são as compensações da vida. Valeu a pena todo esse martírio? Sempre vale. Eu evoluí espiritualmente. Vejo as coisas de forma diferente e se não tivesse passado por essa desgraceira toda eu ainda seria a mesma tonha de sempre.
Você me questionou se eu acredito que exista apenas um amor pra vida inteira. E não, eu não acredito. Acho que no final das contas as pessoas acabam sendo meio substituíveis. Às vezes é você que encontra uma pessoa substituta outras vezes você é substituída. Mas creio que em meio a todas essas trocas, substituições e putarias é sempre possível encontrar um novo amor. E esse novo amor pode ser mais arrebatador e intenso que o anterior ou menos. As pessoas são diferentes e acabam nos completando de formas diferentes. A vida é imprevisível e você tem que se abrir pra esse lado inesperado dos acontecimentos. Ninguém nunca encontra o amor quando sai procurando. Quando te conheci, eu não estava te procurando. Simplesmente você apareceu numa sexta feira qualquer. Logicamente que certas pessoas sempre vão ter um lugar especial no nosso coração, mas dessas pessoas a gente só guarda as lembranças com carinho e pensa nelas nos momentos de nostalgia. SÓ. Ficar se prendendo ao passado e lembrando como você já foi feliz não ajuda ninguém. Guardar raiva e ódio no coração também não é lá de grande utilidade.
E sei lá, o amor simplesmente acontece. Ele não agenda horário e nem bate na porta. E quando ele chega você SABE que a partir daquele momento tudo vai ser diferente. Acho que você não precisa fazer muito esforço para as coisas acontecerem porque elas simplesmente acontecem e acontecem muito rápido. Tão rápido que quando você percebe não dá mais pra fugir e simplesmente se rende...

Monday, September 21, 2009

The lost art of keeping a secret

Sempre fui um livro aberto, mas de uns tempos pra cá ando encontrando dificuldades em confiar nas pessoas e me abrir e isso é um saco! Fico me coçando de vontade de compartilhar meus segredos mais sórdidos e todo o mar de lama que me envolvi e nem posso.
Na verdade nem é questão de poder contar ou não, é mais sobre dever ou não. Mas como meu auto-controle não é lá dos melhores, sempre acabo desatando a falar e divido todas as mazelas que tomam conta de meu ser com alguém. E me arrependo no minuto seguinte. É uma merda!
O mais estranho de tudo é que pra desconhecidos não faço nenhuma cerimônia e abro meu coração sem um pingo de remorso. Lembro de um garoto que conheci no trabalho uma vez e após dois dias partilhando cigarros e cafés, eu já estava expondo toda minha vida. Não sei por que, mas eu sabia que podia falar tudo pra ele. E é engraçado, pois fiquei meses sem conversar com o referido rapaz e esses dias o encontrei no ônibus e comecei a relatar algo que tinha acontecido comigo que nem tencionava contar a ninguém. Me senti muito mais leve depois daquele papo.
Sei lá, tem pessoas que transmitem confiança e que você sabe que pode contar todo tipo de sujeira sem nem precisar dizer "Olha, não comenta nada disso com ninguém, ok?" Já outras, você tem certeza que depois de confidenciar algo, metade da paróquia vai ficar sabendo.
Às vezes me canso de ter conversas superficiais. Eu quero mais. Não há nada melhor do que ter por perto alguém que te entenda e que você possa falar sobre tudo que se passa com você. Seus sonhos, medos, frustrações, alegrias, planos, fracassos. Porque convenhamos, quando você fica mantendo muito as coisas pra si chega uma hora que transborda. Você surta.
Não adianta, confiança é a base de qualquer relacionamento. Cheguei a conclusão que se você não confia em alguém é melhor nem ter essa pessoa por perto porque é inútil. "Você precisa de alguém que te dê segurança, senão você dança". Dança mesmo.

Thursday, September 17, 2009

Chega de saudade

Às vezes, quando não tem nada melhor para fazer, você resolve ouvir música, fumar um cigarro atrás do outro e pensar na vida. Em meio a vários devaneios você se flagra pensando naquele amor do passado que deu errado. Se bem que considerando as circunstâncias é até estranho que tenha durado tanto. Mas enfim...
Você começa a lembrar de situações, lugares, frases, músicas. A saudade te invade. Mas é uma saudade morna, daquele tipo que é preferível nem sentir. Aí você se questiona: Como tudo foi acabar tão mal? Bom, essa é fácil de responder. É porque já começou mal. De repente, o Winamp resolve tocar a música de vocês. Aquela que fazia você sair correndo na balada ao encontro da razão do seu afeto, cantar aos berros e viver os 3'14'' mais felizes da sua vida. Mas ah baby, você devia saber que o Paul Banks estava certo o tempo todo. Era tarde demais.
O engraçado é que agora você não consegue mais ouvir essa bendita música e sempre que ela começa a tocar, você pula para a seguinte. E não é porque ela traz memórias à tona. É porque você ouviu tanto, mas tanto, que encheu o saco. Assim como aquele sofrimento repetido ad infinitum.
O fato é que você não sente mais saudades daquela pessoa e sim daquele sentimento que te arrebatou. O que você queria na verdade era amar loucamente de novo. Sentir toda aquela intensidade. Ter aquela inspiração que inebria para escrever páginas e páginas declarando todo seu amor. Você queria um daqueles amores que te fazem perder a compostura e a dignidade. O mundo parece ter proporções administráveis quando você o considera dentro desses parâmetros. Do contrário ele parece tão solitário e enfadonho.
Pois é, a falta de um amor é um tédio só. O problema é que nesse caso, quem procura não acha. Ou só acha trastes. "Não se estando distraído, o telefone não toca, e é preciso sair de casa para que a carta chegue". Ainda bem esse semestre você tem uma monografia da faculdade pra ficar BEM distraída...

Thursday, September 03, 2009

Let's get excited - Parte II

A festa começou cedo e terminou cedo. Não era nem meia noite e todos já estavam na cama de pijaminha e banho tomado.
Quando acordamos dia seguinte fizemos a triste constatação que a casa estava destruída. O caos reinava absoluto. Dava até medo de ver. Por esse motivo decidimos adiar a faxina. Pedimos comida no Habib’s e sei lá que diabo de conta fizemos, mas gastamos cerca de 60 reais em 5 pessoas. Sobrou MUITA esfiha.
Como todo mundo que permaneceu na casa acordou de ressaca, optamos por fazer um programinha light sábado à noite: Alugamos um filme e compramos um monte de porcarias pra comer. O filme era horrível. Sério, deve ter sido uma das piores coisas que assisti nos últimos tempos. E não sei exatamente se foi a coca-cola em excesso, o brigadeiro, a pipoca ou o salgadinho, mas o grupo teve sérios problemas gastrointestinais depois da sessão cinema. Contudo, é melhor nem entrar em detalhes sobre isso.
Aí no domingo não tinha escapatória: A patrulha da limpeza teve de entrar em ação. Ninguém estava muito animado pra limpar nada, mas do além começamos a ouvir uma música no último e nisso chegou a dona da casa com uma vassoura fazendo uma coreografia bizarra. Nascia nesse dia a dança da faxina, embalada por Le Tigre. Foi lindo de ver e não teve quem não quis limpar a casa depois daquela cena. Aliás, até hoje as amigas dançam freneticamente e relembram os passos da coreografia quando ouvem essa bela canção.
É. Fiascos e mistérios à parte, o fim de semana foi memorável e deixou muitas saudades. E se o objetivo do feriado era se estragar, missão cumprida! Mas é isso aí minha gente: Quem não bebe não tem história e quem bebe demais acorda azul. Eu que o diga...

Saturday, August 29, 2009

Let's get excited - Parte I

Era Sexta-Feira Santa, a casa da amiga estava liberada e como ótimos cristãos que somos, achamos que seria interessante fazer um retiro espiritual para refletir sobre nossas vidas e buscar a paz interior. Tá, mentira. Nós resolvemos fazer uma festinha onde a idéia era beber até cair.
Cheguei por volta das 13 horas na casa da anfitriã e fui recebida calorosamente com um copo de Whisky. Naquela tarde Kaipy também fazia parte do menu de bebidas. E pra quem nunca teve o imenso prazer de se deleitar com esta iguaria, ela encontra-se a venda no Mercadorama mais próximo da sua casa. Além de vir numa garrafa de plástico (olha só que beleza, dá até pra reciclar depois) e ser vendida a um preço módico, tem alto teor alcoólico. Fica a dica!
Ok, confesso, a Kaipy é horrorosa. E por isso resolvemos fazer caipirinha de verdade num recipiente comprado especialmente para a festa: Um balde. Depois dessa parte não me lembro direito o que aconteceu, sei que rolou um PT coletivo no evento. Juro. Nunca vi tanta gente capotada junta. Pensando bem eu não vi nada porque depois de vomitar horrores, juntei minhas últimas forças, caminhei até a beira da piscina, deitei e por lá resolvi ficar.
Alguma alma caridosa me levou para um dos aposentos da casa e por lá me largou, pois quando acordei não estava mais perto da piscina. Meu mundo ainda girava, mas criei coragem, levantei e fui me olhar no espelho pra ver se estava muito acabada. Eis que tive um choque: Eu estava azul. É, AZUL! Minhas excelentíssimas amigas aproveitaram meu estado de embriaguez e pintaram meu corpo com um pincel atômico. Desci com o capeta no corpo para tirar satisfações com as “artistas”, mas depois de começar a ouvir todos os fiascos da festa me acalmei. Além do mais isso não era nada comparado a outra amiga que também passou mal e resolveu pular a cerca elétrica da casa de dentro para fora e foi achada perto de uma árvore nas redondezas. Não sabemos ainda como a moça não morreu eletrocutada.
Outro mistério que ainda paira sobre essa festa é “Quem cagou no banheiro da suíte e não puxou a descarga?” Os principais suspeitos negam até hoje terem cometido tal ato. E seja lá quem tenha feito isso, o ser não limpou a bunda porque não havia papel higiênico nesse banheiro.

Friday, August 21, 2009

Salto from hell - Parte II

A última vez que usei salto foi no casamento do meu primo há 5 anos atrás e sinceramente não sei como agüentei ficar com aquele negócio no pé por mais de 4 horas seguidas. Acho que quando somos mais novos, somos mais tolerantes ao sofrimento. Sei lá...
Sei que se passaram alguns dias e eu fui chamada para uma outra entrevista. E como eu tinha colocado na minha cabeça que iria de salto, eu fui de salto. Ok, eu fui de tênis. Mas levei os benditos sapatos junto dentro da minha bolsa. Orra, dá um desconto né? Uso salto uma vez na vida, outra na morte. Não estou acostumada!
Desci no tubo perto da empresa, olhei pro cobrador e disse: “Não conta pra ninguém tá? Mas eu odeio usar salto.” E coloquei os sapatinhos e comecei a caminhar. Juro que foram as 3 quadras mais longas que já percorri na minha vida. Caralho! Andar de salto nas calçadas esburacadas de Curitiba é trash. Mas tudo deu certo e consegui chegar sem levar nenhum tombo. Menos mal!
Nesse mesmo dia tive outra entrevista na parte da tarde e fiz o mesmo esquema, fui de tênis e dessa vez resolvi fazer a troca no elevador. Fiquei torcendo pra ninguém entrar junto comigo, mas acabou entrando a zeladora do prédio e assim que comecei a descalçar meus tênis já fui logo me explicando. Não sei porque tenho mania de dar satisfação para estranhos, mas sempre dou. Disse para ela que odiava usar salto, mas que às vezes era necessário. Ela sorriu e concordou.
Não adianta, muitas vezes você é julgado pela aparência e pelo modo como se veste. Acho errado, mas as coisas são como são. Não tem como fugir de certas situações... E é por isso que eu digo: Quem não tem cão caça com gato. Quem não tem Jesus no coração usa salto! Juro que resolve. Bem, no meu caso pelo menos resolveu...

P. S. Depois dessa odisséia não pretendo me aventurar a usar sapatos com salto tão cedo novamente. Definitivamente não nasci pra essa vida...

Thursday, August 20, 2009

Salto from hell - Parte I

Como não tenho roupa social, normalmente quando vou a uma entrevista de emprego coloco no máximo uma camisa e tiro meu piercing do nariz. Mas vou de calça jeans e tênis mesmo. E deve ser exatamente por isso que não me contratam. Mas enfim...
Naquela quinta-feira não foi diferente. Coloquei minha camisa azul, calcei meu all-star branco e tomei meu rumo. Lembro bem que aquele dia meu cabelo não estava cooperando muito. Que ódio quando isso acontece! Quando cheguei à empresa já havia uma moça sentada esperando e ela foi chamada na minha frente para a entrevista.
Da sala de espera dava para ouvir o que a entrevistada e a entrevistadora conversavam, mas nem fiquei prestando atenção. Atentei para o fato de não estar me sentindo nervosa. Era esquisito na verdade, pois não me sentia à vontade em diversas circunstâncias, como em apresentações de seminários, por exemplo. Mas em entrevistas de emprego tudo sempre fluía tranqüilamente. Antes, durante e depois. O fato é que acho que nunca encontrei um trabalho que eu REALMENTE queria a ponto disso me deixar preocupada ou em pânico. Fiquei pensando nisso e em outras bobagens quando escutei: “Pois é, encontrei Jesus...” COMO ASSIM ENCONTROU JESUS, MOÇA? Logo na entrevista? Jogo sujo meter ele na história! Como eu iria competir com alguém que encontrou Jesus? A última vez que me perguntaram se eu conhecia Jesus, respondi sarcasticamente: “Pessoalmente não!” e a pessoa não ficou nada satisfeita.
Pra encurtar a história, na minha entrevista correu tudo bem. Mas algo me dizia que não ia dar certo. E eu estava certa. Não me chamaram, mas aposto que chamaram a moça que esbarrou com Jesus. Ok. Não fiquei sentida. Mas tomei uma decisão: Na minha próxima entrevista eu iria de salto alto.

Monday, August 17, 2009

Wake me up when August ends

Tem momentos na vida que a gente se enfia num buraco e não há livro de auto-ajuda, palavras reconfortantes, vodka ou filme com final feliz que te faça crer que coisas melhores estão por vir.
Dá uma preguiça existencial. Vontade de sumir do mapa. Dormir por um mês seguido. Não falar com ninguém. A apatia toma conta. Um certo tipo de desespero também. Quanto mais você pensa mais angustiada você fica. Parece não haver saída, que tudo e todos conspiram contra.
Aí você resolve beber para afogar as mágoas. O problema é que aparentemente as bandidas aprenderam a nadar. E nessas quem se afoga é você. Num mar de arrependimentos e auto-piedade. Que ótimo!
Não demora então, para a melancolia e a tristeza baterem à porta. E você as deixa entrar numa boa e pensa: “Ah, logo elas vão embora”. Só que essas duas são extremamente inconvenientes. Não te deixam ir para qualquer parte sem carregá-las junto. Te fazem companhia desde o momento que você acorda até a hora que você coloca a cabeça no travesseiro para dormir. E pior: Parece que resolveram prolongar a visita.
Em dado momento você aceita essa condição e desiste de tentar fazer qualquer coisa para mudar esse estado de espírito. Mas chega uma hora que... Que sei lá o que você faz, porque meu barco naufragou na Ilha da Tristeza e eu ainda não consegui sair de lá.
Provavelmente depois disso você pára e fala: “Opa, peraí! Não vou me entregar assim tão fácil!” Aí você levanta, sacode a poeira, expulsa a tristeza e as amigas dela, bota um sorriso na cara e abre a casa inteira pra esperança poder entrar. Afinal, se você não acredita que as coisas vão melhorar, quem é que vai acreditar nisso por você?

Sunday, August 16, 2009

Ensaio sobre a cegueira

A história foi mais ou menos assim: Há algum tempo atrás resolvemos fazer um churrasco (sem carne, claro) e convidamos os mais chegados. Até aí tudo bem. O detalhe é que uma dessas ilustres convidadas estava com conjuntivite, mas como somos pessoas praticamente sem frescuras e sem noção também, insistimos para que ela estivesse presente.
“Olha, o negócio é sério! Acho melhor vocês evitarem contato com ela.” Tentou alertar o pai da amiga quando foi deixá-la no evento. Óbvio que não ligamos pro perigo eminente e muito menos demos ouvidos ao sábio conselho paternal. “Ná, capaaaaaz! Não vamos pegar não.” Resultado? A moça disseminou a peste na festa e uma semana depois TODO MUNDO estava com conjuntivite. Coisa do demônio mesmo.
Doía horrores, coçava, ardia, lacrimejava. Uma maravilha! Além desses sintomas super agradáveis tive que ficar um mês sem usar lentes de contato, e pra quem não sabe eu sou míope. Muito míope. Praticamente preciso de uma bengala e um labrador para me conduzir pelas ruas quando não estou usando lentes.
Como eu não tinha óculos, emprestei do meu pai um par que era mais ou menos do meu grau. O problema é que como não era exatamente o grau que eu usava, acabava tornando-se incomodo ficar com o dito cujo por muito tempo, pois dava dor de cabeça e tontura. E pra ser bem franca, fiquei traumatizada com esses óculos porque a única vez que resolvi fazer uma aparição em público usando-os, acabei ganhando o apelido de Chiquinha. Depois dessa larguei MESMO os béts de usá-los na frente de outros seres humanos.
Mas voltando a saga da cegueira... Naquele mês minhas idas ao oftalmologista tornaram-se bastante freqüentes e como ninguém podia me acompanhar, eu ia sozinha mesmo, sem enxergar porra nenhuma direito. Então, numa bela tarde voltando do consultório fui pegar o Cristo Rei na Carlos de Carvalho. Estava lá toda bonitona esperando e quando vi uma coisa amarelinha se aproximando pensei: “Opa, já está no horário. Deve ser ele!” Fui até a beira da calçada e comecei a dar sinal, só que o ônibus passou batido. Nem pensei duas vezes: Comecei a xingar o motorista de vários nomes em alto e bom som.
Foi aí que olhei para a traseira do ônibus e vi alguma coisa escrita e também reparei melhor no formato dele. Nesse momento me dei conta que o ônibus não era um ônibus, o ônibus era um carro-forte!
Queria MORRER de vergonha porque havia várias pessoas no ponto, que provavelmente devem ter achado que eu tinha batido minha cabeça ou algo do gênero. Nem tive coragem de olhar para trás na verdade. Saí correndo para o próximo ponto porque juro que naquela hora, tudo que eu queria era me enterrar viva. Foi bizarro.
Depois de algum tempo uma amiga me ensinou uma simpatia pra trazer dinheiro quando você vê um carro-forte. Nunca testei. Minha experiência depois desse dia diz que ver um carro-forte além de não te render dinheiro nenhum pode te fazer passar vergonha. Maldita hora em que eu achei que não daria nada ficar perto da amiga que portava o vírus do satã...

Sunday, May 24, 2009

Be kind rewind

Sabe o que o e-mail, o Twitter e a SMS tem em comum? Não, não é uma daquelas piadas mongas do tipo: “O que há em comum entre um bolo queimado, uma cerveja estourada no congelador e uma mulher grávida?”
A verdade é que devo confessar que os três me dão um pouco de medo porque sabe como é né? Depois que foi, já elvis. Mandou e-mail xingando até a décima terceira geração da família do seu atual affair porque andou descobrindo uns podres dele/dela? Postou merda ou se excedeu em detalhes sórdidos? E eu sei que os 140 caracteres do Twitter parecem pouco, mas dá quase pra escrever o novo testamento com isso. Tááááá, menos. Mas dependendo do que você relata, pode ser informação demais. Mandou SMS embriagada se declarando? Bem, nos três casos a resposta é: FODEU. Um abraço pro gaiteiro porque não tem volta, meu bem. O(s) destinatário(s) vai/vão receber a mensagem e não há nada que você possa fazer a respeito disso. E no caso do Twitter é ainda pior, pois várias pessoas terão a oportunidade de ler a pérola que você escreveu.
Para as três situações o máximo que você poderá fazer é inventar alguma desculpa esfarrapada do tipo: “fui possuída por entidades demoníacas naquele momento e não quis dizer nada daquilo”, “estava muito bêbada e acabei agindo por impulso então, por favor, desconsidere minhas palavras”, “estava sob o efeito de poderosas drogas que afetaram meu discernimento de realidade e julgamento e acabei dizendo coisas que não deveria” ou ainda “bati a cabeça e não me lembro de nada disso”. Óbvio que provavelmente nenhuma delas cole muito, mas não custa tentar remediar...
Eu sei que o ideal e a chave para resolver esse probleminha de arrependimento pós-desabafo, seria uma atitude aparentemente bem simples: Pensar friamente antes de apertar o botão ENVIAR. Mas vem dizer isso pra mim que sou do tipo impulsivo? Se eu estou de cabeça quente, primeiro eu faço e depois fico analisando. Óbvio que isso normalmente me traz uma série de problemas. Mas infelizmente tem certos hábitos que são difíceis de se livrar.
Por isso que gosto do blog e do fotolog. Nada como uma segunda chance, sabe? Postou e não ficou satisfeito? EDITA ou DELETA e ponto final. E quem dera se na vida real existissem esses botõezinhos mágicos, ou quem sabe um botão Rewind. Seria tããããão útil...

P. S. Não há nada em comum entre um bolo queimado, uma cerveja estourada no congelador e uma mulher grávida. Mas se você tivesse tirado antes, nada disso teria acontecido. HA HA HA

Thursday, May 21, 2009

Vamos nos permitir

É engraçado como uma frase aparentemente tão do bem pode te levar a lugares que você nem imagina. Você está lá no bar bebendo uma cervejinha e de repente, quando se dá conta, está à beira-mar segurando um vinho barato vendo o sol nascer. Tá, ok. Não foi tão do nada assim.
Lembro-me que nem ia sair naquela sexta-feira, mas como de costume, uma força maior não me permitiu ficar em casa. A idéia, a princípio, era tomar umas cervejas no Café do Teatro e depois esticar para o Wonka. Programinha super do bem, ou ao menos eu imaginava que seria.
Porém, depois de vááááárias cervejas, absintos, amaretos, whiskys e sei lá mais o que a amiga sugeriu: “Vamos num motel que tenha piscina porque eu quero nadar.” Óbvio que todo mundo ficou meio relutante ao desejo da estimada colega e então ela completou: “Vamos nos permitir gente!” E num momento de pouca lucidez coletiva acabamos aceitando. Cada louco ou bêbado com a sua excentricidade, não é? Deixa a menina nadar...
A próxima coisa que me recordo é de estar na BR andando com uma motorista pra lá de empolgada que tirava as mãos do volante pra cantar Avril Lavigne. Aliás, escutamos o cd da Avril umas 95 vezes porque era o único existente no carro e no final de nossa jornada, todos sabiam as letras de cor, salteado e se bobear de trás pra frente.
Não sei exatamente como ainda, mas chegamos com vida ao local de destino. E como estávamos em cinco e não tínhamos tanto dinheiro pra investir nessa história de motel com piscina resolvemos “ocultar” três pessoas no carro pra pagar só por um casal. Sei lá que diabos eu tinha na minha cabeça, mas concordei em me esconder no porta-malas com uma amiga e devo dizer que não pretendo fazer isso tão cedo novamente na minha vida.
Infelizmente nossos esforços foram em vão e acabaram descobrindo nosso plano maligno depois que entramos no quarto. Contudo, ainda entusiasmados com a idéia de nos permitir, que era reforçada pela amiga a cada cinco minutos, tivemos a fantástica idéia de ir para o Parque Barigui ver o sol nascer. Mas o Barigui era pouco for nóis naquela noite e quando vi estávamos descendo pra Guaratuba. Tá, confesso. A brilhante sugestão foi minha. Mas como diriam: “O que é um peido pra quem tá cagado?”
Vinho barato na mão (que sei lá da onde surgiu) e pézinho descalço na areia pra ver o sol nascer. Se bem que a gente chegou meio atrasado pra isso na verdade, mas chegamos! E como nós já estávamos por lá mesmo acabamos passando o fim de semana na praia na casa dos pais da amiga à base de geladinho (que era a única coisa que tinha na geladeira e ninguém tinha mais dinheiro).
A parte mais triste foi a volta pra casa no domingo. Roupas cheias de areia, ressaca, aquela cara de sexta-feira e uma pitada de melancolia. Mas como diria o Lulu: “Não há tempo que volte amor. Vamos viver tudo que há pra viver. Vamos nos permitir." Se bem que na próxima pretendo me permitir um pouco menos porque tenho medo da onde eu possa parar...

Saturday, May 02, 2009

Belos e malditos

Numa bela tarde de domingo disseram pra Chapéuzinho vermelho tomar cuidado com o Lobo mau porque ele pegava menininhas pra fazer mingau e tinha o coração peludo. "Faça o que você tem que fazer e depois dê um chute na bunda dele". Mas a tontinha nem deu bola pros avisos e começou a sair e se envolver com ele, que era meio psicopata e inconstante, mas dono de um charme praticamente irresistível. Aliás, até hoje o segredo de sedução do Lobo é um mistério para ela, que não sabe direito o que viu nele.
A verdade é que Chapéuzinho sempre teve um dedo meio podre e adorava os tipinhos problemáticos. E claro, o sobrenome do Lobo era problema. Apesar disso, ela sempre enxergou nele algo bom, sempre acreditou nele porque bem lá no fundo ele era um bom animalzinho. Não do tipo domesticável, logicamente. Mas isso ela demorou um pouco mais pra notar.
Jovem, ingênua e inocente, Chapéuzinho se apaixonou louca e perdidamente pelo Lobo malvadão, que realmente era um traste, só que ela cega de amor preferiu abstrair esse pequeno grande detalhe e na realidade não tava nem aí pra isso porque ela além de hipocondríaca, também era meio vadiazinha e fazia a linha do tipo que não julga. O que realmente importava é que parecia que ela finalmente tinha encontrado o que buscava há tanto tempo: Um lugar pra repousar seu amor. Óbvio que repousar foi o que menos o amor dela fez ao lado dele. O Lobo adorava brigar e se fazer de vítima sempre.
Mas independente dos comportamentos reprováveis do ser peludo, a encapuzada não desistia e achava que algum dia ele poderia mudar e eles seriam felizes para sempre. A tonha sempre se focou apenas naquilo que ele tinha de bom e talvez tenha exacerbado essas virtudes. Para ela o Lobo era O cara: Inteligente, sexy, charmoso, divertido e bom de cama. Quase pra casar. QUASE. Como o Lobo mesmo tinha dito para ela quando eles se conheceram, "cedo ou tarde a máscara cai" e a dele não demorou muito pra cair não. Egocêntrico, mentiroso, manipulador, mandão, reclamão e falcatrua. Tudo que a moçoila sempre sonhou em encontrar em alguém. Qualidades singulares reunidas num só ser. Imagina que maravilha! Não que ela fosse flor que se cheire, mas não era de jogar fora também. Aliás, acho que toda essa desarmonia e falta de caráter dos dois chegava até a ser meio romântico.
Pra encurtar a história, Chapéuzinho vermelho se fodeu de verde e amarelo, comeu o pão que o Lobo pilantra pisoteou e no final acabou com um coração mais peludo que o dele. E pra tentar esquecer o maldito, envolveu-se com várias pessoas, e nessas acabou magoando muita gente. A criaturinha tentou de tudo, mas no final acabou só causando a discórdia, partindo corações e fez um monte de coisas das quais não se orgulha e tudo isso porque seu coração ainda pertencia ao patife do Lobo.
O problema, de fato, é que a mocinha encapuzada sempre foi teimosa pra caralho e nunca gostou de perder. Nem na sinuca, nem no futebol e muito menos no amor. Talvez por isso ela tenha insistido por tanto tempo com o Lobo. Mas acontece que com o bandido do Lobo o buraco era mais embaixo e por mais malandra e sagaz que a Chapéu fosse, provavelmente ela jamais teria chances de vencê-lo. Talvez ela nem tenha amado o Lobo mau de verdade porque ela sempre teve o péssimo hábito de querer quem ela não podia ter e tava na cara desde o começo que ela não ia conseguir colocar ele na coleira não. Porém, como já mencionado anteriormente, Chapéuzinho era uma garota muito cabeça dura e sempre teve que aprender na base da porrada.
Atualmente eles não se falam mais. Claro que ela ainda pensa nele às vezes e quando bebe, ele é o primeiro da lista pra quem ela pensa em ligar de madrugada pra encher o saco. Aliás, a menina do capuz vermelho deveria ser proibida de fazer ligações e mandar mensagens quando está alcoolizada, mas isso não vem ao caso. Chapéu fez tudo que podia e o que não podia também (tsc, tsc) pra esse romance dar certo só que chegou uma hora que ela resolveu largar os béts. Ela havia ultrapassado seus limites e tentar ser só amiga do Peludão não tava rolando mais. Sei lá, era muito difícil para ela vê-lo com outras menininhas.
Mas que ela morre de saudades dele, ah ela morre... E quando ela vê o dito cujo manda o auto-controle dela pro espaço e continua a cavar uma cova ainda mais funda da que ela já está enterrada. Pobre garotinha. Imagine que tipo de pecados ou atrocidades ela cometeu numa vida passada pra merecer um carma peludo desses. Deve cagado e tacado pedra na cruz ou arrotado na santa ceia ou talvez tenha participado de algum genocídio porque não é possível viu...

Friday, April 17, 2009

De boas intenções o inferno está cheio - Parte II

Entrei, então, no portal de ação voluntária e como não tinha nada mais perto da minha casa acabei escolhendo, num momento de pouca sensatez, a Santa Casa de Misericórdia. Na realidade, tenho pavor de hospitais e sangue, mas achei que era hora de superar meus traumas e crescer como pessoa. Tá, mentira. Como a instituição é mantida pela PUC achei que não encontraria problemas no processo de obtenção de certificado. E também pensei: “Antes a Santa Casa do que o Cajuru”. Acho que pior que o Hospital Cajuru (também sustentado pela PUC) só o Hospital do Trabalhador em termos de gente que chega toda fudida e machucada.
Depois disso, liguei para o hospital e agendei uma entrevista com a coordenadora de voluntariado do local e fui lá bela e formosa conversar com ela sobre como ações desse caráter são edificantes e gratificantes. Preenchi todo um cadastro para trabalhar com eles, mas nem perguntei nada sobre certificados porque achei que daria muito na cara que meus interesses por lá eram outros. E na semana seguinte começaria então a ser voluntária no hospital.
Questionei minha mãe qual seria a forma mais delicada de tocar nesse assunto de obtenção de certificado, afinal eu não queria causar a impressão errada. Eu estaria lá pra ajudar porque tenho um coração bondoso e não porque estou atrás de horas complementares, ou pelo menos era o que eu queria que parecesse. Minha mãe achou que eu NÃO deveria aparecer lá na segunda e trabalhar antes de ter CERTEZA que conseguiria o certificado. Mas eu não tive coragem pra ligar lá e fazer a pergunta que não queria calar e acabar com todo o meu disfarce. Ao invés disso, pensei em perguntar, assim como quem não quer nada, na segunda durante o “hospitour” que eu faria com a coordenadora.
Na segunda, fui lá cheia de boas intenções (ou nem tanto assim), fiz o tour pelo hospital, tomei DUAS vacinas (que ficaram latejando pra caralho depois), acompanhei um outro voluntário que levava pacientes do leito até a sala de exames para ir conhecendo melhor o lugar, ajudei a coordenadora com seus problemas no maldito Excel e então no final da tarde, achei que era a hora e disparei para ela: “Então... Estou pra me formar no meu curso e andei conversando com a minha coordenadora e ela comentou comigo que trabalho voluntário e afins contam como horas complementares. Queria saber se trabalhando aqui com vocês, consigo certificado e tal porque vai me ajudar nesse negócio de atividades complementares”.
Ela gentilmente me respondeu que o protocolo do hospital não permitia a emissão de certificados porque eles queriam evitar gente mal intencionada, pessoas que tinham segundas intenções e que na realidade, não queriam ajudar somente ao hospital. E eu querendo me enterrar viva, respondi completamente ruborizada: “É, verdade. Tá certo mesmo. Tá cheio de gente assim por aí. Imagina!”
Nem preciso dizer que no dia seguinte não fui ao hospital, não é? Nem no outro dia. Mas resolvi ligar pra dar satisfações porque a coordenadora era uma pessoa extremamente amável e fiquei com a consciência pesada de deixá-la na mão e me sentindo no dever de me explicar. Respirei fundo e liguei. Bati a real pra ela. Coisa que eu deveria ter feito desde o princípio, por sinal.
Eu sei, eu sei. Eu sou uma pessoa terrível e minha passagem de ida pro inferno já está garantida (e não só por causa disso). E eu deveria ter ouvido a minha mãe. Droga! Mas dos males, o menor... Aprendi a lição: Essa história de mentir pra se enturmar não leva a lugar nenhum. Hê. Fica a dica!

Wednesday, April 15, 2009

De boas intenções o inferno está cheio - Parte I

Essa que vos escreve resolveu fazer trabalho voluntário. "Oh, que atitude nobre" deve estar pensando você, caro leitor. Nobre nada e eu explico a razão disso.
No curso de Publicidade e Propaganda é necessário que se tenha 108 horas complementares para que se ganhe o canudo e a bonitona aqui não fez porra nenhuma em 3 anos de curso. Não assisti a palestras, não fiz cursos e muito menos estágio. Resumo da ópera: Tenho ZERO horas complementares. Yay!
Tomada pelo desespero, fui então falar com a coordenadora do curso pra descobrir como sanar o problema e nisso descobri que trabalho voluntário e coisas do gênero contam como atividades complementares. Estágio também conta, óbvio, mas como o mar não está pra peixe resolvi ficar com a primeira opção mesmo.
E se você pensa que é só sair por aí querendo ajudar ao próximo, está redondamente enganado. Até palestra você precisa assistir pra ser voluntário. Após assistir a palestra aí sim você está apto a se inscrever em alguma ação e praticar o voluntariado.
Agora pense numa palestra que é ministrada aos sábados de manhã. Delícia, não? Nem saí na sexta-feira anterior à palestra, porque se saísse tenho certeza que chegaria semi-bêbada e acabada pra assistir a dita cuja. E pra falar bem a verdade a tal palestra não me acrescentou nada. Mas enfim, regras são regras. No final da palestra você ganha um cartãozinho que te “autoriza” a sair por aí fazendo o bem pelo mundo afora.
Oh céus, dai-me forças!

Saturday, April 11, 2009

Trago seu amor em 3 dias

- Pai, o que que você faz com aqueles amor-cachaça, do tipo que quando você larga e fica longe dá crise de abstinência?
- Não faz nada.
- Sei lá sabe, não suporto mais essa situação. Não tem solução.
- Bruna, se não tem solução, solucionado está.

Olha, tô pra conhecer cara mais prático e racional que meu pai viu. Agora se eu vou conseguir fazer nada a respeito disso já é outra história porque ao contrário dele, sempre acabo metendo os pés pelas mãos. Mas daqui pra frente meu pai será meu guru sentimental, porque aparentemente ele entende melhor disso do que eu. Ai ai...
Oh, Senhor, livrai-me das recaídas e desses joguinhos malignos. Amém.

Thursday, April 09, 2009

É de lágrima

“É filme de chorar” alertou a amiga e como meu domingo não estava lá aquelas coisas, preparei meus lencinhos e meu espírito e fui ver o tal filme.
Sei lá, às vezes nada melhor que um bom drama (no qual você não esteja envolvida de preferência) pra se debulhar em lágrimas e lavar a alma. Mas enfim... Sei que fui preparada psicologicamente para chorar que nem uma desgraçada e nada aconteceu. Nem uma lagriminha sequer. Agora não sei dizer se sou eu que estou estragada ou se me enganaram e o filme não era tão triste assim.
De qualquer forma vou tirar a prova real revendo “Meu Primeiro Amor” e “Moulin Rouge” só para ter certeza que meu coraçãozinho não virou pedra e eu ainda tenho sentimentos.

Monday, April 06, 2009

Knife going in

Faz quase um ano, mas eu ainda me lembro. Bom, é claro que me lembro. Quem esqueceria que tomou uma facada pelas costas? Ok. Quem sabe uma pessoa mais complacente já teria deixado pra lá. Mas eu não deixei. E quer saber por quê? Porque sangrou horrores. Doeu pra caralho. E não deve ter cicatrizado direito, porque ainda machuca. Aliás, vou te dizer... Não há Pronto Socorro que faça passar a maldita dor de ter sido apunhalada. Me diz: Como você pôde fazer isso comigo? Me esfaquear pelas costas? Pelas costas! Filha de uma puta! Ainda te odeio por isso e minha vontade era ter te esfaqueado antes e ter torcido a merda da faca só pra você sentir EXATAMENTE a dor que senti.

Thursday, March 19, 2009

I know I'll hold this pain in my heart forever

- Você sente minha falta?
- Sinto. E você, sente saudades?
- Todos os dias...

Sinto falta do que não foi.
Do que poderia ter sido.
E do que nunca vai ser...

Saturday, March 14, 2009

You can do better than me

Sempre fui ótima em dar pitaco na vida dos outros e bancar a psicóloga. Uma amiga até brincava comigo dizendo que eu deveria abrir um consultório onde os clientes poderiam fumar, beber e falar à vontade. Faria sucesso segundo ela.
O problema é que nunca fui boa em resolver meus próprios problemas. Claro, olhar a situação de fora é sempre mais fácil. Mas ah, quem me dera ter aproveitado pelo menos metade dos conselhos que distribuí por aí. Teria me poupado muito tempo e teria evitado taaaaaanta dor de cabeça. Mas não adianta. Sempre escolho o caminho mais difícil. Sempre dou murro em ponta de faca. Sempre deixo as coisas saírem fora do controle e chegarem numa situação insustentável. Teimosia da porra.
Mas olha, chega uma hora que cansa adiar decisões e ficar arranjando desculpas por escolher o caminho errado e ficar fazendo merda sempre. Fazer a escolha certa na hora certa é muito melhor e sair de um mar de lama de uma forma digna e madura vale muito a pena. Certamente que eu não fiz nada disso. Por isso outra coisa que é super válida é fazer o que eu digo, mas NUNCA, sob hipótese nenhuma, fazer o que eu faço. Há.

Wednesday, March 11, 2009

Desgraça pouca é bobagem

"Na verdade tenho medo do que possa acontecer ao longo do dia, tendo em vista que ele já começou péssimo." Eu e a minha boca grande. Claro que a minha manhã trash foi só um prenúncio da desgraceira que viria a seguir.
Fui almoçar e encher a pança acabou me acalmando. Falar mal da vizinhança pra minha mãe e para minha tia também ajudou a expurgar o ódio do meu coraçãozinho. Tomei banho e estava lá toda bonitona fazendo uma espécie de teste pra concorrer a uma vaga de estágio. Eram 24 perguntas e eu devia estar na 21ª quando o PC simplesmente desligou do nada. Quase nem fiquei puta. Mas como já estava na hora de sair porque eu tinha dentista, acabei largando os béts de responder as perguntas, o que me deixou meio incomodada, porque detesto deixar coisas inacabadas (sim, eu sou uma mala sem alça).
Quando botei o pé pra fora de casa chovia torrencialmente, mas resolvi encarar. Que mal podia fazer uma chuvinha? É só água pensei comigo mesma. Ledo engano. As 5 quadras que percorri pra chegar no tubo do ônibus foram as mais longas da minha vida. E eu não cheguei no tubo molhada. Cheguei ensopada. Juro que até minha calcinha estava molhada, mas já que tinha conseguido chegar lá não ia me entregar tão fácil assim. E olha que passou pela minha cabeça inúmeras vezes abortar o dentista e deixá-lo pra um dia menos tempestuoso. Mas como sou teimosa pra caralho não desisti.
Eis que me dei conta que tinha esquecido no bolso da minha camisa (que troquei minutos antes de sair de casa) duas coisas sem as quais eu não poderia sair: O endereço do dentista e uma listinha de compras pra minha mãe. E toca eu voltar pra casa. E levando em conta que eu já estava fudida e atrasada mesmo, resolvi me trocar e coloquei um traje que julguei ser o mais adequado para se sair num dia de chuva: bermuda e chinelo. Além disso, peguei um guarda-chuva maior pra me proteger. Óbvio que quando saí de casa novamente a chuva tinha cessado e até ameaçava sair um solzinho. Nesse momento o desespero tomou conta e as 5 quadras seguintes foram uma luta interna pra não cair em prantos no meio da rua. Eu simplesmente não conseguia me acreditar em como podia rolar tanta merda num espaço tão curto de tempo.
No momento que achei que tinha me recomposto avistei de dentro do ônibus, passando com seu carro toda bela e formosa “aquela-que-não-deve-ser-nomeada”. Fiquei mal sim e nem vou tentar dar uma de superior. Porra! Podia ter aparecido em qualquer outro dia. Num dia que eu estivesse menos injuriada, de preferência. Mas nãããããão. Tinha que aparecer no dia que eu estava um caco. Me segurando pra não ter um ataque, correr pra casa e nunca mais sair de lá (ou pelo menos até o horário da aula).
Desci do ônibus louca pra fumar um cigarro, mas nem isso eu podia porque ia fazer limpeza nos dentes e não podia chegar com um bafão de cigarro no dentista. Que foi o único lugar onde alguma coisa finalmente deu certo, diga-se de passagem. Rápido e indolor. Ufa! Chegando na faculdade meus colegas estranharam o traje veranesco e até comentaram que não me imaginavam usando chinelos. Mas é óbvio que eu uso chinelo, gente. Ou vocês acham que eu ando de galocha em casa? Se bem que depois de hoje, comprar um par de galochas me pareceu uma idéia bem interessante. Mas enfim...
Cheguei viva em casa e isso me deixa até meio admirada porque com o andar da carruagem eu não ficaria surpresa se tivesse sido atropelada ou uma árvore tivesse caído na minha cabeça. Mas diante de todos esses infortúnios uma coisa eu confirmo: Se você acha que está ruim, cuidado porque pode piorar e muito! Portanto, evite perguntas do tipo: “Oh, céus! Que mais falta me acontecer hoje?” Porque realmente podem acontecer coisas ainda mais catastróficas.

P.S. Meu único consolo é que amanhã não preciso ir pra aula. Quem sabe se eu não tirar o nariz pra fora de casa não aconteça nada de errado...

Respire fundo e conte até um milhão

Pense numa pessoa pestiada, com todos aqueles sintomas desagradáveis: tosse seca, mal-estar, dor muscular, dor de cabeça, garganta irritada, espirros. Pense numa pessoa que não fumou um cigarrinho o dia todo porque a coisa estava realmente feia. Pense que essa pessoa se entupiu de remédios, mas mesmo assim não estava conseguindo dormir. O nariz entupido, dificultando a respiração e a possível febre não deixavam. Pense que essa pessoa só conseguiu pegar no sono depois das 4 da manhã. Pense que às 8 ela foi acordada com o maravilhoso e estridente som de um cortador de grama bem embaixo da sua janela. Pense no vizinho que também não devia estar muito feliz com o maldito barulho do cortador de grama e ligou música sertaneja no último e começou a cantar junto bem alto. Agora pense no tamanho da irritação dessa pobre criatura enferma e na vontade de esfaquear essas duas adoráveis pessoas barulhentas.
Ok. A vida em comunidade tem seus percalços e nem tudo são flores coloridas no jardim florido dos Smurfs. Eu entendo. E ao invés de começar uma série de assassinatos, liguei System of a Down no último (já estava um barulho dos infernos mesmo e a dor de cabeça era a coisa menos incômoda naquele momento) e vim despejar minhas frustrações aqui. Na verdade tenho medo do que possa acontecer ao longo do dia, tendo em vista que ele já começou péssimo. Mas como meu novo lema de vida é buscar a paz espiritual, juro que vou tentar apaziguar qualquer situação trash que se coloque diante do meu caminho. Prometo.

P.S. Juro que não entendo essas pessoas que se mantêm tão calmas e serenas frente às situações importunas do dia-a-dia. Queria saber o segredo delas...

Thursday, March 05, 2009

Ela

E ela tá lá quando eu acordo de mau humor. Toma banho comigo sem o menor pudor. Me faz companhia na fila na hora de pagar as contas e nem reclama. Passeia pelo shopping e toma suco comigo. Almoça junto e até fuma um cigarrinho comigo depois da refeição pra ajudar na digestão. Não me larga nem na hora de ir ao banheiro. Ela participa das compras no supermercado e ainda fica vendo TV comigo pra passar o tempo. Não me dá trégua nem quando estou no telefone. Passa horas no MSN comigo feliz da vida. Faz palavras-cruzadas e escuta música junto. Me acompanha quando eu vou buscar pão e até fica pro café. Não me libera pra ir sozinha nem na farmácia. Não me abandona nem na hora de me trocar pra ir pra faculdade. Pois é, até aula ela assiste comigo, acredita? E depois, é claro que ela vai junto pro bar sem fazer muita cerimônia. Não me deixa sozinha nem na hora de pegar o ônibus. Não me deixa em paz nem na hora de dormir. Enxaqueca, filha de uma puta.

Thursday, February 26, 2009

Don't let the door hit your ass on the way out

Depois de passar vários meses fazendo experiências bizarras com suas emoções, é preciso fechar a porta do laboratório porque chega uma hora que cansa sempre estar errada. Cansa chorar. Cansa brigar. Cansa lutar por causa perdida. Cansa receber menos do que todo mundo parece ter, menos do aquilo que se deseja. Cansa encher a cara pra afogar as mágoas. Cansa sentir-se um lixo. Cansa ter de ficar mordendo a língua pra não dizer certas coisas. Cansa te ter sempre pela metade. Cansa perder tempo e ficar andando em círculos. Cansa fingir que não me importo, quando na verdade eu quero me importar. Cansa o mesmo tipo de sofrimento repetido infinitamente. Sei lá, cansa... E "eu quero paz. Quero dançar com outro par pra variar, amor".

Sunday, January 18, 2009

You better watch out what you wish for

Querido blog, desculpe-me pela ausência dos últimos dias. Andei muito ocupada. Tá, mentira nem andei ocupada porra nenhuma. Na verdade estava com preguiça de escrever. Mas várias coisas aconteceram. Algumas boas, outras nem tanto. Mas o importante é que estou aqui, estoicamente viva.
O quadro geral da situação pode ser resumido em: Vários hematomas (que sabe-se lá da onde surgiram, então não me pergunte), vários dilemas e algumas questões existenciais (pra variar). Aliás, às vezes fico impressionada com o fato de eu pensar tanto e nunca chegar a nenhuma conclusão. E é engraçado como antes do meu aniversário sempre rola vários acontecimentos trash. Sinceramente não sei se acredito em inferno astral, mas como a culpa é minha, eu boto ela em quem eu bem entender e eu resolvi colocá-la no dito cujo. Que por sinal, já começou adiantado, mas nem vou entrar nos méritos...
Eu honestamente espero que meu querido amigo esteja certo e que toda a desgraça já tenha rolado na 1ª semana de inferno astral, porque fico imaginando o que pode acontecer na 4ª se as coisas continuarem assim. “Cuidado com o que você deseja”, certo? Pois é! Não queria emoção na sua vida? Então tá aí dona Bruna. Divirta-se!

Friday, January 02, 2009

Amor bandido - 2008

Chegou ao final a temporada 2008 do seu reality show/novela mexicana favorito “Amor bandido”, que ao contrário da fantástica e intensa temporada passada, deixou muito a desejar. Salvo por duas exceções: A trilha sonora, que foi o ponto alto do programa, sem dúvidas, e o figurino que melhorou absurdamente.
Com relação à trama nada de muito interessante aconteceu. Tédio é a palavra que melhor descreve o show nesse ano de 2008, que apesar de ter começado muito bem com episódios extremamente tensos e dramáticos gravados nas locações em Santa Catarina e Minas Gerais, não conseguiu manter a audiência. Novos personagens apareceram no enredo e novas intrigas surgiram, mas nada que emocionasse o público. O elenco da temporada anterior fez participação especial em alguns episódios recheados de nostalgia e saudosismo e como era de se esperar, os episódios mais interessantes aconteceram no James, escolhido como uma das locações do show. Muito álcool, rock’n’roll e falcatruagem, como sempre, porém nada que já não tenha sido visto antes.
A mocinha, como de costume se envolveu em inúmeras barcas furadas e acordou de ressaca moral em grande parte dos episódios, mas nem isso conseguiu cativar os telespectadores, que esperavam por mais cenas de sexo, caos, discórdia e choradeira, e não por tanta monotonia e introspecção. Em entrevista exclusiva, um dos roteiristas da série questionado sobre a queda de audiência do show, afirmou que acredita que isso se deve ao fato de ter sido uma temporada de transições. “A protagonista vive um momento de mudanças. Seus amigos não são mais os mesmos e a forma como ela encara o mundo também é diferente agora. É claro que o público vai sentir falta de alguns personagens que deram colorido ao programa, mas mudanças não são necessariamente ruins. Ela está crescendo e aprendendo a duras penas que as coisas boas não duram muito.” Sobre os romances vividos pela heroína no programa é melhor nem comentar muito. Nenhum deles passou de três semanas. “Ela se fodeu e comeu o pão que o diabo amassou, então é natural que não confie em ninguém nem consiga mais se entregar tão facilmente a um novo amor. Mas nem tudo está perdido” afirma o roteirista.
A season finale do programa, que foi gravada no litoral, foi ao ar dia 31 e contou com a participação especial da melhor amiga da protagonista, que não dava as caras no show há um bom tempo, além é claro, de muita vodka e fiascos. Definitivamente foi um dos episódios mais engraçados e bizarros de todo o ano, garantindo a continuidade da série. Portanto, fique atento para mais notícias e não perca a temporada 2009 de “Amor bandido”, o único reality show/novela mexicana sem final feliz e transmitido 24 horas por dia.