Saturday, August 06, 2011

Eu fico desgraçada da cabeça

Sempre que fico muito irritada com alguém, seja com a minha mãe, com meu pai, com o vizinho, com o babaca do trânsito, com uma amiga ou com um affair, e não tenho oportunidade de confrontar essa pessoa, acontece algo engraçado: me flagro imaginando o que aconteceria se eu resolvesse extravasar meu ódio iminente.
Meu “extravasar” pode acontecer de duas maneiras distintas: 1) esfaquear mentalmente – que é uma forma bem eficaz de pensamento e traz uma satisfação momentânea. Lembrando que dependendo do nível de raiva, as facadas podem virar machadadas. 2) me imagino xingando e falando um monte de barbaridades para o ser. Note que o segundo método requer um pouco mais de ruminação e uma busca mais profunda no baú do ressentimento. Afinal, já que é pra botar pra fuder, que seja com o mínimo de classe e ofendendo o máximo possível. Mas calma gente é só um exercício mental.
Se eu tivesse um terapeuta, provavelmente ele diria: “esse tipo de pensamento só atrai sentimentos negativos e te dá mais lenha para aumentar as chamas da sua ira. Você não quer um coração transbordando de ódio, quer?” Não, eu não quero, mas às vezes eu fico tão desgraçada da cabeça que esse tipo de escape me dá um alento perante situações nas quais me encontro impotente.
Porém, convenhamos que esse lance de alimentar animosidades cansa a beleza, afinal chega um momento que você já manifestou seu repúdio de tantas formas na sua imaginação que você já não tem nem mais o que fazer. O fato é que antes de começar a se irritar, você deveria ter em mente que são dois trabalhos: o de ficar puta e depois ficar na boa novamente. Espero lembrar disso da próxima vez...