E não, não me digam que isso se chama ressaca, pois se me perguntarem onde dói, já tenho uma resposta na ponta da língua: o coração. Hoje, por exemplo, depois de um fim de semana incrível na praia, acordei com uma pontada de melancolia e uma saudade absurda
Eu diria que essa DPB é reflexo de choque com a realidade e carência misturada com dor de cotovelo e mais um monte de sentimentos de merda, que eu nem gostaria de sentir para falar a verdade. Mas ok, passa. Escrevo um texto. Penso nela. Fumo um cigarro. Penso nela. Reclamo para algum amigo. Penso nela. Escuto uma música. Penso nela. Vejo um seriado. Penso nela. Leio um livro. Penso nela. Assim o dia passa... E eu juro que não consigo entender como as pessoas têm a coragem de afirmar que a vida é curta. Se isso é verdade, porque diabos esses dias são tão longos e enfastiantes?
Tudo que eu queria era adotar a filosofia de vida da minha prima que prega que "o negócio é ser vazia". Segundo ela, quando você atinge esse estágio de elevação espiritual, você fica tão livre e despreocupada com tudo que passa a dar valor para coisas corriqueiras e apreciar pequenos prazeres, tipo uma Amélie Poulain mais bem resolvida e menos psicótica.
Sinceramente não vejo a hora de me livrar dessa síndrome, me tornar vazia e ter de me preocupar apenas em cortar o cabelo, ir no dentista, pagar o licenciamento do carro, escolher onde irei almoçar ou algo do gênero. Mas enquanto isso não acontece, emendo uma DPB na outra e afogo minhas angústias com cerveja. Infelizmente, é o que tem para hoje, para amanhã e provavelmente para próxima semana.