Monday, September 21, 2009

The lost art of keeping a secret

Sempre fui um livro aberto, mas de uns tempos pra cá ando encontrando dificuldades em confiar nas pessoas e me abrir e isso é um saco! Fico me coçando de vontade de compartilhar meus segredos mais sórdidos e todo o mar de lama que me envolvi e nem posso.
Na verdade nem é questão de poder contar ou não, é mais sobre dever ou não. Mas como meu auto-controle não é lá dos melhores, sempre acabo desatando a falar e divido todas as mazelas que tomam conta de meu ser com alguém. E me arrependo no minuto seguinte. É uma merda!
O mais estranho de tudo é que pra desconhecidos não faço nenhuma cerimônia e abro meu coração sem um pingo de remorso. Lembro de um garoto que conheci no trabalho uma vez e após dois dias partilhando cigarros e cafés, eu já estava expondo toda minha vida. Não sei por que, mas eu sabia que podia falar tudo pra ele. E é engraçado, pois fiquei meses sem conversar com o referido rapaz e esses dias o encontrei no ônibus e comecei a relatar algo que tinha acontecido comigo que nem tencionava contar a ninguém. Me senti muito mais leve depois daquele papo.
Sei lá, tem pessoas que transmitem confiança e que você sabe que pode contar todo tipo de sujeira sem nem precisar dizer "Olha, não comenta nada disso com ninguém, ok?" Já outras, você tem certeza que depois de confidenciar algo, metade da paróquia vai ficar sabendo.
Às vezes me canso de ter conversas superficiais. Eu quero mais. Não há nada melhor do que ter por perto alguém que te entenda e que você possa falar sobre tudo que se passa com você. Seus sonhos, medos, frustrações, alegrias, planos, fracassos. Porque convenhamos, quando você fica mantendo muito as coisas pra si chega uma hora que transborda. Você surta.
Não adianta, confiança é a base de qualquer relacionamento. Cheguei a conclusão que se você não confia em alguém é melhor nem ter essa pessoa por perto porque é inútil. "Você precisa de alguém que te dê segurança, senão você dança". Dança mesmo.