Monday, June 18, 2012

Love, love will tear us apart, again

Esses tempos atrás, numa dessas conversas sem nexo de bêbados, um amigo me fez a seguinte pergunta: "Você acredita que vai ficar com alguém para sempre?" Confesso que fiquei sem saber o que responder na hora, pois nunca tinha analisado a questão profundamente. Mas verdade seja dita: sempre simpatizei com a ideia do "felizes para sempre". Isso claro, é resultado da lavagem cerebral que sofri ao longo da minha vida assistindo milhões de comédias românticas, novelas mexicanas e bobagens similares. 
Respondi para meu amigo que gostaria de acreditar, mas que sinceramente não me imaginava envelhecendo ao lado de alguém. Se você for pensar, realmente é um conceito lindo em teoria, mas no campo pragmático sinceramente acho que não funciona muito bem. Enfim, posto isso, ressalto que "o amor conquista tudo" também é uma ideia que sempre esteve enraizada em minha vida e que nunca enfraqueceu mesmo diante dos fracassos arrasadores e das reveses que sofri. Infelizmente sou uma pessoa visceral, passional e com uma certa queda para o melodrama. Já aceitei isso como um câncer que não pode ser expurgado e vive dentro de mim. 
Só que chega um belo dia que parece que a vida resolve te dar um tapa na cara e o roteirista decide reescrever o final da tua novela mexicana mas esquece de te avisar e você continua achando que vai ser feliz para sempre ao lado da sua amada. Só que não. 
Nesse dia você se dá conta que o amor que você sente e reza a lenda que é recíproco, não serve para nada, só para você alugar os ouvidos dos seus 27 amigos mais próximos pedindo insights e possíveis soluções para seu drama sentimental. Você também percebe que o amor não conquista porra nenhuma, e que a vida, meus caros, não sabe o que faz não. Porque se soubesse, ela não faria sempre tudo errado, como costuma fazer. 
Sinceramente, eu gostaria de ter um coração de teflon, mas como não tenho, insisto e não desisto. Se vocês realmente querem um bom conselho sobre o amor é: sejam egoístas. Isso mesmo. Foda-se o amor. Se coloquem sempre em primeiro lugar e esqueçam essa merda de história de ser feliz para sempre porque isso vai te tornar miseravelmente infeliz. 
No final das contas, o negócio é não criar expectativas irreais no que diz respeito aos relacionamentos da vida real. E aqui vai uma dica de Arthur Schopenhauer para suas relações amorosas: se não deu certo, e provavelmente não vai dar em algum momento, parta para outra sem culpa. Vai dizer, esse cara sim deveria ser roteirista em Hollywood...