Monday, August 17, 2009

Wake me up when August ends

Tem momentos na vida que a gente se enfia num buraco e não há livro de auto-ajuda, palavras reconfortantes, vodka ou filme com final feliz que te faça crer que coisas melhores estão por vir.
Dá uma preguiça existencial. Vontade de sumir do mapa. Dormir por um mês seguido. Não falar com ninguém. A apatia toma conta. Um certo tipo de desespero também. Quanto mais você pensa mais angustiada você fica. Parece não haver saída, que tudo e todos conspiram contra.
Aí você resolve beber para afogar as mágoas. O problema é que aparentemente as bandidas aprenderam a nadar. E nessas quem se afoga é você. Num mar de arrependimentos e auto-piedade. Que ótimo!
Não demora então, para a melancolia e a tristeza baterem à porta. E você as deixa entrar numa boa e pensa: “Ah, logo elas vão embora”. Só que essas duas são extremamente inconvenientes. Não te deixam ir para qualquer parte sem carregá-las junto. Te fazem companhia desde o momento que você acorda até a hora que você coloca a cabeça no travesseiro para dormir. E pior: Parece que resolveram prolongar a visita.
Em dado momento você aceita essa condição e desiste de tentar fazer qualquer coisa para mudar esse estado de espírito. Mas chega uma hora que... Que sei lá o que você faz, porque meu barco naufragou na Ilha da Tristeza e eu ainda não consegui sair de lá.
Provavelmente depois disso você pára e fala: “Opa, peraí! Não vou me entregar assim tão fácil!” Aí você levanta, sacode a poeira, expulsa a tristeza e as amigas dela, bota um sorriso na cara e abre a casa inteira pra esperança poder entrar. Afinal, se você não acredita que as coisas vão melhorar, quem é que vai acreditar nisso por você?