Saturday, October 15, 2011

May the bridges I burn light the way

Hoje eu decidi que precisava deixar pra lá. Acordei sentindo que passei por cima dos meus próprios limites e que fugir virou uma questão de vida ou morte. Não é a primeira vez que tento escapar, eu sei. Já tentei mais de uma vez percorrer qualquer rota de fuga que me parecesse cabível, mas de alguma forma ela me levou de novo até você. Juro que não queria fugir, mas também não quero mais sofrer. Não agüento mais viver nessa interminável agonia. Talvez todos estejam certos e eu realmente esteja lutando por uma causa perdida e que nossa situação seja mesmo irremediável.
Em meio a devaneios sem fundamento fico tentando encontrar respostas concretas pra problemas do passado que ainda me assombram. Foram muitas coisas em poucos dias. Confusão demais. Tristeza demais. Expectativas demais. Teorias fracassadas. Mas é assim que funciona mesmo. A gente sofre, se fode, pensa em desistir, mas não desiste e continua se iludindo. Eu sabia que não era certo, mas quis arriscar só mais uma vez pra perder. Mas chega. Já me desgastei demais.
Hoje eu acordei e resolvi jogar tudo pelos ares. Meus bons costumes. Minha fé na humanidade. Minha paciência. Minhas esperanças. Na verdade é como achar a chave das algemas que me prendem a você. Encontrar a cura de uma doença que eu mesma criei. Sim, livre. Agora eu só preciso desconsiderar alguns fatos pra continuar vivendo tranqüilamente. Pra que? Pra me certificar que qualquer ponte da memória que me leve até você esteja realmente quebrada e eu não tenha mais como voltar atrás.

P. S. Apesar de ter sido escrito há 4 anos atrás, muitos elementos desse texto ainda fazem sentido na atual conjuntura.