Wednesday, July 04, 2007

Amando, a mando do capeta

Num momento de insanidade temporária resolvo escrever um e-mail expondo todos os meus sentimentos. Convenhamos que alguém mais esperto não faria esse tipo de coisa. Alguém mais esperto provavelmente fingiria que nem se importa. Mas como eu já disse estou alegando insanidade temporária e essa será minha defesa.
Me levanto e abro o bloco de notas e nesse instante uma vozinha dentro de mim diz: “O que você tem nessa cabeça? Feche agora esse maldito bloco de notas e nem pense em escrever um e-mail sobre como você sente falta daquele demônio!”
Esse era meu lado racional falando. Todavia, o lado emocional me dizia: “Você precisa se livrar desse peso que você carrega nesse singelo coraçãozinho que não tem culpa de estar amando. Escreve logo de uma vez!” E adivinha quem levou a melhor nesse conflito interno entre razão e emoção?
Num ato de desmedida coragem, pois é, burrice agora ganhou outro nome, resolvo então escrever.
Depois de três horas, tentando soar o mais sensata possível, consigo finalizar o bendito e-mail. Mas não me sinto preparada para mandá-lo ainda. Parece-me que falta algo. Deixo então, o bloco de notas aberto, caso mais alguma coisa tenha de ser escrita.
O que eu não sabia é que escrever seria a parte fácil. Enviar o e-mail, porém, se mostrava uma tarefa bem mais difícil do que eu pensava. Depois de ler o e-mail 483 vezes (ainda bem que não sou quase nada perfeccionista, leia-se: chata) e me certificar que tudo estava nos conformes finalmente resolvo envia-lo.
Quando vou clicar no “enviar” a vozinha da razão tenta um apelo final: “Tem certeza que vai mandar isso mesmo? Olha que não tem mais volta depois de enviado.” Aí é a vez da emoção revidar: “Ah, olha o trabalho do cão que você teve pra escrever esse e-mail, você já tá na merda mesmo. Manda!”

Placar final: Emoção 19 x 0 Razão