Sunday, May 24, 2009

Be kind rewind

Sabe o que o e-mail, o Twitter e a SMS tem em comum? Não, não é uma daquelas piadas mongas do tipo: “O que há em comum entre um bolo queimado, uma cerveja estourada no congelador e uma mulher grávida?”
A verdade é que devo confessar que os três me dão um pouco de medo porque sabe como é né? Depois que foi, já elvis. Mandou e-mail xingando até a décima terceira geração da família do seu atual affair porque andou descobrindo uns podres dele/dela? Postou merda ou se excedeu em detalhes sórdidos? E eu sei que os 140 caracteres do Twitter parecem pouco, mas dá quase pra escrever o novo testamento com isso. Tááááá, menos. Mas dependendo do que você relata, pode ser informação demais. Mandou SMS embriagada se declarando? Bem, nos três casos a resposta é: FODEU. Um abraço pro gaiteiro porque não tem volta, meu bem. O(s) destinatário(s) vai/vão receber a mensagem e não há nada que você possa fazer a respeito disso. E no caso do Twitter é ainda pior, pois várias pessoas terão a oportunidade de ler a pérola que você escreveu.
Para as três situações o máximo que você poderá fazer é inventar alguma desculpa esfarrapada do tipo: “fui possuída por entidades demoníacas naquele momento e não quis dizer nada daquilo”, “estava muito bêbada e acabei agindo por impulso então, por favor, desconsidere minhas palavras”, “estava sob o efeito de poderosas drogas que afetaram meu discernimento de realidade e julgamento e acabei dizendo coisas que não deveria” ou ainda “bati a cabeça e não me lembro de nada disso”. Óbvio que provavelmente nenhuma delas cole muito, mas não custa tentar remediar...
Eu sei que o ideal e a chave para resolver esse probleminha de arrependimento pós-desabafo, seria uma atitude aparentemente bem simples: Pensar friamente antes de apertar o botão ENVIAR. Mas vem dizer isso pra mim que sou do tipo impulsivo? Se eu estou de cabeça quente, primeiro eu faço e depois fico analisando. Óbvio que isso normalmente me traz uma série de problemas. Mas infelizmente tem certos hábitos que são difíceis de se livrar.
Por isso que gosto do blog e do fotolog. Nada como uma segunda chance, sabe? Postou e não ficou satisfeito? EDITA ou DELETA e ponto final. E quem dera se na vida real existissem esses botõezinhos mágicos, ou quem sabe um botão Rewind. Seria tããããão útil...

P. S. Não há nada em comum entre um bolo queimado, uma cerveja estourada no congelador e uma mulher grávida. Mas se você tivesse tirado antes, nada disso teria acontecido. HA HA HA

Thursday, May 21, 2009

Vamos nos permitir

É engraçado como uma frase aparentemente tão do bem pode te levar a lugares que você nem imagina. Você está lá no bar bebendo uma cervejinha e de repente, quando se dá conta, está à beira-mar segurando um vinho barato vendo o sol nascer. Tá, ok. Não foi tão do nada assim.
Lembro-me que nem ia sair naquela sexta-feira, mas como de costume, uma força maior não me permitiu ficar em casa. A idéia, a princípio, era tomar umas cervejas no Café do Teatro e depois esticar para o Wonka. Programinha super do bem, ou ao menos eu imaginava que seria.
Porém, depois de vááááárias cervejas, absintos, amaretos, whiskys e sei lá mais o que a amiga sugeriu: “Vamos num motel que tenha piscina porque eu quero nadar.” Óbvio que todo mundo ficou meio relutante ao desejo da estimada colega e então ela completou: “Vamos nos permitir gente!” E num momento de pouca lucidez coletiva acabamos aceitando. Cada louco ou bêbado com a sua excentricidade, não é? Deixa a menina nadar...
A próxima coisa que me recordo é de estar na BR andando com uma motorista pra lá de empolgada que tirava as mãos do volante pra cantar Avril Lavigne. Aliás, escutamos o cd da Avril umas 95 vezes porque era o único existente no carro e no final de nossa jornada, todos sabiam as letras de cor, salteado e se bobear de trás pra frente.
Não sei exatamente como ainda, mas chegamos com vida ao local de destino. E como estávamos em cinco e não tínhamos tanto dinheiro pra investir nessa história de motel com piscina resolvemos “ocultar” três pessoas no carro pra pagar só por um casal. Sei lá que diabos eu tinha na minha cabeça, mas concordei em me esconder no porta-malas com uma amiga e devo dizer que não pretendo fazer isso tão cedo novamente na minha vida.
Infelizmente nossos esforços foram em vão e acabaram descobrindo nosso plano maligno depois que entramos no quarto. Contudo, ainda entusiasmados com a idéia de nos permitir, que era reforçada pela amiga a cada cinco minutos, tivemos a fantástica idéia de ir para o Parque Barigui ver o sol nascer. Mas o Barigui era pouco for nóis naquela noite e quando vi estávamos descendo pra Guaratuba. Tá, confesso. A brilhante sugestão foi minha. Mas como diriam: “O que é um peido pra quem tá cagado?”
Vinho barato na mão (que sei lá da onde surgiu) e pézinho descalço na areia pra ver o sol nascer. Se bem que a gente chegou meio atrasado pra isso na verdade, mas chegamos! E como nós já estávamos por lá mesmo acabamos passando o fim de semana na praia na casa dos pais da amiga à base de geladinho (que era a única coisa que tinha na geladeira e ninguém tinha mais dinheiro).
A parte mais triste foi a volta pra casa no domingo. Roupas cheias de areia, ressaca, aquela cara de sexta-feira e uma pitada de melancolia. Mas como diria o Lulu: “Não há tempo que volte amor. Vamos viver tudo que há pra viver. Vamos nos permitir." Se bem que na próxima pretendo me permitir um pouco menos porque tenho medo da onde eu possa parar...

Saturday, May 02, 2009

Belos e malditos

Numa bela tarde de domingo disseram pra Chapéuzinho vermelho tomar cuidado com o Lobo mau porque ele pegava menininhas pra fazer mingau e tinha o coração peludo. "Faça o que você tem que fazer e depois dê um chute na bunda dele". Mas a tontinha nem deu bola pros avisos e começou a sair e se envolver com ele, que era meio psicopata e inconstante, mas dono de um charme praticamente irresistível. Aliás, até hoje o segredo de sedução do Lobo é um mistério para ela, que não sabe direito o que viu nele.
A verdade é que Chapéuzinho sempre teve um dedo meio podre e adorava os tipinhos problemáticos. E claro, o sobrenome do Lobo era problema. Apesar disso, ela sempre enxergou nele algo bom, sempre acreditou nele porque bem lá no fundo ele era um bom animalzinho. Não do tipo domesticável, logicamente. Mas isso ela demorou um pouco mais pra notar.
Jovem, ingênua e inocente, Chapéuzinho se apaixonou louca e perdidamente pelo Lobo malvadão, que realmente era um traste, só que ela cega de amor preferiu abstrair esse pequeno grande detalhe e na realidade não tava nem aí pra isso porque ela além de hipocondríaca, também era meio vadiazinha e fazia a linha do tipo que não julga. O que realmente importava é que parecia que ela finalmente tinha encontrado o que buscava há tanto tempo: Um lugar pra repousar seu amor. Óbvio que repousar foi o que menos o amor dela fez ao lado dele. O Lobo adorava brigar e se fazer de vítima sempre.
Mas independente dos comportamentos reprováveis do ser peludo, a encapuzada não desistia e achava que algum dia ele poderia mudar e eles seriam felizes para sempre. A tonha sempre se focou apenas naquilo que ele tinha de bom e talvez tenha exacerbado essas virtudes. Para ela o Lobo era O cara: Inteligente, sexy, charmoso, divertido e bom de cama. Quase pra casar. QUASE. Como o Lobo mesmo tinha dito para ela quando eles se conheceram, "cedo ou tarde a máscara cai" e a dele não demorou muito pra cair não. Egocêntrico, mentiroso, manipulador, mandão, reclamão e falcatrua. Tudo que a moçoila sempre sonhou em encontrar em alguém. Qualidades singulares reunidas num só ser. Imagina que maravilha! Não que ela fosse flor que se cheire, mas não era de jogar fora também. Aliás, acho que toda essa desarmonia e falta de caráter dos dois chegava até a ser meio romântico.
Pra encurtar a história, Chapéuzinho vermelho se fodeu de verde e amarelo, comeu o pão que o Lobo pilantra pisoteou e no final acabou com um coração mais peludo que o dele. E pra tentar esquecer o maldito, envolveu-se com várias pessoas, e nessas acabou magoando muita gente. A criaturinha tentou de tudo, mas no final acabou só causando a discórdia, partindo corações e fez um monte de coisas das quais não se orgulha e tudo isso porque seu coração ainda pertencia ao patife do Lobo.
O problema, de fato, é que a mocinha encapuzada sempre foi teimosa pra caralho e nunca gostou de perder. Nem na sinuca, nem no futebol e muito menos no amor. Talvez por isso ela tenha insistido por tanto tempo com o Lobo. Mas acontece que com o bandido do Lobo o buraco era mais embaixo e por mais malandra e sagaz que a Chapéu fosse, provavelmente ela jamais teria chances de vencê-lo. Talvez ela nem tenha amado o Lobo mau de verdade porque ela sempre teve o péssimo hábito de querer quem ela não podia ter e tava na cara desde o começo que ela não ia conseguir colocar ele na coleira não. Porém, como já mencionado anteriormente, Chapéuzinho era uma garota muito cabeça dura e sempre teve que aprender na base da porrada.
Atualmente eles não se falam mais. Claro que ela ainda pensa nele às vezes e quando bebe, ele é o primeiro da lista pra quem ela pensa em ligar de madrugada pra encher o saco. Aliás, a menina do capuz vermelho deveria ser proibida de fazer ligações e mandar mensagens quando está alcoolizada, mas isso não vem ao caso. Chapéu fez tudo que podia e o que não podia também (tsc, tsc) pra esse romance dar certo só que chegou uma hora que ela resolveu largar os béts. Ela havia ultrapassado seus limites e tentar ser só amiga do Peludão não tava rolando mais. Sei lá, era muito difícil para ela vê-lo com outras menininhas.
Mas que ela morre de saudades dele, ah ela morre... E quando ela vê o dito cujo manda o auto-controle dela pro espaço e continua a cavar uma cova ainda mais funda da que ela já está enterrada. Pobre garotinha. Imagine que tipo de pecados ou atrocidades ela cometeu numa vida passada pra merecer um carma peludo desses. Deve cagado e tacado pedra na cruz ou arrotado na santa ceia ou talvez tenha participado de algum genocídio porque não é possível viu...